Saldanha está em festa.
Completa hoje 90 anos

O esporte amador da Cidade vive hoje um dia especial. O Clube de Regatas Saldanha da Gama, uma de suas mais tradicionais agremiações, comemora hoje 90 anos de existência. Às 8 horas, o presidente João Pinto de Sá comanda a cerimônia de hasteamento das bandeiras, que contará com a presença de toda a diretoria executiva e membros da mesa do Conselho Deliberativo.

Já às 20h30, o pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, o padre Javier, fará uma oração em ação de graças no Salão de Troféus do clube.

Na área esportiva, têm prosseguimento os torneios de aniversário. Na tranca, a partir das 20h15, jogam: Saldanha x Internacional, Tricanas x Regatas Santista, Saldanha x Vasco da Gama e Fluminense x Botafogo. No futebol, as equipes principal e de veteranos do Saldanha enfrentam os respectivos quadros da Associação Atlética dos Portuários de Santos.

Já no sábado, a partir das 23 horas, o grande acontecimento social do mês, no clube: o Baile de Aniversário, que deverá reunir mais de 2.000 pessoas.

Cores da revolução francesa

Luiz Felipe, almirante brasileiro que morreu em 1895, lutando contra a República a favor da Monarquia, emprestou seu sobrenome para o Clube de Regatas Saldanha da Gama. E, desde o seu início, o Saldanha manteve sua neutralidade, até política, pois foi fundado no dia 14 de julho de 1903, escolhendo as cores azul, branco e vermelho, inspiradas no Terceiro Estado (classe média) da Revolução Francesa de 1789.

Em um dia de julho de 1903, Alberto Xavier de Moraes, seu irmão Albertino e o colega Antônio Figueiras Chaves Júnior estavam na biblioteca da União Operária, na Rua Henrique Porchat, quando resolveram fundar um clube. Seria uma agremiação náutica, como o Clube Internacional de Regatas e o Clube de Regatas Santista, que já existiam. Consultaram alguns livros e escolheram o nome - Clube de Regatas Saldanha da Gama.

No dia 14 de julho de 1903, às 14 horas, na sede da União Operária, começou a reunião para a fundação do Saldanha. Presentes João Scott Barbosa, representando o Internacional e uma revista especializada em remo, A Canoagem; Adolfo Hayden Barbosa, Deoclécio de Andrade e Manoel Câmara, do Regatas Santista. João Scott presidiu a reunião e no livro de presenças, somente três assinaturas: Albertino Xavier de Moraes, Alberto Xavier de Moraes e Antônio Figueiras Chaves Júnior.

Logo depois, Edgar Esquivel, do Internacional, que estava afastado do seu clube, apresentou uma lista de associados com os nomes dos que fundariam o Saldanha: João Francico Right, Arthur Camargo, Artur Fonseca, Carlos Botelho de Vasconcellos, Sílvio Caldeira, João da SIlva Bittencourt, Maximiliano de Queiroz e João Silvino de Moraes.

Primeira diretoria - No dia 9 de agosto foi formada a primeira diretoria, já que até aquele dia uma provisória dirigia o clube. O presidente era Edgar Ramires Esquivel; 1º secretário, Maximiliano Queiroz; 2º secretário, José Silva Bittencourt; tesoureiro, Sílvio Caldeira; diretor de regatas, Artur Fonseca; zeladores, João Sílvio de Moraes, Alberto Xavier de Moraes e Albertino Xavier de Moraes. Assembléia geral - presidente, João Scott Barbosa; vice, João Martins Peixoto; 1º secretário, Ubaldo de Oliveira; 2º secretário, Antônio Carlos Botelho.

Um barracão da Neumann Gepp e Co. Ltd. defronte do armazém 8 da antiga Companhia Docas de Santos abrigou as embarcações do Saldanha. Ali era tudo: estaleiro, sede etc. No dia 23 de março de 1904, para guardar os novos barcos que o clube comprou de Oxford (Inglaterra), a Assembléia autorizou a compra do atual terreno e a construção de um barracão, que já faz parte do passado, substituído pelos conjuntos arquitetônicos da Avenida Almirante Saldanha da Gama, 44/63, na Ponta da Praia.

