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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Prestes em Santos: o presidente que não foi-B

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A partida de Júlio Prestes rumo aos Estados Unidos, logo após a eleição, foi registrada assim pelo jornal santista A Tribuna, em 23 de maio de 1930 (ortografia atualizada nesta transcrição):

 


Imagem: reprodução da primeira página de A Tribuna de 23 de maio de 1930

A sucessão presidencial

O sr. Júlio Prestes e sua comitiva, a bordo do Almirante Jaceguay, comboiado pelos cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul, seguiram ontem deste porto com destino aos Estados Unidos

O Congresso Nacional proclamou os srs. Júlio Prestes e Vital Soares presidente e vice-presidente eleitos da República, no quadriênio de 1930-34 - Os sucessos na Paraíba - Outros telegramas

Conforme antecipamos, o. exmo. sr. dr. Júlio Prestes de Albuquerque, presidente do Estado e eleito da República, que vai aos Estados Unidos retribuir a visita feita ao Brasil, em 1928, pelo sr. Herbert Hoover, presidente da grande nação norte-americana, chegou ontem a esta cidade, acompanhado da sua comitiva.

O dr. Júlio Prestes, que vai acompanhado de sua exma. esposa, d. Alice Prestes, e de seus filhos, sra. Prestes Pitombo, senhorinha Irene Prestes, sr. Fernando Prestes Neto, sr. Cyro de Freitas Valle, primeiro secretário da Legação e sra. de Freitas Valle; dr. José Martins Fontes, médico pessoal do presidente; sr. José de Alencar Netto, segundo secretário de Legação; sr. Lazary Guedes, secretário particular do presidente; sr. Décio Moura, segundo secretário de Legação; e senhorinha Córa Radler de Aquino, secretária social da sra. Prestes, partiu da estação da Luz em trem especial, às 17 horas.

Além dos membros de sua comitiva, acompanharam sua exa. até esta cidade o sr. dr. Heitor Penteado, vice-presidente do Estado; os secretários de Estado, dr. Fábio Barreto, secretário do Interior; dr. Salles Júnior, secretário da Fazenda; dr. Fernando Costa, secretário da Agricultura; dr. José Oliveira Barros, secretário da Viação; dr. Armando Ferreira da Rosa, chefe de Polícia; o comandante geral da Força Pública do Estado e outras altas autoridades, além de políticos e representantes da imprensa paulistana.

Dr. Júlio Prestes de Albuquerque - proclamado presidente eleito da República no quadriênio 1930-34

Dr. Vital Soares -

 proclamado vice-presidente eleito da República no quadriênio 1930-34

Fotos e legendas publicadas com a matéria

O comboio presidencial chegou a Santos às 19,30 horas e, tomando o desvio da Cia. Docas de Santos, percorreu o cais, indo parar em frente ao armazém 15, onde se achava atracado o paquete nacional Almirante Jaceguay.

Grande trecho do cais, nas imediações do armazém 15, se achava apinhado de povo, que ali aguardava a chegada do comboio presidencial.

Ao longo do cais estava formado um contingente da Força Pública, estando ali, também, uma banda de música da mesma corporação e a banda do Corpo de Bombeiros.

Quando o sr. dr. Júlio Prestes apareceu na plataforma do trem, estrugiu prolongada salva de palmas, tendo a banda da Força Pública executado o Hino Nacional.

O dr. Júlio Prestes e comitiva desembarcaram, então, por entre manifestações de simpatia da grande massa popular que ali estacionava.

O ilustre itinerante recebeu, então, cumprimentos das autoridades locais, entre as quais se achavam os srs. dr. José de Sousa Dantas, prefeito municipal; Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, presidente da Câmara; dr. Aguinaldo de Araújo Góes, delegado regional; dr. Alfredo Seabra, inspetor da Alfândega; Lobo Vianna, guarda-mor; dr. Pedro Minervino, chefe da seção do Imposto da Renda; major Victor Vieira Barbosa, inspetor da Polícia Marítima; corpo consular de Santos; dr. Jordão de Magalhães, 1º delegado de polícia; dr. Vieira de Campos, delegado de polícia da 2ª circunscrição; dr. Ismael de Sousa, inspetor geral da Companhia Docas de Santos; capitão João Salermo, diretor da Secretaria da Câmara Municipal; vereadores municipais, representantes da imprensa e inúmeras outras autoridades e pessoas gradas.


