Os 65 anos de uma tradição muito junina

Quermesse da Nova Cintra é aberta hoje

Michella Guijt

Da Redação

Hoje é um dia especial para a igreja que guarda um dos 17 morros de Santos, além de seus moradores: a Quermesse da Paróquia São João Batista completa 65 anos de existência.

A importância do evento está na ponta da língua de todos que moram no entorno da Praça Guadalajara, o grande palco da festa sexagenária, também conhecida como Quermesse do Morro da Nova Cintra.,

"A festa faz parte das nossas vidas, além de ser uma tradição na Cidade. E é um prazer receber todos em nossa comunidade", conta, orgulhosa, Vera Santana Fidalgo, que nasceu e cresceu no Morro da Nova Cintra.

Ela é uma das voluntárias da igreja que surgiu a partir dos festejos. Muita gente nem imagina, mas no local que abriga a Praça Guadalajara havia um grande elevado com uma pequena capela no alto.

"A quermesse junina foi criada justamente para angariar fundos e construir uma igreja maior", conta o diácono da Paróquia São João Batista, José Guerra.

Somente após algumas edições da festa, o local foi aplainado com a ajuda de muitos moradores. "A maioria dos habitantes era de portugueses da Ilha da madeira, que também tem muitas elevações. Os mais antigos contam que os próprios moradores ajudaram a aplainar o terreno onde está a igreja", diz Guerra.

A paróquia começou a ser construída no início da década de 60. "A atual estrutura da igreja foi inaugurada em 1963. A paróquia está prestes a completar 100 anos atendendo e congregando quem vive no Morro da Nova Cintra e em outras comunidades, que são a Vila Progresso e o Morro Santa Maria", destaca o diácono.

Renda - Os recursos arrecadados na quermesse ajudam a custear a manutenção da igreja, além de ações religiosas e sociais. "Durante o resto do ano, fazemos cursos profissionalizantes e de geração de renda. Também distribuímos cestas básicas para cerca de 50 famílias", conta Guerra.

Exceto o Restaurante da Paróquia São João Batista (defronte à igreja), todas as barracas montadas ao redor da Praça Guadalajara são exploradas por particulares. "Mas, todos têm de reverter para a igreja parte do lucro obtido durante a festa", ressalta o diácono.

A quermesse também é uma oportunidade de geração de renda para cerca de 70 famílias que trabalham direta e indiretamente na celebração.

A chefe de um destes núcleos familiares explica o significado do evento para eles. "A festa faz parte da nossa história. Eu e meus filhos crescemos nesta quermesse. Além disso, já contamos com o que vamos conseguir ganhar na quermesse para pagar as contas", diz a paranaense Terezinha Ramos, que chegou ao Morro da Nova Cintra aos 6 anos de idade.

Com a ajuda dos quatro filhos e do marido, ela comercializa lanches e bebidas em uma das 60 barracas. "Todo mundo trabalha muito. Mas, fazemos tudo com amor e dedicação porque temos muito orgulho da nossa quermesse", garante.

Diversão - A quermesse será realizada a partir de hoje até o dia 1º de julho. De domingo a quinta-feira, a diversão acontece das 20 horas à meia-noite. Já de sexta-feira a sábado, os festejos vão até 1 hora.

Como nos anos anteriores, o evento conta com parque de diversões, com atrações para crianças e adolescentes, e um grande palco, onde shows musicais são realizados de quinta-feira a domingo.

Outro destaque da festa é a gastronomia: pratos doces e salgados típicos dos festejos juninos são comercializados durante a quermesse.

Segurança - A Secretaria Municipal de Segurança informa que empregará oito guardas municipais na segurança do evento, em duas viaturas (uma de monitoramento e outra de ronda).

A Polícia Militar realizará policiamento ostensivo a pé e com o auxílio de viaturas nos períodos da festa, também com o apoio da Força Tática da PM.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos vai reforçar as linhas de ônibus com destino ao Morro da Nova Cintra, além de bloquear e organizar o trânsito no local e entorno da igreja durante a festa.