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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MONUMENTOS-120
Corretor de Café Palmeira Triste

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Inaugurado em 24 de julho de 2012, junto com a reforma do bulevar da Rua XV de Novembro, o monumento em homenagem ao Corretor de Café foi logo em seguida fortemente depredado, passando por reparos realizados pela Prefeitura de Santos. Sobre a inauguração, o jornal Diário Oficial de Santos registrou, na edição de 24 de julho de 2012, páginas 1 e 3:

Prefeitura entrega Rua XV e homenageia setor do café

Reurbanizado, bulevar ganha escultura de corretor de café em tamanho natural

Obra criada pelo artista Daniel Gonzalez diante da Bolsa do Café

Foto: Anderson Bianchi, publicada com a matéria, na primeira página

 

Entrega da Rua XV tem homenagem aos profissionais do setor de café

A escultura de um corretor de café em tamanho natural, criada pelo artista Daniel Gonzalez, marcou a homenagem da prefeitura ontem aos profissionais do café na entrega do bulevar da Rua XV de Novembro reurbanizado. Profissionais do setor cafeeiro, muitos da velha guarda, prestigiaram o ato.

Ao lado dos profissionais do ramo, o prefeito João Paulo Tavares Papa destacou a importância da escultura, que representa os classificadores, exportadores, corretores e os que trabalharam com sacaria do café. "Eles simbolizam a história da construção de Santos e do Estado de São Paulo", disse o prefeito.

Um dos mais antigos classificadores do grão, Renato Bottaro, de 84 anos, fez questão de tirar fotos ao lado da escultura fixada próxima à Bolsa Oficial de Café. "O bulevar ficou lindo. Venho para cá desde garoto e ver esse lugar remodelado, com o mesmo charme de antes, é uma grande felicidade".

Entrega da Rua XV tem homenagem aos profissionais do setor de café

Foto: Anderson Bianchi, publicada com a matéria, na página 3

Tradição - A rua, que foi sede de bancos internacionais e palco dos grandes negócios do café, está com piso novo. "A parte central tem granito escovado, mas a característica original do mosaico português foi mantida nas laterais. Além disso, o sistema de drenagem, que também era antigo, foi trocado", disse o secretário de Infraestrutura e Edificações, Nilson Barreiro, responsável pela supervisão da obra, executada em pouco mais de três meses.

A intervenção incluiu ainda instalação de tubulação, que receberá fibra ótica para duas câmeras de monitoramento; oito bancos de madeira envernizada e dez lixeiras. As oito luminárias estilizadas foram pintadas e estão com novas cúpulas.

Papa destacou a Rua XV de Novembro como uma joia, pela localização, arquitetura e pelo que representa para a cidade. "O desenvolvimento de Santos e do Estado deve-se ao café. A Rua XV precisa ser tratada com muito cuidado e essa foi uma pequena obra de recuperação para deixá-la mais bonita e confortável".

Até hoje os profissionais do café são encontrados no bulevar. George Suplicy, 56, representa a quarta geração da família que comanda a empresa de corretagem de mesmo nome, existente há mais de 100 anos. Para ele, a reurbanização foi necessária. "Ficou muito melhor e o acesso está bem mais fácil". O corretor Florival Barletta, de 75 anos, 50 no local, também aprovou a iniciativa. "A obra está muito bem feita, revitaliza ainda mais o Centro e a escultura é uma justa homenagem".

Florival Barletta: "Obra bem feita"
Foto: Anderson Bianchi, publicada com a matéria, na página 3

 

Renato Bottaro: "Mesmo charme de antes"
Foto: Anderson Bianchi, publicada com a matéria, na página 3

 

George Suplicy: "Acesso mais fácil"

Foto: Anderson Bianchi, publicada com a matéria, na página 3

 
Em 10 de agosto de 2012, o jornal santista A Tribuna registrou, em sua edição eletrônica:
 

A escultura de um corretor de café amanheceu nesta sexta-feira com as costas quebradas

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

 

Sexta-feira, 10 de agosto de 2012 - 09h26

Corretor de café

Estátua é alvo de vândalos no Centro de Santos

De A Tribuna On-line
Atualizado às 10h24

A escultura de um corretor de café em tamanho natural, criada pelo artista Daniel Gonzalez, amanheceu nesta sexta-feira com as costas quebradas, no Centro de Santos. Não há pistas dos autores do vandalismo, e o local ainda não possui câmeras de monitoramento.

Inaugurada no último dia 24, a escultura marcou a homenagem da prefeitura aos profissionais do café na entrega do bulevar da Rua XV de Novembro reurbanizado.

Diariamente, o bulevar serve de passagem para centenas de trabalhadores da região central, e é bastante movimentado aos finais de semana, por conta de bares e casas noturnas. Como fica em frente à Bolsa Oficial do Café, também faz parte do trajeto de turistas em visita à Cidade.