O dr. Júlio Prestes e sua exma. família, no passadiço do Almirante Jaceguay, posando para o nosso fotógrafo, pouco antes da partida
Foto e legenda publicadas com a matéria

Trocados os cumprimentos, o dr. Júlio Prestes, sua exma. família e comitiva, subiram para bordo do Almirante Jaceguay, onde ingressaram também todos que haviam acompanhado e cumprimentado s. excia.

O Almirante Jaceguay internamente oferecia belo aspecto, salientando o bom gosto artístico que presidiu a sua ornamentação, que fora executada pela filial da acreditada Casa Alemã, desta cidade.

A bela unidade da nossa marinha mercante, anteontem mesmo, no nosso porto, recebeu os últimos retoques na sua pintura externa, como complemento aos preparativos que sofreu no Rio, para a sua viagem.

Cerca das 20 horas, as autoridades e demais pessoas que se achavam a bordo retiraram-se, depois de apresentarem ao dr. Júlio Prestes, exma. família e comitiva, os seus votos de feliz viagem.

Logo a seguir, foram iniciadas as manobras de desatracação e, dentro em pouco, o Almirante Jaceguay fazia-se ao largo e dava o sinal de despedida, ao mesmo tempo que, no cais, as bandas de música executavam o Hino Nacional.

Às 20,50 horas, a bela unidade do Lloyd Brasileiro zarpou, rumo de Nova York.


Aspecto do povo que se aglomerava no cais,

apanhado por ocasião do embarque do dr. Júlio Prestes
Foto e legenda publicadas com a matéria

O Almirante Jaceguay seguiu comboiado pelos cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul, comandados, respectivamente, pelo capitão-de-fragata Mário de Oliveira Sampaio e capitão-de-fragata Moraes Rego.

Como comandante da divisão de cruzadores, seguiu o almirante Heráclito Belfort.

- Dentre as corbelhas oferecidas à exma. sra. Alice Prestes, esposa do sr. presidente do Estado, viam-se a bordo as que foram enviadas pelo sr. Belmiro Ribeiro, presidente da Câmara; dr. J. de Sousa Dantas, prefeito municipal; diretório do Partido Republicano Paulista, e deputado J. Carvalhal Filho e exma. família.

- Às 10,30 horas de ontem, o capitão-de-fragata Ricardo Greenhalg Barreto, chefe do estado-maior do comandante da divisão de cruzadores, esteve no Paço Municipal, em nome do sr. almirante Belfort, em visita aos srs. Belmiro Ribeiro e dr. J. de Sousa Dantas, respectivamente presidente da Câmara e prefeito municipal.

Às 13 horas, essa visita ao chefe dos poderes municipais foi retribuída pelos srs. Francisco Paíno, sub-diretor da Secretaria da Câmara, representando o sr. Belmiro Ribeiro, e Henrique Porchat de Assis, 1º oficial, em nome do dr. Sousa Dantas.

- O Almirante Jaceguay, entrado em nosso porto anteontem, atracou ao cais em frente ao armazém n. 15, da Docas, recebendo aí um carregamento de 35.000 sacas de café para Nova York.

Não foi permitido o ingresso de visitantes a bordo, por isso que o Almirante Jaceguay viaja com a categoria de navio de guerra.


O Almirante Jaceguay, atracado ao armazém 15, da Comp. Docas, pronto para a viagem
Foto e legenda publicadas com a matéria

- O Comitê Júlio Prestes-Vital Soares, desta cidade, apresentou ao dr. Júlio Prestes cumprimentos e votos de feliz viagem.

Os srs. Cruz & Herdade, da Empresa Águas do Itororó, ofereceram ao dr. Júlio Prestes e dr. Martins Fontes várias caixas de excelente água de mesa, produto daquela empresa santista.


O confortável e luxuoso salão de inverno do Almirante Jaceguay
Foto e legenda publicadas com a matéria

Os últimos debates do Congresso - Foram proclamados presidente e vice-presidente da República, no quadriênio de 1930-34, os srs. Júlio Prestes e Vital Soares

RIO, 22 - Presidiu a sessão de hoje, no Congresso, o sr. Antonio Azeredo.

