Foto publicada no perfil in memoriam disponível na rede social Facebook
José Augusto Martins Ogando dos Santos
Nasceu a 1º. de Abril 1921, em Lisboa, filho de Domingos Ogando dos Santos, diretor de importante companhia de seguros e de D. Joaquina Martins Ogando dos Santos.
Cursou o liceu em Lisboa e após a maioridade veio para o Brasil, tendo-se radicado em Petrópolis, onde foi funcionário do Vice-Consulado de Portugal. Transferiu-se para Santos, assumindo as funções de Vice-Cônsul, cargo em que permaneceu por cerca de cinquenta anos.
Formou-se em Direito, foi Vice-Cônsul e Vice-Cônsul Gerente de Portugal em Santos por mais de 50 anos. Exerceu por várias vezes a gerência do Consulado, com grandes serviços prestados ao Governo Português e à Comunidade Lusíada do Brasil, de cuja estrutura foi um dos mais sólidos sustentáculos.
Para além da enorme folha de serviço ao estado português, o Dr. Ogando foi autor de diversas iniciativas importantes para a Comunidade Lusíada, tais como o Padrão dos Descobrimentos, instalado na Ponta da Praia, monumento de que foi o idealizador;
Foi quem elaborou os estatutos do Elos Clube de Santos e do Elos da Comunidade Lusíada; estatutos da Casa da Madeira, de UNELUS – União das Entidades Lusíadas de Santos, Fundação Lusíada e de outras entidades;
Desenvolveu outros trabalhos importantíssimos sobre o entrosamento luso-brasileiro, etc;
Foi um dos membros das primeiras comissões executivas da Fundação Lusíada, instituição que ajudou a criar e participar do grande movimento de integração lusíada levado a efeito pela UNELUS em 1963.
Por ocasião da inauguração do Pavilhão Lusíada na Cidade da Criança, recebeu as mais significativas homenagens da Comunidade através de um expressivo pergaminho assinado por todas as associações portuguesas e luso-brasileiras da região, no qual foram enaltecidas as invulgares qualidades de José Ogando dos Santos.
A propósito, assim se referiu o jornal “O Diário”: - “Falar do que tem sido a atividade do Vice-Cônsul de Portugal, que por várias vezes tem exercido a gerência do Consulado, torna-se quase desnecessário, dado o conhecimento que todos os componentes da família lusíada tem de seu trabalho. A ele se prende a vida das associações que sempre encontraram no “Dr. Ogando” – como intimamente lhe chamam – mais do que o frio funcionário, mas o compreensivo amigo que para todos tem uma palavra de conforto, descorrendo idéias para aperfeiçoar este o aquele ponto estatutário, ou colaborando com uma ou outra promoção. Mas se o trabalho, eficientíssimo aliás, é do conhecimento geral, a sua obra ultrapassa esse conhecimento genérico do homem de hoje, para se firmar no futuro, marcando a época presente da história da Comunidade Lusíada do Brasil”.
Foi o idealizador e grande entusiasta da União das Entidades Lusíadas de Santos.
O Liceu Lusíada (hoje Fundação Lusíada) também os seus estatutos se ficaram devendo à sua experiência; a reformulação regimental da Casa da Madeira e tantas outras participações são bem a prova da obra desenvolvida pelo Dr. José Ogando dos Santos. Mas se todos esses trabalhos não fossem bastantes para que o seu nome se perpetuasse, bastaria a sua idéia de instalar em São Vicente no alto do Morro do Itararé uma grandiosa Cruz de Cristo como evocação a chegada dos primeiros portugueses ao Brasil e da implantação da fé cristã, para que não pudesse ser esquecida.
E, se mesmo assim não chegassem os seus feitos, acima de tudo se colocaria algo de muito menos valor material, mas de elevadíssimo significado para a Comunidade. É que José Ogando dos Santos aliou às suas funções oficiais e à sua competência como organizador e orientador, outras qualidades mais impressionantes, as consequentes de um coração aberto ao sofrimento alheio, aos problemas de seus patrícios, tendo desenvolvido importante campanha social, da qual, a maior parte das vezes apenas duas pessoas ficavam sabendo da assistência recebida, ele e o beneficiado.
Nesse setor e durante os anos de funções públicas, jamais houve conhecimento de que um português que procurasse para obter algo no campo da assistência social, o não tivesse conseguido.
E mais do que isso, que não sentisse o Consulado de Portugal, como um prolongamento de sua Pátria distante. Nunca a frieza das burocracias anulou o sentimento de fraternidade respeitosa de que José Ogando dos Santos sempre revestiu suas atitudes, profundamente humanas.
Foi muito conhecido e querido por toda a comunidade portuguesa, o que era recíproco, pois gostava do que fazia, já que tinha uma formação humanística e no consulado teve oportunidade de servir, defendendo interesses portugueses e brasileiros.
Entre vários títulos que possui, conta com o de “Sócio Honorário” do Elos Clube de Santos.
Foi membro de diversas diretorias da Sociedade Consular de Santos, sempre com diplomas de “Atuação Relevante”.
O Instituto Histórico e Geográfico de Santos, outorgou-lhe a “Medalha dos Andradas” e o Instituto Histórico e Geográfico de Guarujá e Bertioga a “Medalha Martim Afonso de Sousa”.
Poemas de José Augusto Ogando
Documentos e antigas fotos do homenageado
Imagens publicadas no perfil in memoriam disponível na rede social Facebook |