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MAIO: O MÊS DA SAÚDE MENTAL VIRA LEI EM SANTOS
O projeto de lei do vereador Ademir Pestana, de Santos, apresentado
em 2004, instituindo o mês de maio como o Mês da Saúde Mental, obedeceu a uma série de fatos importantes ocorridos nesse mês, que tem, em Santos,
especial significado por sua expressão mundial no tema em face da intervenção no Anchieta.
Há 50 anos, no dia 20 de maio, se inaugurava, no Rio de Janeiro, o
"Museu do Inconsciente". Era o marco da política humanitária e racional de tratamento dos doentes mentais que, iniciada nos anos 30 por Nise da
Silveira, discípula de Jung, revolucionaria os conceitos de psiquiatria no Brasil e no mundo. Há 104 anos, registrados no dia 18 de maio, nascia o
Hospital Psiquiátrico do Juquery.
Em maio de 1978 foi aprovada a Reforma Psiquiátrica na Itália. No dia
18 de maio comemoramos o Dia da Luta Antimanicomial no Brasil, desde o evento que a inaugurou, em 1987, o II Congresso de Trabalhadores da Saúde
Mental, desencadeando um processo de transformação. Em 1989, no dia 3 de maio, Santos resgatava para o país uma política humanitária para o
tratamento dos doentes mentais.
Maio é, pois, um mês dedicado à saúde mental e quisemos vê-lo fixado
no calendário, esta nossa proposta, pois que Santos é referência brasileira. Era a "redenção da loucura" – e o fim das torturas aconteceu em Santos
com a prefeita Telma de Souza, há 15 anos.
E o 18 de maio deste ano, marcado como o Dia da Luta Antimanicomial,
comemorou o primeiro ano da lei brasileira do deputado federal do PT Paulo Delgado, que desde 1989 tramita no Congresso Nacional, modernizando de
fato o atendimento hospitalar e não criando novos setores excluídos.
Pirado, biruta, pinel, abilolado, bobo, tantã, maluco, doido,
alienado, com um parafuso a menos: são nossos irmãos, são pessoas como nós. É deles o mês de maio. |