Por volta das 10 horas, a prefeitura já havia retirado a estátua para restauração. O ato de vandalismo contra o patrimônio público e privado é crime. Denúncias podem ser feitas pelo 153, da Guarda Municipal. A identidade dos denunciantes será preservada.

Na edição de 11 de agosto de 2012, o jornal santista A Tribuna registrou, nas páginas A-1 e A-6:

INSTINTO SELVAGEM - Descaso com o próprio passado ou simples prazer em destruir? A razão não importa, o fato é que a estátua que homenageia o corretor de café, na Rua XV, Centro Histórico de Santos, já foi danificada pelos vândalos

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria, na primeira página

Mais que um ato de vandalismo, o pouco caso com a História

A estátua em homenagem ao corretor de café é a nova vítima

Fernando de Santis
Da Redação

Perdão pela rudeza das palavras, mas os fatos também são rudes: Palmeira Triste levou um pontapé. Se o nome ainda não associa o leitor à vítima de tal violência, explico: Palmeira Triste é o apelido do corretor de café homenageado com uma estátua instalada recentemente na Rua XV de Novembro, em frente à Bolsa do Café, no Centro de Santos.

Na manhã de ontem, turva pela neblina, a imagem de Palmeirinha parecia inconsolável. Algum vândalo insensível o atacou pelas costas, quebrando a fibra de que foi feito e a dignidade da profissão por ele representada. Triste mesmo é uma cidade que não respeita seus símbolos.

Menos de um mês - Idealizada pelo escultor falecido Daniel Gonzalez, a estátua Corretor de Café, de fibra de vidro, esperou vários anos até que se encontrasse o ponto exato para sua exibição. Foi inaugurada no dia 24 de julho, na entrega da reforma do bulevar da Rua XV de Novembro. Três semanas depois já está com as nádegas e costas quebradas em função do vandalismo, na madrugada de ontem.

"Deveriam encher essa estátua de chumbo ou concreto para evitar este tipo de coisa e quebrar o pé do canalha", afirma, indignado, Maurício Campos, um dos frequentadores do bar e café em frente ao monumento. "Esse pessoal que sai das baladas não respeita nada. São vândalos que passam abrindo os contentores de lixo e chutando tudo o que encontram. Acho que isso é efeito do álcool e das drogas que consomem nos bares no final de semana", palpita um entregador de pães que roda o Centro da Cidade todas as manhãs.

A reprodução de Palmeira Triste, no bulevar da Rua XV de Novembro, entra para a fila da restauração

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria, na página A-6

Rejeição e cidadania - Uma professora do Ensino Fundamental da UME Gota de Leite, com aproximadamente 20 alunos do 4o ano ao seu redor, passava pelo local às 9 horas de ontem. Momento em que as pessoas da área começavam a se aperceber do que havia acontecido com a estátua.

O que era para ser uma aula de história se transformou em uma conscientização sobre a cidadania. "Quem fez isso não sabe o valor da história", explicava Jaqueline Quarterone aos estudantes, que, por sua vez, reagiam indignados.

Em tom menos professoral, Renato Bollaro, o classificador de café mais antigo do Brasil, pergunta olhando para o estrago: "O que tem de fazer com a pessoa que faz uma coisa dessas? Isso é a droga e a falta de polícia que fazem". Ele conta que conheceu Palmeirinha, o corretor representado pela estátua como um símbolo de todos os trabalhadores ligados ao café na Cidade. "Ele deve estar se virando no túmulo por causa da depredação".

A responsável pela manutenção dos 112 monumentos de Santos, Inês Rangel Garcia, da Secretaria Municipal de Cultura, afirma que já previa alguma coisa ruim com aquela estátua. "Antigamente, o alvo era o comércio de bronze. Depois, começou esse tipo de ação, a destruição pelo simples prazer de quebrar".

Memória aos pedaços - Há aproximadamente sete anos, Inês trabalha na função e já se sente cansada de recolher monumentos históricos depredados, pichados ou despedaçados. "É um desperdício, uma crueldade. Atualmente, gastamos algo perto de R$ 80 mil ao ano só com este trabalho". No caso desta, a do corretor, ela afirma que sua equipe o tirou do suporte onde estava aparafusado assim que soube do incidente. "Tenho medo que outros vândalos quebrem ainda mais".

Palmeira Triste segue agora ao estaleiro, onde receberá orçamentos de artistas que tenham condições técnicas e artísticas para recuperá-lo da violência a que foi submetido. Lá, onde se encontra também o molde usado para formatá-lo, pegará uma fila na qual aguardam várias outras obras de arte, como a escultura aos fundadores do Porto, Gaffree e Guinle, da Praça Barão do Rio Branco, no Centro.

Um deles teve seus membros amputados a serrote pelo cobre contido em suas entranhas metálicas.

Na Praça Barão do Rio Branco, monumento teve membros amputados

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria, na página A-6

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