O fumo
história do desenvolvimento do Brasil está cheia de exemplos, em que as riquezas do solo pouco favorecidas tem sido pelo esforço do homem para as
desenvolver, ao passo que a natureza se mostrou por tal forma generosa para com o pais, que, apesar do pouco cuidado que lhe é dispensado, o produto
brasileiro consegue obter um lugar e não pequeno no mercado mundial.
Os exemplos mais frisantes deste fenômeno são, sem dúvida alguma, a borracha e
o tabaco, ou, como geralmente se diz no Brasil, o "fumo".
Já os métodos pouco econômicos e bastante antiquados, em uso até recentemente
para a colheita da borracha, fazem sentir o seu mau efeito, visto como a posição de supremacia até aqui ocupada por esse produto brasileiro começa a
ser abalada pelo produto doutros pontos do mundo.
Os processos empregados na cultura do tabaco, conquanto não tenham, à primeira
vista, o mesmo caráter de negligência e imprevidência, são entretanto ainda pouco mais que rudimentares; e, dado o rápido desenvolvimento que a
indústria do fumo tem tido nestes últimos dez anos, facilmente se compreenderá que muito maiores seriam os progressos por ela realizados se os
cultivadores brasileiros tivessem aberto os olhos ao fato de que a procura e o preço dum gênero são, em grande parte, função da qualidade, e à
circunstância, não menos importante, de que a quantidade de produção resulta grandemente dos cuidados empregados na cultura.
Na opinião das autoridades no assunto, o solo do Brasil e o seu clima se prestam
admiravelmente à produção dum tabaco igual ao melhor de Havana, uma vez aplicados os processos de cultura apropriados. Entretanto, os charutos de
Havana ocupam no mercado brasileiro uma situação muito superior à dos charutos nacionais mais cotados, e estes mesmos têm a capa de tabaco havanês.
Felizmente, nota-se agora uma clara tendência para melhorar o produto e o futuro da indústria brasileira do fumo apresenta já aspectos prometedores.
Sem dúvida, possui o Brasil as melhores e mais favoráveis condições para a
cultura do tabaco. Em primeiro lugar, a planta dá espontaneamente no solo brasileiro e em muitos dos seus pontos cresce com a mesma liberdade e
abundância que qualquer erva dos campos. Em muitos pontos do Brasil, cresce o tabaco em qualquer recanto de parede e muitas vezes até pelos telhados
das casas rústicas ou abandonadas; e nas matas é encontrado em abundância. O que apenas se torna necessário é transformar o caos em ordem e dar à
planta um pequeno auxílio para que ela produza o mais possível e à melhor qualidade.
Não é o tabaco uma planta que requeira condições especiais de clima – uma vez
que este não seja sujeito a geadas. Ele prefere, todavia, uma temperatura média de 25º centígrados, sob cuja influência a planta atinge a sua maior
perfeição. O solo que mais lhe convém é a argila rica em sílica e húmus. Nos terrenos de argila grossa as folhas costumam se tornar demasiado
espessas e carregadas com excesso de nicotina.
Das variedades conhecidas de tabaco, apenas a duas não se atribui origem
americana, a saber: a Nicotiana suaveolens, da Nova Holanda, e a Nicotiana fragans, da Nova Caledônia. O sr. Gustavo d'Utra, eminente
autoridade brasileira em assuntos agrícolas, declara que a variedade originariamente cultivada no Brasil foi a Nicotiana langsdorffi; mas
essa tem sido abandonada em favor de outras espécies, tais como a Maryland, Virginia, Havana, Sumatra, Bornéu, Java e Turco, variedades e
sub-variedades essas que têm sido produzidas por diferentes processos de cultura.
