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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Incêndio no prédio duplo do Valongo: 1985 (3)

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Abandonado por décadas, em meio a problemas decorrentes de disputas judiciais sobre a posse do imóvel, o prédio duplo do Largo Marquês de Monte Alegre, no bairro do Valongo, era ocupado por dois hotéis de baixo nível, além de borracharia, bares e outros pequenos negócios, depois da transferência (em 1939) da Prefeitura Municipal de Santos e da Câmara Municipal para o Palácio José Bonifácio, na Praça Mauá.

Em agosto de 1985, grande incêndio destruiu as instalações internas do antigo prédio, restando apenas as paredes, parte das quais ainda ruiria posteriormente, já que após o sinistro o local ficou ainda mais abandonado, e no início do século XXI ainda não existiam ações concretas e efetivas para recuperá-lo.

Em 2006, o objetivo ainda era conservar as ruínas, embora já começassem a surgir projetos de recuperação do imóvel, como registra o jornal santista A Tribuna, nas edições impressa e eletrônica de 20 de agosto de 2006:


Projeto de restauro das ruínas manterá as linhas arquitetônicas
Imagem: reprodução, publicada com a matéria

Domingo, 20 de Agosto de 2006, 08:13
VALONGO
Prefeitura quer evitar queda de reboco do casarão

Da Reportagem

Enquanto o repasse das ruínas do casarão do Valongo para o Município não se torna realidade, a Prefeitura pretende adotar medidas paliativas para evitar que a construção comprometa a segurança de quem passa pelo Largo Marquês de Monte Alegre. Na última terça-feira, pedaços de uma das paredes do imóvel voltaram a cair, e a calçada foi interditada.

Segundo o presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), Bechara Abdala Pestana Neves, que vistoriou a construção na sexta-feira, a queda do reboco se deve ao crescimento das raízes das plantas sob as paredes. O prédio, construído em 1865, é tombado pelo órgão, assim como pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado.

Conforme o engenheiro José Dias, da Coordenadoria de Instalações da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Seosp), que acompanhou a vistoria, deverá ser aplicada uma substância química nas plantas para evitar o crescimento das raízes. Não há previsão de quando o serviço será executado.

Segundo Bechara, o trabalho visa preservar o pouco que sobrou do prédio histórico, que já abrigou a Câmara (entre 1894 e 1939) e a Prefeitura (entre 1907 e 1939). Originalmente, servia de armazém do porto, depois foi sede do Clube XV (1873).

Com a mudança da Prefeitura, passou a abrigar a Faculdade de Odontologia e, por último, firmas comissárias de café. Dois incêndios contribuíram para deteriorar ainda mais o prédio, em 1985 e 1992.

Um pouco da história do casarão pode ser conferida em exposição na antiga Estação do Valongo, logo em frente. No local, também é possível conhecer o projeto que a Prefeitura tem para a área, de 5 mil metros quadrados. É o Memorial José Bonifácio, que abrigará todo o acervo relativo ao patriarca da Independência, que nasceu em Santos e é um dos personagens mais importantes da história do Brasil.

O projeto prevê o restauro das ruínas, e a nova construção manterá as mesmas linhas arquitetônicas. Para tirar a idéia do papel, a Prefeitura depende da cessão do imóvel pelo Governo do Estado, que, por sua vez, precisa firmar acordo com os proprietários.

Segundo o secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Rubens Lara, o governador Cláudio Lembo pediu prioridade na solução das pendências jurídicas à Procuradoria Geral do Estado. "O Governo quer a resolução o mais rápido possível".

O plano do Governo Municipal é obter recursos junto à iniciativa privada para a reforma, utilizando os benefícios fiscais oferecidos pela Lei Rouanet de incentivo à cultura, do Governo Federal. Estima-se que a obra deva consumir aproximadamente R$ 15 milhões.


Pedaços da parede do imóvel voltaram a cair
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria