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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RADIOFONIA
Rádio A Tribuna (2)

Prefixo (ex-ZYR-252) ZYK-518 660 KHz (AM) e ZYD-880 105,5 MHz (FM)
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Quando a emissora completava 22 anos de atividades, o jornal do grupo, A Tribuna, registrou, em 31 de julho de 1983:
 
A mulher no início da Rádio A Tribuna

Há 22 anos, no dia de hoje, a Rádio A Tribuna dava início às suas transmissões, inaugurando um novo estilo no rádio santista, com uma programação jovem e inovadora para a época. O tempo passou, muita coisa foi modificada, a Rádio A Tribuna ganhou duas irmãs - a Atlântica e mais recentemente A Tribuna FM - mas continua líder de audiência, atualizando-se, procurando levar o melhor ao seu ouvinte.

Tudo isso, no entanto, tem muito a ver com os primeiros, quem começou junto com a Rádio A Tribuna, profissionais dedicados que trabalharam para que a rádio crescesse e conquistasse seu lugar.

Entre eles havia três moças, hoje cada uma seguindo seu próprio caminho profissional e pessoal. Mas todas lembram com muito carinho o início da Rádio A Tribuna. Carmelinda Guimarães, Gisela Santini Adrien e Emiliana Ferreira Mac Dowell dão seus depoimentos a A Tribuna.


Gisela Adrien

"Roberto Santini formava a rádio com muito entusiasmo, reunindo pessoas amigas e jovens interessados. Certo dia, nós voltávamos do Clube XV para casa e ele me convidou para participar. Eu achei uma maravilha, mas indaguei em que setor poderia trabalhar. 'Como você estuda música clássica' - respondeu, 'pode fazer a programação desse setor'.

"A proposta me entusiasmou muito. E o estudo que tinha então, com o professor Souza Lima, contribuiu de forma decisiva para eu poder desempenhar a tarefa: ele ensinava não apenas a música, mas explicava as raízes do compositor. Essas análises foram fundamentais, me deram uma grande abertura no conhecimento musical. O professor também fazia partituras e eu ajudava nisso: ele fazia orquestra e eu, piano. Com isso, tive facilidade em elaborar a programação, selecionar autores e composições para a rádio.

"De manhã, havia um programa de uma hora com música executada apenas por pianistas. Um dia eu selecionava um autor, outro programava composições de vários autores mas num só estilo, variando bastante.

"À tarde havia uma hora de músicas sinfônicas e à noite, composições mais leves. E sempre dando breves explicações, fazendo comentários. Para Santos, foi muito bom, pois não havia então programa de música clássica em nenhuma emissora. O interesse era grande, muitas cartas chegavam à rádio e eram todas respondidas. Foi muito válido o trabalho, que permitiu que se conhecesse muita música. As editoras musicais enviavam álbuns e seus últimos lançamentos e sempre tínhamos novidades sobre músicas editadas aqui e no exterior. De uma editora, por exemplo, havia uma música executada por um determinado pianista e de outra, por outro pianista, o que permitia comparações e análises.

"Logo que me casei, três anos depois do início do programa, mudei-me para a Capital. Mas se ficasse em Santos, eu não largaria o programa. O ambiente era muito bom, havia muita música boa. O problema, no início, era a dificuldade dos locutores de pronunciar o nome dos compositores e das músicas corretamente. Mas todos tinham muito boa vontade e demonstravam interesse em acertar.

"Depois da minha saída, Ney Gonçalves Dias (que nada tem a ver com o da TV Globo) assumiu o programa, mas foi diminuindo a duração: cortou o programa à noite, depois o vespertino e, finalmente, o da manhã. Mas acho necessário um programa de música clássica, pois as pessoas se habituam e se educam para a música, ouvindo as composições seguidas de explicações - breves e simples".


Emiliana Mac Dowell

"Acompanhei desde o início a Rádio A Tribuna porque eu vivia dentro do jornal. O surgimento da rádio foi uma das coisas mais emocionantes nessa fase da minha vida, era como se estivéssemos todas grávidas, e a rádio era este filho que nascia. Ela não trouxe apenas a alegria da emissora em si, mas representou um novo gênero de rádio que não tínhamos, que as outras emissoras não apresentavam e que a Rádio A Tribuna veio concretizar.

"Para exemplificar: as rádios, então, eram muito barulhentas, havia muita agitação, falava-se demais. E queríamos, como a FM hoje, uma rádio que pudéssemos ouvir a qualquer hora, sem atrapalhar o nosso trabalho, mais suave e harmoniosa. A Rádio A Tribuna foi idealizada para pessoas de gosto mais exigente, já que na época havia, nessa linha, apenas a Rádio Eldorado (N.E.: da capital paulista).

"Nessa época, eu era cronista social, fazia um suplemento dominical (social e feminino), além das reportagens sociais e de matérias de turismo para o jornal A Tribuna. Na primeira fase de A Tribuna, na parte inicial da rádio, eu não fiz parte. Nessa ocasião, casei-me e deixei o jornal, passando a fazer uma colaboração semanal escrevendo um roteiro de cinema, com sugestões, críticas, informações. E idealizei, então, o roteiro para a rádio, com duas participações diárias, fornecendo também informações sobre filmes, artistas etc.

"O trabalho da rádio, de forma geral, tornou mais participativa a comunidade, porque a emissora, através de sua programação, começou a participar na vida de cada um, a entrar na casa de cada ouvinte, daí o sucesso que conseguiu logo de início.

"Nós fomos as primeiras mulheres, naquele tempo, a trabalhar em redação - eu e a Patrícia Galvão. Ela, fixa na redação e eu, no suplemento. Depois, veio a Carmelinda Guimarães para o jornal; e a Gisela, mais na produção da Rádio A Tribuna, na parte de programação. A experiência que tivemos no jornal, nós levamos para a rádio, numa participação integral. Essa participação foi possível graças à disposição de Roberto Santini de nos dar apoio, o que fez com que a rádio nascesse mais como um fruto do entusiasmo, envolta em emoção, do que como uma empresa comercial.

"Meu começo no jornalismo foi com a cara e a coragem, como se diz na gíria. Com 19 anos, fui pedir emprego em A Tribuna e Francisco Paino me disse que gostaria muito de me dar uma vaga, mas o jornal, na ocasião, não poderia me pagar. Eu disse que não havia problema, e fiquei trabalhando de graça, mesmo. E, das três horas que me comprometi a trabalhar, passei a me envolver 24 horas por dia com o jornal. Nessa época era estudante de Direito e já tinha experiência com jornal de colégio, o Canadá. Comecei em A Tribuna e fui passando a assumir várias tarefas - reportagem social, cronista social e repórter de turismo, fazendo eu mesma as fotos. E dando assistência à secretária do suplemento, sob as ordens de Francisco Paino.

"As coisas eram tão diferentes nessa época, que de alguns fatos pitorescos nunca me esqueço. Como não havia mulheres trabalhando na redação do jornal, na oficina os homens trabalhavam de cuecas (a samba-canção). Eu ia às oficinas e abaixava os olhos, de vergonha. Até que eles acabaram adotando o short.

"Com o tempo, tornou-se diária a coluna social que eu escrevia semanalmente, após a saída da colunista Cecília Dulce, a primeira cronista social de Santos. Nesse trabalho, fiz grandes amizades como Nair Lacerda e muitas outras".


Carmelinda Guimarães

"Momento de Encontro, 15 minutos de informações culturais, serviços e entrevistas, entremeados por duas músicas em geral ligadas à informação, ou o lançamento de um disco, ou, ainda, relativas a um artista entrevistado, um filme em cartaz ou apresentação de um show. Esta era a estrutura do programa diário, de segunda a sexta-feira, que realizei na Rádio A Tribuna, por quase dois anos, e que terminou em janeiro de 1970, quando me mudei para São Paulo. Tinha uma estrutura muito flexível, e eu atuava como produtora e apresentadora, o que me traz muita saudade.

"O rádio é um veículo fascinante, porque o trabalho nele realizado só funciona e tem sentido partindo de um entrosamento perfeito entre a equipe técnica, apresentador e público; essa unidade aliada à espontaneidade que o rádio permite, faz dele o melhor ambiente de trabalho em equipe, do qual já tive oportunidade de participar.

"Nosso trabalho na Rádio A Tribuna era delicioso e a colaboração entre os colegas, formidável. Por isso me acostumei a chegar à rádio sempre com antecedência de uma hora; nesse período discutia com os companheiros da discoteca, da técnica e da redação a produção do dia. Já trazia o programa escrito do jornal A Tribuna, onde era editora de Artes, e muitas vezes também as entrevistas gravadas; costumava editar junto com os colegas o texto final, o que enriquecia seu conteúdo, pelas muitas sugestões.

"O contato com o público era muito estreito, recebia muitas cartas e também telefonemas com notícias, críticas e cumprimentos. Era comum o pedido de repetição de entrevistas, que atendíamos sempre que possível, porque a direção não permitia mais do que uma ou duas reprises por mês, dentro do controle de qualidade da programação.

"Muita gente escrevia e telefonava também, querendo saber quem era a apresentadora: confundiam minha voz com a da Regina Duarte. Houve até o caso de uma ouvinte que fez questão de ver o programa sendo levado ao ar, para ter certeza de que não era uma gravação feita pela atriz. Ela insistiu tanto que o diretor da rádio acabou autorizando.

"Tive a oportunidade de realizar algumas entrevistas muito interessantes, com Maiza Matarazzo, Elis Regina, Juca Chaves, Ruth Escobar, Antunes Filho, José Celso Martinez Correia, Clóvis Bornay. Enfim, não houve um artista que tivesse passado pela Cidade na época que não tivesse também passado pelo nosso gravador.