Lida a ata, teve a palavra o sr. Joviano de Castro. O representante goiano falou pela ordem, pedindo a retificação da parte do parecer da mesa, sobre o reconhecimento do presidente e vice-presidente da República, relativo ao alistamento eleitoral desse Estado, por não exprimir a verdade.

O sr. Azeredo respondeu dizendo que o parecer consignava os dados relativos ao alistamento eleitoral de Goiás, conforme registravam os documentos enviados à secretaria do Senado.

Aprovada a ata, o sr. Azeredo comunicou que não haveria matéria destinada à leitura do expediente.

O sr. Belisário de Sousa ocupou por alguns instantes a tribuna, pronunciando um elogio ao sr. Alfredo Pujol, concluindo por declarar que se associava às homenagens ontem prestadas a este ilustre brasileiro, pelo Congresso.

O sr. João Neves requereu que fossem introduzidos no recinto, a fim de prestarem o compromisso regimental da posse, os deputados por Minas, pertencentes ao P.R.M. Nomeados os srs. Cardoso de Almeida e Thomaz Rodrigues, foram aqueles representantes introduzidos no recinto, sendo o compromisso regimental lido pelo sr. José Bonifácio, e tendo os demais, de acordo com a praxe, dito, em seguida, "assim prometo".

O resto da hora do expediente foi ocupado pelo sr. Nereu Ramos, deputado por Santa Catarina, que comunicou à casa o aparecimento do corpo de Siqueira Campos, fazendo o elogio desse oficial revolucionário.

O sr. Maurício de Lacerda, pela ordem, pede a prorrogação do expediente por mais 30 minutos, invocando o regimento do Senado.

O sr. Azeredo responde que vai consultar a casa. E, submetendo-o a votos, o sr. Azeredo deu o requerimento como aprovado.

O sr. Cardoso de Almeida pediu verificação de votação, e a maioria confirmou a recusa do requerimento do sr. Maurício de Lacerda.

Entra-se na ordem do dia: continuação da discussão do parecer reconhecendo presidente e vice-presidente da República, no próximo quadriênio.

O sr. José Bonifácio tem a palavra, para levantar uma questão de ordem, e ocupa a tribuna. Quer saber se era lícito ao Congresso iniciar a apuração do pleito presidencial, quando ainda não se achava integrado. E, em seguida, lê uma declaração de voto, assinada pelos 23 deputados situacionistas mineiros.

O sr. Frederico Campos, nessa altura, aparteia o orador.

O sr. José Bonifácio, ao ouvir o aparte do representante mineiro, filiado à Concentração Conservadora, dirige-se à mesa e indaga:

- V. excia., sr. presidente, pode dizer-me se pessoas estranhas à Casa podem apartear os oradores? A fala dirigida à mesa causa risos.

O sr. Frederico Campos ergue-se da sua poltrona e protesta.

O sr. Antonio Azeredo - O sr. Frederico de Campos é tão deputado como v. excia.

O sr. José Bonifácio continua a sua leitura.

A certa altura, há um novo aparte do sr. Frederico de Campos, em que se ouvem as palavras suborno, compressão, estado de sítio e se fazem alusões ao presidente de Minas e ao P.R.M.

O sr. Ariosto Pinto diz:

- A Concentração quis fazer a desordem em Minas, agora quer estabelecer o tumulto no Congresso!

A intervenção do deputado gaúcho inflama o ambiente.

O sr. Frederico de Campos, o sr. Dollor de Britto, o sr. Juarez, da Concentração, esforçam-se por responder, com violentos apartes, ao sr. Ariosto.

Há réplica por parte do deputado pelo Rio Grande do Sul e novos apartes do sr. José Bonifácio.

Estabelece-se, então, um forte tumulto. O sr. Dollor de Britto grita. Outros deputados gritam. O presidente agita os tímpanos, mas inutilmente. A balbúrdia continua.

É ainda o sr. Dollor de Britto que diz:

- Minas do sr. Antonio Carlos vendeu o bonde ao Rio Grande, mas não no-lo venderá a nós.

Os gaúchos, agora, revidam com mais violência.

O sr. Flores da Cunha chega-se para o deputado aparteante e este acusa-o de haver entrado para a Câmara, quando deputado pelo Ceará, com preterição do candidato legitimamente eleito.