O fumo cresce em todos os estados brasileiros, embora em mais vantajosas
condições nos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Groso, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte,
Ceará, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Quando os portugueses aportaram ao Brasil, já o uso do tabaco era conhecido dos
índios; e nos conselhos de chefes de tribos, o cachimbo carregado da folha odorífera passava à volta, de mão em mão. Não há dúvida que o uso do
tabaco despertou a atenção curiosa do pregador André de Thevenet, membro da expedição de Villegagnon, o qual nos legou uma descrição minuciosa sobre
o uso que dele faziam os selvagens da região.
Foi tal a impressão causada aos primeiros europeus chegados ao Brasil, que logo
estes enviaram pés de tabaco para serem plantados em Lisboa; e outros documentos provam como sementes trazidas do Brasil foram cultivadas, em 1559,
no jardim de Jean Nicot, ministro francês, na capital portuguesa. Foi do nome desse diplomata que Linneu tirou a palavra
nicocianas
para designar um gênero botânico, que compreende 35 variedades.
Em breve, os primeiros colonizadores adquiriam o hábito de fumar; logo após o
ano de 1500, se encontram provas evidentes da cultura do tabaco na Bahia; e com o hábito do fumo, rapidamente se estendia também a sua cultura.
Nas plantações de tabaco mais bem administradas, são ainda assim relativamente
primitivos os processos de cultura. Mais ou menos em novembro ou dezembro, se procede ao preparo do solo, que é conservado inteiramente limpo até
fevereiro, por meio de capinas repetidas. Por essa época, são plantadas as mudas, em número de 18.000 para cada alqueire de terra. Daí até a
colheita das folhas, medeiam cerca de nove meses. A colheita duma boa plantação é de 1.300 quilogramas por alqueire. São em seguida as folhas postas
a secar ao sol, depois do que se torna fácil retirar-lhes as nervuras mais fortes, operação esta que se chama destalar. Feita tal operação,
estão as folhas prontas para passar pelo
subseqüente
processo de beneficiamento, o qual dura, em geral, pelo espaço de três meses.
Quanto aos centros de cultura, é o estado da Bahia, por grande diferença, o mais
importante. A sua exportação atinge, em condições normais, 50.000.000 de quilos anualmente. O fumo da Bahia é principalmente empregado para a
manufatura de charutos, os quais se tornam conhecidos e afamados no mundo inteiro. É de lastimar que ainda os charutos baianos tenham a
capa de
fumo da Havana, Java ou Sumatra; breve, porém, virá o tempo em que
um charuto
inteiramente brasileiro ofereça a melhor recomendação como qualidade.
Nem toda a produção de tabaco baiano é, entretanto, usada exclusivamente para a
manufatura de charutos; grande quantidade se exporta também, como fumo em rolo, cigarros etc. Cumpre notar que os conhecedores têm declarado
observar, nos últimos anos, considerável melhoria na qualidade do fumo exportado da Bahia. As fábricas de charutos e cigarros no estado são em
número avultado e representam um capital considerável. Existem 15 grandes fábricas e algumas delas, como a dos srs.
Dannemann &
Filhos, empregam mais de
2.000
pessoas.
Conforme uma autoridade francesa, o fumo
baiano de
primeira qualidade é muito pouco
inferior ao
de Havana, com o qual muito se
parece no
paladar. As melhores marcas, a
julgar pelo
movimento dos mercados, são as que vêm do distrito de Nazaré. Calculava-se em 1907 que o número de charutos anualmente manufaturados na Bahia, para
consumo interno e para exportação, era de sessenta milhões.
Atualmente, a produção anual já pode ser calculada em setenta milhões, embora
não haja, sobre o assunto, estatísticas precisas. A maior parte do fumo da Bahia vai para Hamburgo e para Bremen, que por sua vez o distribuem por
outros mercados europeus. A cultura do fumo no estado da Bahia é um fator de considerável importância econômica, visto como os produtores são quase
todos pequenos lavradores, o que faz com que o dinheiro por eles recebido fica todo no próprio estado.
