Inaugurado em 23 de setembro de 1923, o hotel fica no Gonzaga
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria
PRESERVAÇÃO
Atlântico Hotel poderá ser tombado
Da Reportagem
O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa)
decide hoje, às 9 horas, se abre estudos para tombar o prédio do Atlântico Hotel, no Gonzaga.
O pedido partiu do secretário municipal de Turismo, Eduardo Conde Bandeira.
Inaugurado em 23 de setembro de 1923, o hotel está localizado em um dos pontos mais
nobres da Cidade: no número 1 da Avenida Presidente Wilson, esquina com a Ana Costa. Até hoje, o prédio conserva a arquitetura de estilo eclético.
"É um dos hotéis remanescentes da década de 20, visto que, no início do século 19, a
região do Gonzaga possuía estabelecimentos hoteleiros que, com o passar dos anos, foram extintos", justifica o secretário. "Além disso, é o único
hotel que já funcionou como cassino". (N.E.: na verdade, o Hotel Parque Balneário, defronte ao
Atlântico, e o Palace Hotel, no José Menino, também funcionaram como cassinos, havendo igualmente hotéis-cassino em
Guarujá, então distrito santista).
Se os conselheiros do Condepasa decidirem iniciar o processo para tombamento, o
Atlântico vai se tornar o 16º imóvel a ser analisado pelo órgão este ano. A maioria está concentrada ao longo da Avenida Conselheiro Nébias.
"Até dezembro, queremos colocar em votação no conselho o tombamento de pelo menos
quatro desses imóveis", adianta o presidente do Condepasa, Bechara Abdalla Pestana Neves.
Embaré - O último imóvel a ser incluído na lista de
estudos do Condepasa foi um casarão, no número 57 da Rua Vergueiro Steidel, esquina com a Castro Alves, no Embaré.
Projetada em 1949 pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas, e executada pelo
engenheiro Aníbal Clemente Martins, a casa representou uma inovação arquitetônica, por ser composta por dois blocos distintos, interligados por
rampas e um jardim coberto por pérgulas (vigas vazadas).
"É um projeto que foi reconhecido e difundido através de diversas publicações
especializadas em arquitetura moderna", explica o presidente do Condepasa. Segundo Pestana Neves, a abertura do processo de estudos, por si só, já
protege o imóvel de eventuais intervenções que alterem as características originais. "A partir de agora, qualquer intervenção tem que ser comunicada
ao conselho, que orientará os proprietários sobre a forma adequada de fazer as alterações".
Os donos da casa não foram localizados para comentar a possibilidade de tombamento.
Segundo uma funcionária, eles estão viajando e só retornam na próxima semana.
De acordo com o Condepasa, não há previsão de quando os estudos serão concluídos.
A casa da Rua Vergueiro Steidel, nº 57, foi projetada em 1949 pelo arquiteto Vilanova
Artigas
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria
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