Afinal, faz-se um pouco de silêncio e o sr. José Bonifácio consegue ir ao fim de sua declaração de voto.

A mesa anuncia, afinal, que vai entrar em discussão, propriamente, o parecer.

O sr. Bergamini tem a palavra e analisa esse documento, atacando-o e à mesa, que o elaborou.

Os srs. Irineu Machado e Cardoso de Almeida defendem a mesa. O sr. Aristides Rocha diz:

- O sr. Júlio Prestes foi tão eleito quanto v. excia.

Há uma longa troca de apartes, por vezes agitada.

O sr. Costa Rego usa da palavra; depois, lê um discurso. Os seus comentários, então displicentes, giram todos em torno do discurso proferido na véspera pelo sr. João Neves, e o orador o que deseja acentuar é que deste discurso se conclui que o Rio Grande do Sul continua afastado do centro e do governo federal.

O sr. Plínio Casado tem a palavra, após, e, referindo-se à importância do assunto e à gravidade do momento, declara que fala em nome do Partido Libertador como uma homenagem à Nação. Numa época em que tanto se fala em realismo político ele quer, antes de tudo, observar que essa teoria não passa de uma variante. O que caracteriza a organização do Estado é o predomínio dos governantes sobre os governados. Aqueles são os fortes; estes são os fracos.

Acentua, já agora, que o sufrágio é a base do regime representativo.

"A liberdade é a essência do sufrágio" - aparteia o sr. Múcio Continentino.

O orador concorda, e acrescenta que, desde que não haja essa liberdade, não pode haver sufrágio nem soberania popular. Cita, a propósito, palavras de Ruy Barbosa, e entra no exame direto do pleito.

O sr. Eurico de Sousa Leão dá apartes, que não se escutam. O sr. Plínio Casado retruca que é oposicionista há 30 anos e diz, ainda: V. excia. guarde seu aparte para outra ocasião.

O orador prossegue. O sr. Múcio Continentino alude, em aparte, ao pleito mineiro.

O sr. Casado replica e declara, depois, que a bancada libertadora vota contra o parecer da mesa, porque considera o pleito nulo.

O sr. Marcondes Filho é quem fala agora. Faz um discurso em tom ligeiro e elegante, para dizer que a minoria chegou tarde com o seu pedido de vistas do parecer e tece, a propósito, algumas ironias. Depois faz o elogio do sr. Júlio Prestes e deixa a tribuna às 17 horas.

O sr. Azeredo propõe a prorrogação da sessão por mais uma hora, o que é aprovado.

O sr. Maurício de Lacerda levanta uma questão de ordem, logo após o sr. Azeredo haver declarado encerrada a discussão, por não querer usar da palavra mais nenhum congressista.

A questão de ordem era esta: se era permitido o encaminhamento da votação. O sr. Azeredo responde afirmativamente, e a votação passa a ser encaminhada pelos srs. Flores da Cunha, Adalberto Corrêa, Hugo Napoleão, Lengruber Filho, João Guimarães, Ariosto Pinto, Adolpho Bergamini e Araújo Cunha, cada um dos quais dá a razão do seu voto.

O sr. Flores da Cunha declarou que não podia votar com consciência, porque não conhecia a eleição. Contudo, julgava desnecessário esse conhecimento, por considerar que o que se estava passando era uma autêntica farsa.

O sr. Azeredo dá, então, por aprovada a primeira conclusão do parecer e, logo em seguida, a segunda e a terceira são precedidas de um requerimento de votação nominal formulado pelo sr. Maurício de Lacerda. Esse requerimento é aprovado, e votam a favor 152 deputados e 40 senadores, ao todo 192 congressistas, contra 18. Os representantes situacionistas mineiros retiram-se do recinto, não votando.

Essa conclusão aprova as eleições presidenciais. É, logo em seguida, aprovada a quarta, e o sr. Azeredo proclama, em tom solene, presidente e vice-presidente da República, para o quadriênio de 1930 a 1934, os srs. Júlio Prestes e Vital Soares, respectivamente.

Antes de dar por terminados os trabalhos da apuração, pelo Congresso, da eleição presidencial, o sr. Azeredo fez um breve discurso de apelo à concórdia política.

A proclamação dos srs. Júlio Prestes e Vital Soares foi saudada com uma salva de palmas da maioria.