O fato, porém, de não ser essa cultura feita em larga escala, tem os seus
inconvenientes, sendo devido a isso, em parte, que, até bem poucos anos, os progressos realizados no cultivo e preparo do fumo só se faziam muito
lentamente. Com o enorme e sempre crescente consumo interno, deixando mesmo de lado a possibilidade de se aumentar a exportação, desde que a folha
seja mais cuidadosamente tratada, de maneira a se graduarem e uniformizarem as marcas, há grande margem para se desenvolver a cultura do fumo em
larga escala, com especialistas na maneira de preparar o produto e o uso de máquinas modernas especiais.
A seguinte lista mostra as municipalidades do estado em que a cultura é feita em
maior proporção: Alagoinhas, Amargosa, Aratuípe, Areia, Alcobaça, Bom Jardim, Baixa Grande, Belmonte, Barreiros, Bom Conselho, Brotas de Macaúbas,
Bomfim, Cachoeira, Camamú, Coração de Maria, Coração de Freira, Conceição do Almeida, Capim Grosso, Camisão, Conde, Conceição do Coité, Campo Largo,
Catu, Cruz das Almas, Feira de Sant'Anna, Gameleira do Assuruá, Jeremoabo, Inhambupe, Itapicuru, Humildes, Jacobina, Maragogipe, Muritiba, Mata de
São João, Monte Alto, Nova Boipeba, Olhos d'Água, Ouricanga, Oliveira dos Campinhos, Orobó, Poções, Purificação, Pedrão, Roso, Rio Fundo, Remédios
do Rio de Contas, Sapé, Serrinha, Santo Amaro, Santo Antonio de Jesus, São Felix, Santo Estevão, São Miguel, Santa Bárbara, Tanquinho, Umburana e
Vila de São Francisco. Os principais centros da indústria de charutos são Cachoeira e São Felix.
Na ordem da produção, o segundo estado é o de Minas Gerais, o qual exporta mais
de 3.000.000 de quilos anualmente. A sua produção não pode, entretanto, avaliar-se em relação às cifras obtidas na Bahia, pois que Minas Gerais tem
uma população de 4½ milhões de habitantes, ao passo que aquele estado conta apenas 2½ milhões; e o consumo da população brasileira é considerável.
Muito poucos charutos são manufaturados em Minas Gerais; a exportação do estado
consiste principalmente em fumo picado ou em rolo. Não existem também grandes fábricas, conquanto seja enorme o número dos pequenos manufatores.
A cultura do café no estado de São Paulo coloca a do tabaco em plano muito
inferior. Durante anos e anos, foi princípio econômico profundamente enraizado que devesse o café absorver todas as atenções e cuidados, não
recebendo o tabaco senão uma ligeira atenção. O fato de haver o fumo atravessado tantos anos de negligência, mantendo sempre o seu lugar na escala
dos produtos do estado, e o fato de exportar São Paulo cerca de 2.000.000 de quilos anualmente, além do tabaco que é consumido no interior do
estado, provam à evidência as ótimas qualidades do seu solo para a cultura da preciosa folha.
A zona de produção fica principalmente ao Norte do estado; e a maior parte do
fumo paulista é empregada na manufatura de cigarros. As principais municipalidades de São Paulo onde se produz o fumo são Casa Branca, Paraibuna,
Descalvado, Cajuru e São José do Paraitinga. As experiências aí feitas com as variedades de Turco, Sumatra e São Felix (da Bahia) têm dado
excelentes resultados.
A situação da cultura do fumo no estado de Santa Catarina é ainda hoje,
inexplicavelmente, pouco satisfatória. A planta dá-se admiravelmente e há grande procura do produto; as terras são baratas e o braço tão fácil de
obter como nos outros pontos do Brasil. Além disto, a qualidade do fumo é excelente, tanto para charutos como para cigarros. Entretanto, a
exportação é ainda pouco superior a 400.000 quilos anualmente. Talvez o principal motivo desta escassez de produção resida no fato de estar ainda
pouco desenvolvida a indústria no Estado; e sem nenhuma dúvida, num futuro próximo, a cultura do tabaco tomará a posição a que tem direito.
Uma vez estabelecidas comunicações mais fáceis, Goiás virá a ocupar um dos
primeiros lugares, como estado produtor de tabaco. Dadas as condições que atualmente existem, é preciso confessar que o progresso que tem feito este
estado como centro produtor de fumo é extraordinário. A sua exportação vem logo após as da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. É principalmente como
fumo para cigarros que o tabaco goiano é apreciado pelas suas finas qualidades aromáticas; e, misturado com fumo turco, constitui uma especialidade
muito preferida no Brasil.
O melhor tabaco goiano atinge no mercado preços bastante elevados. O fumo no Rio
Grande do Sul, conquanto já no limite da zona mais fria, desfavorável à cultura, constitui entretanto ainda uma planta resistente e tem a vantagem
de dispensar, em regra, maiores cuidados. Grande parte da sua produção é apropriada à manufatura de charutos; e os charutos rio-grandenses vão já
encontrando no mercado ótima aceitação.
Quanto aos preços atingidos pelo fumo de procedências diversas no Brasil, eis a
seguinte lista de cotações da praça, em março de 1912:
Fumo em rolo: |
Minas Gerais |
por quilo |
Rio Novo, especial |
Rs. 2$200 a 2$500 |
Rio Novo, superior |
Rs. 1$800 a 1$900 |
Rio Novo, ordinário |
Rs. $900 a 1$000 |
Pomba, 1ª qualidade
|
Rs. 1$700 a 1$800 |
Pomba, 2ª qualidade
|
Rs. 1$300 a 1$400 |
Pomba comum |
Rs. $900 a 1$000 |
Minas, especial
|
Rs. 1$300 a 1$400 |
Minas, 1ª qualidade |
Rs. 1$000 a 1$100 |
Minas, 2ª qualidade
|
Rs. $800 a $900 |
Goiás |
por quilo |
Especial
|
Rs. 1$800 a 2$000 |
1ª qualidade |
Rs. 1$600 a 1$700 |
2ª qualidade |
Rs. 1$200 a 1$300 |
Fumo em folha: |
Rio Grande do Sul |
por quilo |
Amarelo I |
Rs. 1$100 a 1$200 |
Amarelo II |
Rs. $950 a 1$000 |
Comum I |
Rs. 1$050 a 1$100 |
Comum II |
Rs. $900 a $950 |
Bahia |
por quilo |
Marca P.F.S. |
Rs.
2$200 a 2$400 |
Marca P.F. |
Rs. 1$600 a 1$800 |
Marca P.P. |
Rs. 1$400 a 1$500 |
Marca P. |
Rs. 1$100 a 1$200 |
1ª qualidade |
Rs. $900 a 1$000 |
2ª qualidade |
Rs. $800 a $850 |
3ª qualidade |
Rs. $700 a $750 |
4ª qualidade |
Rs. $600 a $650 |
A exportação total do fumo do Brasil desde 1905 até 1909, assim como o seu valor
total em mil-réis ouro, e o seu valor médio por quilo, encontram-se no quadro seguinte:
Portos de procedência |
Quantidade em quilos |
Equivalência em mil-réis ouro (27 d.) |
|
1905 |
1906 |
1907 |
1908 |
1909 |
1905 |
1906 |
1907 |
1908 |
1909 |
1 |
Manaus |
236 |
10 |
-- |
285 |
-- |
692$ |
12$ |
-- |
507$ |
-- |
2 |
Belém do Pará |
-- |
98 |
710 |
315 |
-- |
--- |
332$ |
2:314$ |
415$ |
-- |
3 |
S. Luiz do Maranhão |
35 |
238 |
-- |
-- |
-- |
82$ |
166$ |
-- |
-- |
-- |
4 |
Ilha do Cajueiro |
-- |
39 |
-- |
-- |
-- |
-- |
46$ |
-- |
-- |
-- |
5 |
Pernambuco |
-- |
-- |
-- |
-- |
272 |
-- |
-- |
-- |
-- |
75$ |
6 |
Bahia |
17.
