HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
MUSEUS - 2
Museu Marítimo de Santos
Não são muitos, e mesmo assim alguns são quase desconhecidos
pela população, mas possuem acervos valiosos sobre temas variados, desde biologia marinha até arte sacra e história dos transportes. A abertura do Museu
Marítimo de Santos foi destacada no dia 19 de dezembro de 2005, nas edições impressa e
eletrônica do jornal santista A Tribuna:
Museu tem maquetes de navios e peças de naufrágios
Com maquetes de navios, peças recuperadas de naufrágios e antigos equipamentos de
mergulho, o Museu Marítimo de Santos já está aberto ao público. Ele foi inaugurado na presença de Hildegard Baack, ex-tripulante do
navio alemão Windhuk. Com quase 90 anos, ela relembrou fatos da década de 30 do século passado.
ATRAÇÃO: Museu Marítimo de Santos tem vários equipamentos
Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria
Segunda-Feira, 19 de Dezembro de 2005, 08:06
Museu Marítimo é motivo de lembranças
Da Reportagem
Hildegard Baack era tripulante do navio alemão
Windhuk, que chegou disfarçado no Porto de Santos, em 1939, fugindo dos ingleses. Na manhã de sábado, Hildegard, que está para completar 90 anos
de idade, veio especialmente de Santo André para relembrar um pouco de sua história. Ela participou da inauguração do Museu Marítimo de Santos, que,
entre outras peças, contém uma maquete da embarcação em que era professora.
"Na época, eu tinha 22 anos e queria conhecer o mundo. Vivi bons momentos dentro do navio e
grandes aventuras também. Esta maquete me faz relembrar toda essa história", comenta.
Junto com Hildegard, outras 243 pessoas estavam a bordo. Entre elas, o comissário de
bordo, que posteriormente virou seu marido. "Nosso casamento foi dentro do navio, com a presença até do prefeito de Santos", relembra.
Além da maquete do Windhuk, o museu conta com um acervo composto por peças de
origem arqueológica marinha resgatadas de naufrágios desde o século 17 até hoje.
Entre elas, talheres e uma luminária do navio Príncipe de Astúrias, que
protagonizou o maior naufrágio do Brasil. A embarcação afundou em 1916, em Ilhabela, causando a morte de 477 pessoas.
Outro atrativo fica por conta dos antigos equipamentos de mergulho. No local, há um
escafandro inglês, utilizado na década de 50. O equipamento ajudou no resgate de peças de um navio pirata francês que afundou em 1718.
"Só para se ter uma idéia de quanto este equipamento era pesado, as botas tinham 16
quilos cada uma", explica o diretor presidente da Sociedade Museu do Mar, Luiz Alonso Ferreira.
Segundo Ferreira, a iniciativa demorou mais de 12 anos para se concretizar. "Nosso
primeiro passo foi o recebimento de todo o acervo do Museu Histórico Naval de São Vicente. O material era composto por quadros, maquetes, medalhas
comemorativas, livros e postais do engenheiro civil Carlos Alfredo Hablitzel", destaca.
Serviço - O Museu Marítimo abre das 9 às 19 horas e fica na Avenida Governador
Fernando Costa, 343, Ponta da Praia. Em janeiro, fechará às 20 horas. O ingresso custa R$ 10,00. Crianças até 5 anos de idade não pagam.
Escafandro foi usado para resgatar peças em navio pirata
Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria
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O jornal santista A Tribuna também registrou, na edição de 25 de janeiro de 2007:
DIVERSÃO
Museu Marítimo é atração na Ponta da Praia
Da Reportagem
Longe das escolas, imagine ter uma aula de História. Nesse
local há vários objetos que - à primeira vista - lhe parecem estranhos. De repente, ao fundo, uma música antiga que os piratas costumavam cantar
começa a ser reproduzida. Poucos metros adiante, uma surpresa: um escafandro, de quase dois metros de altura, produzido em 1910. Bem-vindo, você
está no Museu Marítimo.
Inaugurado há pouco mais de um ano, o local proporciona a seus visitantes uma verdadeira volta no
tempo, em épocas que os protagonistas da história, muitas vezes, eram pessoas que não estavam do lado do bem. Os piratas, segundo o
diretor-presidente da Sociedade Museu do Mar, Luiz Alonso Ferreira, ficaram conhecidos por grandes assaltos que realizavam, mas eles representam um
importante capítulo na história.
"Os livros sempre camuflaram os piratas, que são diferentes dos corsários. Os primeiros eram
independentes, já os corsários foram uma espécie de piratas autorizados pela rainha da Inglaterra e receberam esse nome em razão dos corsos
(caças a outros navios) pelo mundo", explica Ferreira ao afirmar que, mesmo para quem já conheceu o museu, vale a pena visitar o local várias vezes.
Isso porque, desde o início do mês, Ferreira está reproduzindo três CDs de músicas que piratas e
antigos marinheiros costumavam cantar há mais de 200 anos. "Trouxe esse repertório dos Estados Unidos para dar um clima diferente no museu. Lá (nos
EUA), existe um Museu do Naufrágio. Essas músicas - que ditavam o ritmo de trabalho nas embarcações - são conhecidas como Shaty e tocadas por
grupos folclóricos.
As músicas, na verdade, são apenas um detalhe em meio a tantos objetos. Muitas peças, lembra
Ferreira, eram do antigo Museu Histórico Naval de São Vicente. "Teremos, em breve, um espaço destinado exclusivamente aos piratas e televisores
passando filmes sobre piratas. Temos planos também de realizar visitas programadas de estudantes da região".
Embarcações - No segundo andar chama a atenção a réplica do navio Windhuk (que, em
alemão, significa "canto do mar"), que chegou disfarçado no Porto de Santos em 1939, fugindo dos ingleses. A maquete feita por um ex-tripulante se
mistura a outras várias miniaturas de navios que marcaram a história.
O metalúrgico aposentado Daniel Gaspar, de 56 anos, que visita Santos pela primeira vez, ficou
impressionado com o acervo do museu. "Eu e minha família gostamos muito. É interessante conhecer um pouco mais da história dos mares", disse Gaspar,
que veio de Indaiatuba, no Interior do Estado.
Serviço - O Museu Marítimo fica na Avenida Governador Fernando Costa, 343, Ponta da Praia. O
ingresso custa R$ 6,00. Crianças menores de cinco não pagam.
Inaugurado há cerca de um ano, local possui escafandro de quase dois metros de altura
Foto: Carlos Marques, publicada com a matéria
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