E a reunião foi levantada às 18 horas. - D.T.


Imagem: reprodução parcial da primeira página de A Tribuna de 23 de maio de 1930

Os sucessos na Paraíba

RECIFE, 22 - No seu serviço telegráfico, o Jornal do Commercio divulga várias notícias de Princesa, Alagôa Monteiro, Areia, Piancó e Pombal. O referido jornal chama a atenção para os armamentos de que dispõe o governo paraibano, afirmando que chegaram a Piancó um carro blindado e um avião.

Acrescenta aquele diário que as forças do governo do sr. João Pessoa estão sendo concentradas e marcharão sobre Princesa, logo que recebam instruções definitivas. - D.T.M.

RECIFE, 22 - Segundo refere um telegrama do Jornal do Commercio, desta capital, o coronel José Pereira designou três turmas de 50 homens cada uma, para receber e dar combate aos aviões que, segundo se anuncia, a polícia paraibana vai empregar no ataque à cidade de Princesa.

Acrescenta aquele órgão que os rebeldes não se mostram intimidados com os aviões. - D.T.M.

PARAÍBA, 22 - O chefe do distrito telegráfico recebeu comunicação de Campina Grande, informando de que se deu, ali, uma explosão num depósito de dinamite, pertencente ao governo estadual, morrendo diversas pessoas e ficando feridas outras.

Muitas casas da cidade teriam ficado sacrificadas.

Informa ainda o telegrama recebido pelo chefe do distrito telegráfico, passado pelo encarregado da estação local, que explodiram, também, materiais destinados ao fabrico de gases asfixiantes.

Nos meios governistas, essas notícias não são confirmadas. - D.T.M.

RECIFE, 22 - Informa um telegrama da Paraíba, que, desde ontem, às 12 horas, está travado violento combate a 18 quilômetros de Princesa, sofrendo a polícia do Estado grandes perdas, mas investindo, não obstante isso, com grande entusiasmo, contra as forças rebeldes. - D.T.M.

RIO, 22 - Volta a se afirmar que o presidente João Pessoa telegrafou ao sr. Epitácio Pessoa, informando da poderosa organização das forças estaduais, que marcham sobre Princesa, no total de 2.000 homens, e afirmando que as tropas legais penetrarão naquele reduto revolucionário até amanhã, quando se passa a data natalícia do chefe da política estadual. - D.T.M.

PARAÍBA, 22 - Acha-se em Piancó, onde foi combinar os últimos detalhes do ataque decisivo a Princesa, o sr. Américo de Almeida, secretário da Segurança Pública do Estado. - D.T.M.

RECIFE, 22 - Os jornais que nesta cidade fazem oposição ao governo da Paraíba publicam telegramas daquele Estado dizendo que a situação na zona conflagrada e por todo o sertão é a mais penosa possível, estendendo-se a luta por toda a parte. - D.T.M.


Imagem: reprodução parcial da primeira página de A Tribuna de 23 de maio de 1930

A presidência de São Paulo - Telegrama do sr. Heitor Penteado ao presidente da República

RIO, 22 - O sr. presidente da República recebeu o seguinte telegrama:

"S. Paulo, 21 - Tenho a honra de comunicar a v. exa. que assumi nesta data o governo do Estado, na qualidade de substituto legal do dr. Júlio Prestes, que entrou no gozo de licença, concedida a s. exa. pelo Congresso.

"Valho-me da oportunidade para reiterar a v. exa. a inteira solidariedade de São Paulo na obra de patriotismo e elevado descortino político-administrativo, que seu governo vem realizando a bem dos altos interesses do Brasil e da República.

"Queira aceitar, com votos pela sua felicidade pessoal, as minhas atenciosas saudações. - (a.) Heitor Penteado." - H.

Os deputados situacionistas mineiros que ainda não tomaram posse

RIO, 23 - São sete os deputados situacionistas de Minas que deixaram de tomar, hoje, posse: Washington Pires, Christiano Machado, Levindo Coelho, Euler Coelho, J. Penido, Francisco Valladares e Pinheiro Chagas. - H.


Um dos confortáveis camarotes do Almirante Jaceguay,

reservado especialmente ao dr. Júlio Prestes
Foto e legenda publicadas com a matéria, na página 2

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