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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TEATROS
Nossos primeiros teatros (15)

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Em 1958, surgiu em Santos o pioneiro Festival Santista de Teatro Amador (Festa), organizado pela jornalista, escritora e ativista cultural Patricia Galvão (Pagu), e que em 1967 foi reforçado com a fundação da Federação Santista de Teatro Amador (Festa), como é lembrado em seu site oficial (acesso em 15/9/2012):

O FESTA foi criado em 1958 por Pagu - O FESTA é o festival mais antigo do país. Sua criação foi encabeçada pela musa do modernismo e revolucionária, Patrícia Galvão. Com apoio do teatrólogo Paschoal Carlos Magno e do dramaturgo Plínio Marcos. Em sua tradição, de mais de meio século, tem reunido grandes talentos da cena teatral

Imagem: detalhe da página Memória do site do Festa (acesso em 15/9/2012)

MEMÓRIA DO FESTA

Foi Patrícia Galvão que idealizou e coordenou o I Festival de Teatro Amador de Santos e Litoral, no ano de 1958. O festival foi promovido dentro do Departamento Cultural do Jornal A Tribuna, coordenado pelo professor Luís F. Carranca, em conjunto com a Comissão Estadual de Teatro e a Comissão Municipal de Cultura. Entre as personalidades que participaram da organização dessa primeira edição do FESTA, figuram Maurice Legeard, Wilson Geraldo, Plínio Marcos e Paschoal Carlos Magno.

Em artigo escrito no Jornal A Tribuna em 26 de março de 1959, Pagu chamava atenção para a criação do Departamento Cultural do jornal, inspirada em iniciativas de jornais em São Paulo e Rio de Janeiro, que promoviam ações culturais naquelas cidades, como apresentações artísticas e cursos de artes. Lembrando a realização do I FESTA, no ano anterior, a escritora anunciava a integração do II Festival de Teatro Amador de Santos ao II Festival Nacional do Teatro dos Estudantes, programado aquele ano na cidade, e que deveria “constituir uma realização sem precedentes no panorama teatral de 1959”. A vinculação do FESTA ao Festival Nacional de Teatro dos Estudantes (iniciativa de Paschoal Carlos Magno) colocou de vez Santos no mapa das artes cênicas do país, trazendo à cidade importantes nomes da cena teatral, a partir daquele ano.

No texto, Pagu ainda fazia um pedido: “Caberá aos poderes públicos sem olhar a considerações de ordem política, sem pensar em aproveitar do estímulo cultural para se prestigiarem perante o eleitorado possível, dar todo o apoio a esse trabalho, que precisa do esforço e da cooperação de todos para poder ser efetivamente levado a efeito”.

Em 30 de outubro era aberto o II Festival Regional de Teatro Amador de Santos, com a estreia mundial, no dia 1º de novembro, da peça Fando e Lis, do dramaturgo espanhol Arrabal, pelo GETI – Grupo Experimental de Teatro Infantil. A direção foi de Paulo Lara e Patrícia Galvão, e a montagem foi o primeiro trabalho no teatro de Greghi Filho, que interpretou Namur. Esta edição do FESTA também marcou a estreia da peça Barrela, a primeira montagem do dramaturgo santista Plínio Marcos, recebendo menções honrosas em “espetáculo” e “direção”. Ainda no II FESTA, os organizadores convidaram os participantes a se empenharem na luta para a construção do Teatro Municipal de Santos.

Com a coordenação de Patrícia Galvão nos seus primeiros anos, o FESTA se tornou um dos mais importantes festivais de teatro do País, projetando nacionalmente os artistas da região, como Plínio Marcos, Cláudio e Sérgio Mamberti, Carlos Soffredini e Jandira Martini, além de trazer à cidade jovens nomes da época, como José Celso Martinez Correa e Aracy Balabanian.

A partir da criação da Federação Santista de Teatro, em 1967, e já sem a presença de Patrícia Galvão (falecida em 1962), o FESTA passou a ter acentuado seu caráter contestador, sob a sombra da ditadura militar. Presidida por Carlos Pinto, a Federação realizou edições do FESTA entre os anos 1960 e 1970, trazendo peças mais ligadas à questão política, interpretadas em anos de censura e outras restrições à liberdade.

O FESTA retomou suas atividades em 1987, homenageando Oscar Von Pfuhl e tendo como patrono Newton de Souza Telles. O festival voltava a ser realizado todo ano, trazendo novidades em suas edições, como mostra de filmes, exposição de artes, performances, intervenções e shows musicais.

No ano de 2000, o FESTA promovia abaixo-assinado que requeria que o Teatro Coliseu, então em reforma, recebesse o nome de Plínio Marcos, falecido no ano anterior. A partir de 2009, o festival deixa de ter caráter competitivo. No ano seguinte, o FESTA – Festival Santista de Teatro - homenageava o centenário de Patrícia Galvão, além de Toninho Dantas, falecido aquele ano, que esteve à frente do festival em sete edições, entre as décadas de 1990 e 2000. No ano de 2011, o FESTA volta a ser nacional, recebendo apresentações de todo o País. No mesmo ano, recebe do Ministério da Cultura a Ordem do Mérito Cultural, que contempla personalidades, grupos artísticos, iniciativas e instituições que se destacam por suas contribuições à cultura brasileira.

 Referências:

Acervo do FESTA

Acervo do Jornal A Tribuna. Edição de 26 de março de 1959.

FURLANI. Maria Lúcia Teixeira. Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão em coautoria com Geraldo Galvão Ferraz. Imprensa Oficial/Unisanta, 2010.

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Retrato Cênico, um trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Artes e Comunicação (Jornalismo) da Universidade Santa Cecília pelos alunos Mariane da Silva Rodrigues e Rodney Cardoso - com diagramação de Juliana Reis, orientação do professor Luiz Nascimento e colaboração do professor Márcio Calafiori -, faz a cobertura fotográfico das apresentações teatrais que compuseram o 53º FESTA, em 2011. Pode ser acessado em http://www.youblisher.com/p/247081-Retrato-Cenico/

Panfleto da peça teatral Pluft O fantasminha, de Maria Clara Machado, apresentada no Teatro Saldanha da Gama em 1969 (ano deduzido)

Imagens: acervo do jornalista Paulo Matos, assistente de direção da peça, falecido em 7/2010