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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Precursores das cooperativas habitacionais

Sorteava-se um prédio por trimestre para cada grupo de cem pessoas

No início do século XX, a necessidade de criar condições de moradia decente para a crescente população da cidade, com a erradicação de algumas favelas que começavam a surgir, levou à criação de incentivos para cooperativas habitacionais privadas, que rapidamente se expandiram pela cidade. Só na década de 1960 em diante surgiriam as cooperativas habitacionais, como a Cohab Santista, e os planos federais, do Banco Nacional da Habitação (BNH).

Sobre o tema, na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):


Anúncio publicado na mesma edição de 26 de janeiro de 1939 de A Tribuna

As construções em Santos

Fatores eficientes do desenvolvimento predial - A cidade possui mais de vinte mil prédios, regularmente construídos, ao comemorar seu primeiro centenário

Não há negar que a cidade muito deve, pelo seu desenvolvimento predial, às associações que entre nós se constituíram, especialmente para esse fim.

Inicialmente, fundou-se a Associação Predial de Santos, que foi isenta de impostos municipais, em 1909, pela lei n. 340. Constituída sob bases das cooperativas, essa associação sorteava trimestralmente um prédio em cada grupo de cem associados. Seguiram-se, logo depois, a Companhia Santista de Crédito Predial, a Cia. Progresso Santista, com o mesmo fim de facultar, aquela, por meio de sorteio, e esta, de empréstimo ao seu mutuário, a aquisição da casa própria.

Essas três associações, que aumentam cada vez mais a sua esfera de ação, criando novos grupos de sorteios e aperfeiçoando o sistema de distribuição de crédito, continuam a incrementar o desenvolvimento predial entre nós.

As construções, que desde 1925 a 1929 iam num crescendo animador, a ponto de se edificar, em média, um e meio prédio diariamente, baixaram sensivelmente, depois de 1930, como reflexo da situação econômica que depois desse ano envolveu o país.

Vejamos a estatística das construções licenciadas pela Prefeitura, no último decênio:

1928
531 construções
1929
553 construções
1930
402 construções
1931
300 construções
1932
353 construções
1933
222 construções
1934
208 construções
1935
321 construções
1936
399 construções
1937
356 construções

Verifica-se que, em 1937, comparativamente com o exercício anterior, houve um sensível decréscimo no movimento das obras licenciadas.

Não há muito, porém, falando à imprensa, o atual chefe do Executivo, dr. Cyro Carneiro, assim explicou esse fato: "Deve-se ter em vista, contudo, que só na aparência decresceu o número das construções, porque se isso aconteceu com as obras licenciadas, o inverso ocorreu com as edificações clandestinas, não alcançadas pelas estatísticas e cuja proliferação assustadora é um índice da notória deficiência da polícia municipal.

"Já no setor das obras públicas, verificou-se no decênio, após um curto período de depressão, notável incremento. Construíram-se edifícios públicos de vulto, como o do Ginásio do Estado, os novos prédios escolares, o Paço Municipal, ainda por acabar, novas pontes sobre os canais de drenagem etc."

Efetivamente, as construções clandestinas têm proliferado nestes últimos cinco anos, calculando-se em mais de cinco mil os chalés de madeira e casas de tijolo levantadas nos pontos afastados da cidade. Isto sem contar outro tanto número de edificações semelhantes, que já existiam anteriormente e cuja legalização, mesmo a título precário, foi processada perante a Prefeitura.

Em 31 de dezembro de 1937, com exceção das construções clandestinas, a estatística predial de Santos, organizada pela Diretoria de Obras, era a seguinte:

Prédios térreos
11.397
Prédios assobradados
4.304
De 1 andar
3.902
De mais de 1 andar
262
Total
19.865

Com as construções licenciadas no decorrer de 1938, resulta que a cidade, em seu 1º Centenário, que se comemora hoje, contará mais de vinte mil prédios.

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