BATUCADA - A foto é de 1935 e mostra uma equipe de natação do Clube de Regatas Saldanha da Gama, em momento de descontração após o treino. Ao fundo, o antigo trampolim de madeira, com 10 metros de altura. A foto pertence ao acervo de Mair Pereira Leite

Foto e legenda publicadas na página A-10 do jornal santista A Tribuna, em 21 de abril de 2009,

na seção Foto do passado

"Vista panorâmica, obtida de avião, na qual aparecem em toda a plenitude as instalações do Saldanha da Gama"

Foto e legenda publicadas na página 7 do jornal santista A Tribuna, em 8 de fevereiro de 1939

Clube comemora seu 93º aniversário hoje

Hasteamento de bandeiras e ato litúrgico abrem as comemorações do CRSG

Hoje, o Clube de Regatas Saldanha da Gama completa 93 anos de fundação, e a programação especial terá início às 8 horas com hasteamento de bandeiras, seguido de ato litúrgico na Capela Santa Edwiges, localizada no próprio clube.

O Clube de Regatas Saldanha da Gama nasceu da determinação de três homens - Alberto e Albertino Xavier Morais e Antônio Filgueiras Chaves Junior. Na tarde de 14 de julho de 1903 era fundado um clube que tinha como único patrimônio um nome, uma folha de papel com somente três assinaturas e como objetivo o desenvolvimento dos esportes aquáticos, já que o remo era o esporte da época. Um clube que nascia promissor, pois em 72 horas mais 15 nomes eram acrescentados à lista de fundadores e, em pouco tempo, já possuía 78 associados, o que para a época era significativo.

Impulsionados por uma grande vontade de vencer e muito ânimo, os saldanhistas adquirem o seu primeiro patrimônio - uma baleeira e um escaler, que eram guardados nos fundos de um botequim. Ali era a sede - um toldo emprestado por uma firma de café.

Primeira sede - Mas, a primeira sede do novo clube logo viria a ser instalada num prédio na faixa do cais do porto. Foi neste local que o clube se vitalizou, já que a nossa cidade, à época, centralizava-se e desenvolvia-se nesta área. No 2º ano de existência, a sede do clube transfere-se para a Praça da República, ainda no centro da cidade. E o Saldanha foi crescendo graças à sua situação topográfica e ao trabalho de seus fundadores.

Muito esforço foi feito até que uma grande área foi adquirida e quitada totalmente somente no ano de 1925. É nesta área, localizada num dos bairros mais nobres da cidade, Ponta da Praia, que ainda hoje o Saldanha está instalado.

Somente no ano de 1932 era inaugurada a sede social, muito embora o clube já possuísse restaurante, salão de baile, campo e pista de atletismo, dormitório e quadra de basquete. No biênio 1933/34 eram construídas as duas primeiras quadras de tênis e um paredão, introduzindo-se assim o elegante esporte nas atividades do Saldanha.

Muitos títulos - Depois de muitos títulos conquistados no remo, natação, atletismo, saltos ornamentais, atualmente o Saldanha, com 38.000 associados, entre titulares e dependentes, é um dos clubes da Baixada Santista onde mais esportes são praticados: tênis (quatro quadras, sendo duas cobertas), basquete, natação, futsal, judô, futebol, caratê, bocha, ginástica, ioga, hidroginástica. O esporte do Saldanha não é somente quantitativo, mas a sua qualidade pode ser comprovada, nomeando alguns de seus atletas:

Judô - Andréa Berti Rodrigues, integrante da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos; Priscilla Eduardo Guedes, campeã sul-americana; Jorge Antônio Ramos Júnior, vice-campeão brasileiro.

Natação - Édison Fortunato de Souza Júnior, campeão brasileiro, júnior H; Marcela da Silva Souza, campeã paulista dos 200 m medley.

Caratê - Liane Vieira Cadah, vice-campeã paulista juvenil em kumitê.

O Saldanha é também um dos clubes que mais cederam atletas à Seleção Santista - 30 atletas e 2 técnicos - que disputaram os Jogos Abertos em Osasco.

O Saldanha, além de sua sede social, tem ainda uma sede náutica, localizada na Praia de Santa Cruz dos Navegantes, com quadra de tênis, quadra poli-esportiva, cancha de malha, duas piscinas (sendo que em uma delas pode ser praticado o biribol), quiosques, churrasqueiras, garagem náutica.

Administrando o Saldanha está uma diretoria presidida por Élio Ávila de Souza Filho, tendo como vice-presidente administrativo Carlos Alberto Vieira Xavier; como vice-presidente financeiro Armindo Carvalho Forganes e como vice-presidente de Esportes Álvaro Pereira Pinto Júnior.