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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Clubes
O clube dos portuários (2)

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Criada em 1926, a Associação Atlética dos Portuários de Santos teve sua história lembrada também no Almanaque da Baixada Santista - 1973, editado pelo saudoso pesquisador Olao Rodrigues e produzido por Bandeira Júnior, da editora Indicador Turístico de Santos:
 


O projeto da nova sede e ginásio da Associação Atlética dos Portuários de Santos
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A. A. dos Portuários de Santos – uma força no esporte amadorista

Duas das mais vigorosas expressões do campo varzeano do passado – América Futebol Clube e Esporte Clube Docas de Santos – fundidas por vontade unânime de seus diretores e associados, converteram-se em autêntica força no domínio esportivo amadorista do Município. Eis a verdade. Eis a Associação Atlética dos Portuários de Santos. O instrumento da fusão verificou-se em memorável assembléia realizada no dia 29 de abril de 1921, na sede do América Futebol Clube, na Rua João Guerra nº 60. Dessa aliança surgiu a Associação Docas de Santos que, em 1932, por exigência estatutária da então Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) teve a denominação alterada para Associação dos Portuários de Santos.

Grandes homens passaram pela direção do clube que reúne grande número de empregados da Companhia Docas de Santos, todos eles empolgados por uma agremiação que, no futuro, continuasse a representar substancial célula no corpo esportivo e social do Município, ideal plenamente alcançado. Entre os nomes que muito se distinguiram pelo desenvolvimento e expansão do clube da estrela solitária é exato e oportuno, neste passo, apontar o de Manuel Tavares da Silva presidente da primeira diretoria que, à exceção do ano de 1929, se manteve no posto até o ano de 1942.

Realizações – O Portuários, como já dissemos, é uma força no campo social e esportivo do Município. Contando em todas ocasiões com gente dedicada e operosa em sua administração, dispõe das melhores instalações da Cidade, refletindo sua praça de esportes sincera homenagem a um de seus grandes cooperadores, o engenheiro Ismael Coelho de Sousa. Desenvolvendo várias outras atividades esportivas, além do futebol, chegando a manter um parque infantil, a que deu o nome de Da. Maria Aflalo Berenguer, esposa do engenheiro J. M. Berenguer, atual inspetor geral da Companhia Docas de Santos e prestigioso colaborador da agremiação.

Como se infere, o Portuários não proporciona apenas esporte e recreação ao seu corpo associativo, senão também cuida de envolver os filhos dos associados. Pelo que representou no passado, pela sua expressão no setor esportivo-social dos dias atuais e pelas perspectivas que se lhe deparam, o clube da maior empresa portuária do Brasil ganha acentuada influência no campo amadorista da Cidade, tanto pelo patrimônio quanto pela dedicada e eficaz atividade administrativa, não como serviço exclusivo, é evidente, mas como obra diretiva que deve ser realçada elos atributos de dedicação, zelo, probidade, eficiência e operosidade de quantos ocuparam e ocupam cargos de responsabilidade.

Na história e na legenda do associativismo de Santos, a Associação Atlética dos Portuários deve ser ressaltada como instituição de positiva categoria e, de tal modo, que não apenas aqueles que empregam sua atividade na Companhia Docas de Santos devem conhecê-la e senti-la senão também todos que se interessam pelo bem-estar social e expansão esportiva do Município.

Em sua já longa vivência, a Associação Atlética dos Portuários muito se torna saliente pela colaboração que oferece ao ambiente esportivo-social do Município e, por certo, pelo tempo afora, bem constituída que é, haverá de tornar-se digna da pujança associativista de Santos, tantos e quantos são os seus predicados de esportividade e robustez social.

Em 2 de maio de 1973, o antigo jornal diário Cidade de Santos publicou:


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Portuários: lançada a pedra fundamental

Reunidos em leque, como numa fotografia dos anos 40, os diretores, conselheiros, autoridades e demais convidados da Associação Atlética dos Portuários de Santos viram ser lançada a pedra fundamental do conjunto social e esportivo que se pretende construir no terreno cedido pelo Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis (DNPVN). Ao ser desatada a fita, simbolizando o início das obras, foi dado o primeiro passo para a construção de um gigante.

Vizinho a outro gigante, A. A. Portuguesa Santista, que também conseguiu áreas do DNPVN, o clube dos Portuários tem planos já elaborados para a construção de seu conjunto esportivo e social, que vai abrigar: campo de futebol, pista de atletismo e estande de tiro, ginásio de esportes, piscinas, sede social, bosque e capela, além de quadras para outros esportes.