996.
137 |
22.
803.
099 |
26.
554.
108 |
14.
612.
910 |
27.
457.
125 |
6.
529:
249$ |
8.
001:
235$ |
10:
408:
571$ |
7.
207:
886$ |
11.
238:
144$ |
7 |
Rio de Janeiro |
275.
976 |
300.
688 |
126.
361 |
64.
366 |
21.
478 |
82:
859$ |
92:
146$ |
60:
213$ |
34:
129$ |
22:
717$ |
8 |
Santos |
-- |
30 |
-- |
20 |
145 |
-- |
59$ |
-- |
32$ |
322$ |
9 |
Paranaguá |
-- |
-- |
-- |
140 |
-- |
-- |
-- |
-- |
59$ |
-- |
10 |
Antonina |
-- |
99 |
-- |
-- |
-- |
-- |
72$ |
-- |
-- |
-- |
11 |
S. Francisco |
120.
359 |
96.250 |
354.
010 |
409.
975 |
122.
165 |
33:
250$ |
32:
540$ |
137:
737$ |
172:
232$ |
40:
639$ |
12 |
Itajaí |
770 |
-- |
92.
250 |
21.
825 |
147.
825 |
213$ |
-- |
39:
175$ |
9:
249$ |
50:
751$ |
13 |
Florianópolis |
-- |
-- |
-- |
-- |
600 |
-- |
-- |
-- |
-- |
329$ |
14 |
Rio Grande |
182.
354 |
14.
035 |
1.655 |
55.
081 |
137.
382 |
38:
465$ |
7:
125$ |
888$ |
16:
274$ |
39:
449$ |
15 |
Porto Alegre |
1.814.
691 |
415.
183 |
2.562.
890 |
98.
325 |
1.893.
995 |
650:
353$ |
149:
417$ |
764:
759$ |
37:
172$ |
423:
044$ |
16 |
Santa Vitória do Palmar |
-- |
-- |
-- |
-- |
770 |
-- |
-- |
-- |
-- |
872$ |
17 |
Corumbá |
-- |
-- |
-- |
622 |
-- |
-- |
-- |
-- |
186$ |
-- |
Total geral |
20.
390.
558 |
23.
629.
769 |
29.
691.
984 |
15.
263.
864 |
29.
781.
757 |
7.
335:
163$ |
8.
283:
150$ |
11.
413:
657$ |
7.
478:
141$ |
11.
816:
342$ |
Valor médio por quilo |
-- |
-- |
-- |
-- |
-- |
$360 |
$350 |
$384 |
$490 |
$397 |
N.E.:
nestas duas tabelas, a notação de alguns valores foi quebrada em mais de uma linha
Países de destino |
Quantidade em quilos |
Equivalência em mil-réis ouro
(27 d.) |
|
1905 |
1906 |
1907 |
1908 |
1909 |
1905 |
1906 |
1907 |
1908 |
1909 |
1 |
Alemanha |
19.
471.
225 |
22.
291.
733 |
28.
403.
113 |
13.
961.
998 |
27.
137.
860 |
7.
018:
947$ |
7.
821:
260$ |
10.
884:
607$ |
6.
848:
100$ |
10.
826:
780$ |
2 |
Argentina |
426.
192 |
370.
030 |
742.
299 |
753.
862 |
1.962.
573 |
142:
960$ |
121:
480$ |
304:
487$ |
373:
151$ |
727:
849$ |
3 |
Áustria-Hungria |
166.
752 |
277.
275 |
103.
707 |
97.
