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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (M)
Paulistanos compram tudo... em 2008 (7)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas.

Seis décadas depois da matéria em que se anunciava a especulação imobiliária paulistana em Santos, uma nova onda especulativa - agora avançando em direção à Zona Noroeste e aos morros de Santos - continuava sendo registrada no jornal A Tribuna, em 14 de janeiro de 2008 (páginas 1 e A-5):

HABITAÇÃO
Boom imobiliário é bem recebido na ZN

Os projetos imobiliários previstos para a Zona Noroeste e o Morro da Nova Cintra, em Santos, com a construção de 2.500 unidades habitacionais, noticiados ontem por A Tribuna, foram bem recebidos por moradores e freqüentadores, que ressaltaram que a segurança e o comércio poderão melhorar nessas regiões.


HABITAÇÃO

Construção de prédios na ZN e nos morros é aprovada

Alguns moradores, porém fazem ressalvas

Rafael Motta
Da Redação

Os projetos para quatro condomínios na Zona Noroeste e um no Morro da Nova Cintra, noticiados ontem por A Tribuna, foram bem recebidos por moradores e freqüentadores: acham que a segurança e o comércio poderão melhorar nessas regiões.

Alguns, porém, pensam que características tradicionais - a tranqüilidade, no morro, e a ocupação exclusivamente por casas, sobrados ou prédios baixos, na parte Noroeste - começarão a desaparecer quando for lançado o primeiro empreendimento, o que está previsto para este semestre.

A cabeleireira Maria Clara Nunes dos Santos, residente no Nova Cintra há 40 anos, jamais trocaria "minha casinha" por um apartamento num dos prédios a serem erguidos em um terreno diante da Lagoa da Saudade. "Acho que vai ficar menos sossegado, mas, não sou contra. Tem o progresso, também".

No morro desde que nasceu, faz meio século, o dono de um bar vizinho à lagoa antevê o fim do que chama de "uma zona rural dentro da Cidade". No entanto, julga "ótimo" que 80 novas famílias cheguem ao local. "Mais pessoas virão. Penso, atém, em fazer uma padaria", planeja Paulo Rogério Lopes.

Preços e IPTU - O aposentado Carlos Gilberto da Silva, na Areia Branca "há uns 50 anos", sente que a Zona Noroeste perderá áreas de lazer, e os preços das mercadorias poderão aumentar assim que forem inaugurados os quatro condomínios projetados na área do Estradão, perto de São Vicente.

Diácono na paróquia Sagrada Família, o comerciante José Carlos da Silva, que vive na cidade vizinha, não tem "nada contra" a verticalização da região. "Será bom para a segurança. Os órgãos públicos terão outra visão da área".

O prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB) entende que os investimentos da Prefeitura em vias públicas e na drenagem da Zona Noroeste, aliados aos empreendimentos privados, deixarão a região valorizada.

Sobre um futuro reajuste do IPTU em conseqüência dos melhoramentos, Papa nada confirmou: previu, apenas, que "os preços dos imóveis poderão aumentar".


Terreno nas proximidades da Lagoa da Saudade, no Nova Cintra, receberá empreendimento
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria

Fim do futebol de várzea é criticado

- Acabou, hein, prefeito?

- Acabou o quê?

- Com os times de futebol!

Foi o começo de uma breve conversa entre o ensacador José Carlos de Souza e o prefeito João Paulo Tavares Papa, que, às 11h15 de ontem, ia à festa de aniversário dos 50 anos da Sociedade de Melhoramentos do Rádio Clube.

A Tribuna testemunhou o encontro, na Avenida Afonso Schmidt, ao lado da área do Estradão. Esburacada e sem as traves dos antigos campos, nunca mais servirá ao futebol de várzea entre times da Zona Noroeste.

O prefeito argumentou que a vizinhança poderá continuar com o esporte em lugares como o Jardim Botânico e o Ginásio Poliesportivo Dale Coutinho. Sem sucesso. Depois que Papa foi embora, Souza lamentou o projeto imobiliário para o espaço.

"Aqui, os meninos podiam jogar bola, empinar pipa. Agora, vão para o tráfico", previu o ensacador, que ainda espera que sejam mantidos "dois campos, para a comunidade ter o que fazer".

 
Ainda o jornal A Tribuna, em 16 de janeiro de 2008 (páginas 1 e A-6):
 


NOVA CINTRA TERÁ MAIS 80 LOTES DE ALTO PADRÃO - O mercado imobiliário no Morro da Nova Cintra terá um novo impulso até o final do ano, com o início das vendas de 80 lotes de alto padrão na 2ª fase do Parque da Montanha. No local, os primeiros terrenos foram comercializados anda nos anos 1980
Foto: Alberto Marques, publicada com a matéria

IMÓVEIS

Nova Cintra ganhará mais 80 lotes de alto padrão

Parque da Montanha terá 2ª fase

Flávio Leal
Da Redação

O mercado imobiliário no Morro da Nova Cintra, que vem ganhando impulso com novos empreendimentos residenciais, deve ganhar mais fôlego até o final deste ano com o início das vendas de cerca de 80 lotes de alto padrão da segunda fase do Parque da Montanha.

A informação do lançamento da nova fase do loteamento foi confirmada por Oswaldo Abelha Pupo, proprietário da corretora que comercializou os primeiros 64 lotes do condomínio, na década de 80.

Segundo Abelha Pupo, após sete anos de uma batalha judicial com o Estado sobre a ocupação da área, a fase do empreendimento, agora, é de composição da estratégia para as vendas e abertura da via principal, assuntos que serão discutidos entre as três empresas proprietárias do local, todas da Capital. "Devemos nos reunir em breve", disse Pupo.

A liberação do Parque da Montanha ocorreu em outubro, segundo o corretor, Pelos planos existentes até o momento, haverá um eixo principal com 900 metros de extensão por onde se distribuirão os lotes, entre mil e dois mil metros quadrados. Os preços ainda não foram definidos.

"Acredito que (o futuro lançamento) será uma das últimas opções para quem quer morar em casas de alto padrão em Santos, uma vez que somente prédios estão sendo lançados", comentou Abelha Pupo, que confessa ter sido sondado por "duas ou três" construtoras interessadas na compra da área, que fica numa das regiões mais altas do morro.

NÚMERO

160 apartamentos em dois prédios serão construídos no Nova Cintra, numa área próxima à Lagoa da Saudade

  

Atualmente, existem cerca de 20 imóveis de alto padrão construídos nos lotes da primeira fase do Parque da Montanha. Um deles, com 550 metros quadrados de área construída e 1.000 de área total, com quatro suítes, cascata e pomar, está à venda por R$ 950 mil.

O aumento da especulação imobiliária no morro tem sido percebido pelos moradores e comerciantes do local. Adriano Quirino, que há dois anos tem uma pet shop no morro e é morador do Campo Grande, afirma que gostaria de comprar um imóvel para morar no local. "Mas, com estes preços, não consigo", confessa.

O comerciante afirma que terrenos com 500 metros quadrados, aproximadamente, têm sido vendidos por valores que variam de R$ 100 mil a R$ 120 mil. "Não sabemos quem são os novos proprietários. As construtoras, geralmente, não divulgam quem são os compradores para não aumentar os preços ainda mais".


Os primeiros 64 lotes do condomínio foram comercializados nos anos 80. Entre as construções, há residências à venda por R$ 950 mil
Foto: Alberto Marques, publicada com a matéria

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