Solenidade ao sol - Expostos ao sol com seus ternos cinzas e pretos, os convidados discorreram durante longo tempo sobre a necessidade da construção do conjunto esportivo, como fez o advogado Aurélio Franzese, falando em nome dos sindicatos portuários. Disse Franzese que "o presidente da República ressaltou a importância das tarefas que têm as associações de trabalhadores em cuidar, não só da parte assistencial, mas principalmente das atividades sócio-esportivas".

É cumprindo essa determinação do Presidente que os diretores da AA Portuários de Santos conseguiram a área por cessão do DNPVN e contrataram o arquiteto Elyseu de Andrade Jr. para fazer o projeto. Para a construção do gigante espera-se uma inversão vultosa de recursos financeiros, que, provavelmente, o clube dos Portuários não possui.

A propósito dos recursos, o comandante Roberto Coutinho Coimbra, da Coseps, afirmou em seu discurso que os órgãos governamentais (CDS, DNPVN, Coseps) "já estão procedendo ao levantamento do patrimônio da Associação Atlética dos Portuários de Santos, para que se possa saber, efetivamente, com que recursos a Associação pode contar para a construção desse empreendimento".

O comandante Coimbra repetiu a importância do plano financeiro para a consecução dos projetos da entidade, e disse que "na medida do possível, estava à disposição dos Portuários de Santos". Disse, ainda, da importância de se trabalhar" não em um ritmo acelerado, mas em ritmo harmônico, para que possamos construir essa obra de importância para os trabalhadores".

Os recursos - De acordo com Ginesio Fernandes, da Comissão de Obras, a situação financeira da Associação Atlética Portuários de Santos é "bem razoável". Contando com 5.000 sócios - com a maioria de 4.800 empregados da Cia. Docas - o clube, com seus próprios recursos, comprou a área vizinha ao terreno cedido pela DNPVN, onde construirá a sede social e algumas dependências esportivas. Vale ressaltar que a compra dessa área foi feita à vista e pelo preço de Cr$ 210.000,00, segundo o próprio Ginesio Fernandes.

Aguarda-se que a Diretoria e o Conselho da AA Portuários de Santos consigam, em assembléia a ser realizada, aumentar a mensalidade de seus associados (atualmente é de Cr$ 12,00) e fazer uma "possível campanha" para que se obtenham os recursos necessários.

De parte das entidades do governo, o comandante Coimbra, da Coseps, pretende "estudar um plano para acelerar a execução do projeto", em conjunto com a Cia. Docas de Santos e o DNPVN. O primeiro passo seria "a indenização das atuais instalações dos Portuários (na Rua Xavier Pinheiro) para que se possa iniciar a obra".

"A par das redes de água, esgoto e iluminação, que são fundamentais, as nossas metas prioritárias são o campo de futebol (que inclui, também, a pista de atletismo) e o Ginásio de Esportes, onde poderão ser realizadas as promoções de caráter social". Ginesio Fernandes, da Comissão de Obras, explica, acrescentando que "a seguir, o mais importante - mas não prioritário - é o conjunto de piscinas, que atualmente o clube não dispõe".

Autoridades e convidados - Participaram da solenidade e do coquetel oferecido a seguir, além do comandante Roberto Coutinho Coimbra, do Coseps, o engenheiro Saulo Pires Viana, da Diretoria e Inspetoria da Cia. Docas; o engenheiro Mário Souza Nascimento, inspetor fiscal do Porto do DNPVN; os deputados Athié Jorge Coury e Alfeu Brandão Praça. Os vereadores Martinho Nelson Ribeiro e Nelson Fabiano. O capitão-de-fragata Astrolábio Passos, representando o capitão dos Portos; engenheiros da Cia. Docas, diretores e conselheiros da AA Portuários de Santos, e representantes de entidades sindicais. A benção da pedra fundamental foi dada pelo padre Airton, da igreja de São José.

Em 11 de dezembro de 2007, o jornal santista A Tribuna registrou, na seção A Tribuna nos anos 60 (página D-3), do jornalista Hamleto Rosato, referente ao dia 11 de dezembro de 1966, um domingo:

O TAMBORÉU NO PORTUÁRIOS - A Associação Atlética dos Portuários sempre teve muita atividade, quer social, quer esportiva. O presidente Ismael Coelho de Souza, que durante longos anos foi inspetor geral da Cia. Docas, apoiou, e muito, a entidade no início e também outras numerosas associações, inclusive no tamboréu. A foto mostra parte dos que praticavam esse esporte, muito bem uniformizados. Santos muito se orgulhava desses atletas, que primavam pela disciplina, espírito de camaradagem e equilíbrio

Foto: reprodução, publicada com essa legenda