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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM...
1912 - por Laércio Trindade (Indicador Santense)

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Ao longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas Clique aqui para voltar à página inicial do 'Indicador Santense 1912'condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Em 1912, Laércio Trindade era o redator do anuário Indicador Santense, propriedade do "Bureau Central" Agência Central de Negócios, empresa concessionária pela Câmara Municipal, com sede na Praça da República, 16 ("telephone 257, Caixa do Correio 361"). A obra foi impressa na Typ. da "Casa Rembrandt", na Rua 15 de Novembro, 80, Santos. O exemplar, com 620 páginas (entre fotos, anúncios e textos, divididos em seis capítulos e apêndice) foi cedido a Novo Milênio para cópia pelo professor e pesquisador Francisco Carballa.

O texto a seguir integra a 2ª Parte (grafia atualizada):

Companhias, Sociedades, Instituições, Cultos e Associações em geral
[...]


Sociedade Portuguesa de Beneficência - o hospital instalado no bairro do Paquetá
Foto: Indicador Santense 1912

Sociedade Portuguesa de Beneficência
Fundada em 1859
Sede: Rua João Octavio n. 42

Fins:

Manter no mais alto grau de utilidade o hospital que lhe pertence, para tratamento dos sócios enfermos e dos inválidos sem meios de subsistência. Prestar socorros aos sócios que por falta de meios, desemprego, prisão, moléstia ou decrepitude, deles carecerem, e os que falecerem em pobreza, mandar-lhes fazer o enterro.

Prestar os meios necessários aos que por moléstia forem obrigados a sair desta cidade ou do País.

Socorrer as viúvas dos sócios, e praticar quaisquer outros atos de beneficência, virtualmente compreendidos nos fins desta instituição.

Podem ser tratados no hospital os portugueses recém-chegados, se enfermarem nos primeiros seis meses após a sua chegada e estiverem sem recursos. Também podem ser tratados no hospital, ou socorridos por qualquer modo, os portugueses náufragos que arribarem a esta cidade.

Alguns dados históricos:

Em 21 de agosto de 1859, por iniciativa dos incorporadores José Joaquim dos Santos Ayram Martins e José Joaquim da Costa e Silva, se reuniram, na casa n. 20 da Rua 15 de Novembro, em assembléia geral preparatória, vinte sócios para a fundação da Sociedade Portuguesa de Beneficência D. Pedro 5º.

Nessa reunião foram eleitos por aclamação presidente e secretário ad-hoc, respectivamente os incorporadores; e apresentado o projeto dos estatutos, foi discutido e aprovado com algumas emendas.

Em 16 de setembro seguinte foi eleito e empossado o Conselho Administrativo, ficando assim constituída a Sociedade com 98 sócios, sendo eleito seu primeiro presidente o comendador Manoel Alves da Silva.

Primeiros socorros hospitalares:

Em 23 de outubro de 1861 foi contratada com a Mesa da Santa Casa de Misericórdia a admissão e tratamento dos doentes da Sociedade no seu hospital pela diária de 1$500 réis.

Construção do hospital:

Em 12 de abril de 1868 foi lançada a primeira pedra para a construção do edifício do hospital.

Este ato foi revestido de todo o esplendor, assistindo a ele as pessoas mais gradas da cidade, o povo em massa, duas bandas de música, uma comissão da Sociedade Portuguesa de Beneficência de S. Paulo, e alguns cavalheiros mais daquela cidade.

A construção do edifício do hospital foi efetuada por quatro vezes: pela primeira, construiu-se a parte da frente (central com a porta de entrada e janelas de cada lado); pela segunda, o resto da frente e as duas alas laterais até as escadas da chácara, inclusive; pela terceira, a parte de trás fechando o pátio, e o pavilhão hidroterápico; e pela quarta o pavilhão de operações.

O terreno em que está edificado o hospital e que é situado entre as ruas Amador Bueno e Rosário, e com frente para a Rua João Otávio, foi dado pelo comendador Antonio Ferreira da Silva, e sua esposa d. Maria Luiza Ferreira da Silva, por escritura pública de 18 de março de 1868. A doação deste terreno havia sido feita, mas verbalmente, e comunicada à diretoria, em sessão de 15 de dezembro de 1867 pelo seu vice-presidente Domingos Ferreira de Paiva e em 18 de março de 1868 é que foi passada a respectiva escritura de doação.

Inauguração do hospital:

Em 20 e 21 de novembro de 1877 foi deliberada pelo Conselho Deliberativo a abertura do hospital em virtude de proposta e a instâncias do diretor Alfredo Monte Negro, e essa inauguração foi realizada em 6 de janeiro de 1878.

Apesar de o Conselho Administrativo querer dar ao ato um caráter todo modesto, ele tornou-se majestoso, pois que compareceram para assistir-lhe grande número de sócios, damas, cavalheiros, um representante da Sociedade Portuguesa de Beneficência de S. Paulo, e o vigário da paróquia, cônego Scipião Ferreira Goulart Junqueira, lançou a bênção às enfermarias, ficando assim inaugurado o hospital para uso dos sócios, o que tudo consta do respectivo ato.

Os médicos drs. Frederico Von-der Meden e Júlio Furtado ofereceram-se para gratuitamente prestarem os seus serviços aos enfermos.

Faziam parte do Conselho Administrativo: Boaventura Rodrigues de Souza, presidente; Carlos d'Affonseca, diretor; Joaquim de Oliveira Villar, vice-diretor; Eduardo de Mattos, 1º secretário; Mathias Casemiro da Costa, 2º secretário; Manoel Lourenço da Rocha, tesoureiro; Simeão da Silva Meira, síndico, e Alfredo Monte Negro, beneficente.

Atual diretoria:

Presidente sr. Viriato Corrêa da Costa
Vice-presidente sr. Antonio Moraes Ferreira
1º Secretário sr. José da Silva Gomes de Sá
2º Secretário sr. Antonio Gouvêa de Oliveira
1º Tesoureiro sr. José de Pinho Araújo Tavares
2º Tesoureiro sr. José Jorge Caseiro Lourenço Martins
Beneficentes sr. Antonio Joaquim Monteiro Morgado
sr. Alexandre Mello Faro
Conselheiros sr. José de Paiva Magalhães
sr. Manoel Ferramenta da Silva
sr. José de Azevedo Lage
sr. Manoel Gallegã de Souza Santos

[vide Apêndice]


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