Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0416c.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 09/21/08 22:27:36
Clique na imagem para voltar à página principal

HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - VIDA ANIMAL
Fauna santista (3)

Leva para a página anterior

Toda região tem um conjunto de animais que a caracteriza, em certa época, e que pode mudar pela ação humana, tanto na direção de um enriquecimento da fauna, como no sentido de sua aniquilação. Em 2008, um raro espécime de macaco foi encontrado na Baixada Santista, sendo levado para São Vicente, como noticiou o jornal santista A Tribuna, na página A-12 da edição de 2 de agosto de 2008:

Animal não é mais encontrado na natureza: restam cinco exemplares

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

ECOLOGIA

Centro descobre macaco em extinção

Valéria Malzone

Da Redação

Um macaco caiarará (Cebus Kaapori), que está em processo crítico de extinção no País, foi identificado na região e está sendo abrigado temporariamente no Centro de Triagem de Animais/Refúgio Mata Atlântica Lello/Unimonte (Cetas), localizado no Jóquei Clube, em São Vicente. Segundo a médica veterinária do Cetas, Cláudia Carvalho do Nascimento, no Brasil há registros de somente outros quatro macacos desta espécie vivendo em cativeiro.

"E destes outros quatro, sabemos que há um casal no Zoológico de São Paulo, na Capital", comentou. A veterinária explicou ainda que a espécie tem origem amazônica, principalmente de forma endêmica em áreas específicas do Pará e do Maranhão. "Esta espécie é muito visada no tráfico de animais, assim como outros bichos, principalmente os silvestres", emendou Cláudia.

"Há cerca de quatro anos, este macaco - hoje um macho adulto de cerca de 4,5 quilos, que é muito confundido com o macaco-prego - foi encontrado pela Polícia Ambiental e pelo Ibama em uma casa em Guarujá", observou a veterinária. "De lá, o animal foi encaminhado ao setor de extras (fora de exposição) do Orquidário Municipal de Santos".

Com a reforma do Orquidário, o macaco foi encaminhado pelo Ibama ao Cetas. "Foi quando começamos a reparar melhor na espécie e percebemos que ele não era um macaco-prego e sim um macaco caiarará", argumentou a veterinária, que contou na identificação correta do animal com a ajuda do especialista em classificação genética, o taxonomista José de Souza e Silva Júnior.

"A descrição científica deste tipo de macaco ocorreu somente em 1992 e, entre outras características, é o único que possui uma espécie de tufo moicano preto na cabeça", disse Cláudia, que deverá manter o animal pelo menos 60 dias no Cetas: "Ele está bem saudável, de acordo com os nossos exames preliminares, mas ainda vamos mantê-lo aqui, inclusive para definir sua destinação".

É bem provável que o macaco siga também para o Zoológico de São Paulo. "Ainda não sabemos se é viável e seguro para ele voltar ao meio-ambiente. Mesmo que isso seja possível, poderia levar muito tempo para readaptá-lo", declarou a veterinária.

Diante da descoberta, Cláudia também entrou em contato com o Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, que fica na Paraíba, e que é ligado ao Instituto Chico Mendes.

Agressivo - O macaco que está no Cetas tem uma índole um pouco mais agressiva do que os tradicionais macacos-prego de cativeiro. "Antes de ser levado ao setor extra do Orquidário, acreditamos que ele tenha sido maltratado. Ou, ficou com algum trauma no momento da captura e/ou do transporte. Além disso, ficou claro para nós que ele é mais um fruto de tráfico de animais, o que por si só é muito estressante para as espécies", avaliou a veterinária.

O animal está se alimentando bem. "Após estes 60 dias, acionaremos o Ibama para, em conjunto com o Instituto Chico Mendes, decidirmos qual será afinal a melhor destinação para este macaco tão importante para nossa fauna".

Espécie vive na Amazônia

No total, o Brasil abriga 103 espécies de macacos. Destes, 20 correm grande risco de extinção. O caiarará se inclui neste grupo. Conforme dados do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, a espécie alimenta-se de frutas, sementes, castanhas, flores, gomas, néctar, fungos, seiva, ovos, insetos, aracnídeos, pequenos vertebrados e até algumas espécies de ostras e caranguejos, encontrados em manguezais.

O Instituto Chico Mendes até conta com um estudo específico de identificação e recuperação desta espécie, denominado Projeto Kaapori. Já foram realizadas cinco expedições cobrindo a Amazônia Maranhense.

Foram investigadas mais de 100 áreas, em cerca de 60 municípios do Maranhão, tendo registro de apenas oito áreas com indício de ocorrência deste animal em territórios livres.

Leva para a página seguinte da série