275 |
675 |
41:
481$ |
79:
069$ |
37:
420$ |
41:
147$ |
334$ |
4 |
Bélgica |
-- |
3.219 |
11.189 |
31 |
1.242 |
-- |
1:044$ |
4:781$ |
60$ |
742$ |
5 |
Bolívia |
-- |
-- |
-- |
315 |
-- |
-- |
-- |
-- |
415$ |
-- |
6 |
Chile |
300 |
822 |
4.824 |
4.679 |
5.153 |
1:169$ |
1:183$ |
2:469$ |
2:681$ |
2:001$ |
7 |
Daomé |
5.600 |
11.200 |
5.600 |
-- |
-- |
3:434$ |
2:695$ |
1:488$ |
-- |
-- |
8 |
Estados Unidos |
40 |
10 |
2 |
-- |
-- |
102$ |
12$ |
2$ |
-- |
-- |
9 |
França |
2.800 |
8.680 |
-- |
89.744 |
94 |
1:940$ |
2:374$ |
-- |
40:077$ |
40$ |
10 |
Grã-Bretanha |
117.
140 |
99.
227 |
56.
775 |
53.
385 |
70.
410 |
44:
359$ |
26:
780$ |
17:
219$ |
23:
575$ |
30:
311$ |
11 |
Holanda |
-- |
-- |
1.440 |
-- |
-- |
-- |
-- |
621$ |
-- |
-- |
12 |
Itália |
-- |
-- |
-- |
-- |
631 |
-- |
-- |
-- |
-- |
484$ |
13 |
Paraguai |
-- |
-- |
-- |
850 |
-- |
-- |
-- |
-- |
461$ |
-- |
14 |
Peru |
280 |
2.498 |
-- |
285 |
911 |
80$ |
1:075$ |
-- |
507$ |
395$ |
15 |
Portugal |
90.
962 |
86.
344 |
48.
297 |
29.
448 |
94.
754 |
28:
398$ |
35:
703$ |
25:
363$ |
19:
248$ |
43:
670$ |
16 |
Uruguai |
109.
267 |
478.
731 |
314.
738 |
271.
992 |
507.
454 |
52:
293$ |
190:
469$ |
135:
200$ |
128:
719$ |
183:
736$ |
Total |
20.
390.
558 |
23.
629.
769 |
29.
691.
984 |
15.
263.
864 |
29.
781.
757 |
7.
335:
163$ |
8.
283:
150$ |
11.
413:
657$ |
7.
478:
141$ |
11.
816:
342$ |
Valor médio por quilo |
-- |
-- |
-- |
-- |
-- |
$360 |
$350 |
$384 |
$490 |
$397 |
Nestes diferentes anos, foi o tabaco exportado do seguinte modo:
Anos |
Picado (quilos) |
Em rolo (quilos) |
Em folha (quilos) |
1905 |
2.823 |
771.255 |
19.616.480 |
1906 |
3.424 |
679.727 |
22.946.618 |
1907 |
10.472 |
535.071 |
29.146.441 |
1908 |
5.057 |
685.177 |
14.573.630 |
1909 |
8.230 |
446.449 |
29.327.075 |
Conquanto ainda não avaliados em seus detalhes, a exportação do fumo e o seu
valor em 1910 e 1911 foram englobadamente os seguintes:
Anos |
Exportação em quilos |
Valor em $ papel |
1910 |
34.148.779 |
24.390:582$ |
1911 |
18.489.122 |
14.535:017$ |
É fácil ver, pelo quadro que damos acima, que a Alemanha é, incomparavelmente, o
melhor freguês do fumo brasileiro. De fato, cerca de 90% do total do fumo exportado se destinam ao mercado alemão.
Até certo ponto, porém, a Alemanha é simplesmente intermediária, e é devido a
esse fato a diminuição enorme que se nota na exportação para a Áustria-Hungria, que caiu de 277.275 quilos em 1906 a 675 quilos em 1909.
É entretanto indiscutível que o consumo do fumo brasileiro no interior do
Império Alemão vai crescendo constantemente. A Argentina e o Uruguai são, depois da Alemanha, os melhores fregueses para o produto brasileiro; e não
pode haver dúvida de que a procura, nestes países, crescerá com o seu aumento em população.
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