"O projeto desse programa começou em 1967, na Rádio Guarujá, onde trabalhei pouco mais de um ano, ainda estudante de comunicações, e passou depois para a Rádio A Tribuna, patrocinado em épocas diferentes pela Gato Butique e, depois, pelas Lojas Gomes e Semog.

"Foi um dos primeiros programas da Rádio A Tribuna colocando no ar uma voz feminina, junto ao horário do noticioso jornalístico do meio-dia da emissora, que mantinha um padrão de voz masculina, seguindo a mesma linha da Rádio Eldorado, muito sóbria e impessoal. Na época, isso foi objeto de muita discussão, havia muita gente contra, mas no final, sua saída do ar acabou sendo lastimada".

Fotos publicadas com a matéria

Já na data em que a emissora completava 26 anos de atividades, o mesmo jornal A Tribuna registrou, em 31 de julho de 1987:


Equipe de jornalismo de A Tribuna AM,
que não mede esforços para deixar o ouvinte bem informado
Foto: Arnaldo Giaxa, publicada com a matéria

A Tribuna AM
Uma rádio preocupada com o seu público

Ineide Souza Di Renzo

Há tempos atrás, quando a televisão ainda não fazia parte do dia-a-dia da família, o rádio era absoluto e imprescindível na vida diária das pessoas. Era o veículo de comunicação mais completo, capaz de unir milhares de pessoas em busca de diversão e informação. Ao contrário da televisão, nunca foi acusado de ser um agente causador da falta de diálogo dentro da família. O rádio era o veículo em torno do qual todos se reuniam e aproveitavam para entabular uma boa conversa.

Com o advento da televisão, não faltaram aqueles que profetizaram o fim do rádio. Afinal, o novo veículo tinha a seu favor a imagem, não deixava nada para a imaginação e podia com isso facilmente roubar uma grande fatia de público. Se, no início, esse perigo se confirmou, logo o rádio tratou de se reciclar para brigar em igualdade com a televisão e manter o seu público. Se a televisão vence no chamado horário nobre, o rádio vence nos demais horários, não deixando brechas e mantendo a preferência do público.

O rádio presta serviços de utilidade pública, informação, diversão, orientação e, por que não dizer, educação. Faz um trabalho procurando divertir e educar, principalmente nos tempos mais difíceis. É mais fácil, quando ocorre um grande acontecimento, a pessoa recorrer ao rádio para se manter informada, em vez de ligar a televisão. Por isso, o rádio é ainda considerado o veículo de comunicação mais versátil e aquele que ainda aguça a curiosidade e a imaginação das pessoas. Um exemplo? Ao contrário da TV, o rádio permite que o público fique imaginando e criando um rosto e um corpo para o seu locutor preferido. A TV se revela, e o rádio mantém o mistério que é, sem dúvida alguma, a sua grande arma e objeto de magia.

Uma magia tão grande que inspirou Woody Allen, um dos nomes mais respeitados do cinema mundial, a realizar o filme A Era do Rádio, que é um dos depoimentos mais bonitos, apesar de melancólico, sobre a importância desse veículo em todo o mundo. Com lirismo, Woody Allen relembra a época em que sua família se reunia em torno do rádio e homenageia principalmente a época, o espírito e os personagens do rádio americano. O rádio era então o grande veículo, movimentava um mundo inteiro, era um veículo de cultura popular que mobilizava a todos, coisa que a televisão inveja, porque jamais conseguiu se igualar ao rádio nesse aspecto.

Do mesmo modo que Woody Allen homenageia o rádio aliando a importância do veículo às memórias de sua infância, de sua família, certamente as pessoas comuns, que não têm o privilégio de ter se destacado no mundo das artes, devem pelo menos ter algo em comum com o cineasta: belas lembranças da Era do Rádio.

A Tribuna AM: 26 anos no ar - A inauguração da Rádio A Tribuna AM foi marcada por um artigo escrito no dia 30 de julho de 1961 - data da inauguração da rádio -, por E. Lázaro. Ele iniciava seu texto dizendo: "O aparecimento da Rádio A Tribuna, sua inauguração oficial e a sua constante permanência no ar a partir de amanhã, marcarão um acontecimento de grande envergadura não só para a radiofonia santista, como também para toda a Cidade, para todo o povo, para todos nós". Esse é apenas um trecho do artigo de E. Lázaro e hoje, quando a A Tribuna AM estréia os seus 26 anos, comemora em grande estilo, afinal o trabalho foi compensado por valiosos pontos no Ibope, numa resposta clara do ouvinte, de que este é o caminho certo.

Com todas as mudanças ocorridas no decorrer dos anos e principalmente neste último ano, o diretor-superintendente do Sistema A Tribuna de Rádio, Roberto Clemente Santini, em entrevista recente, explicou que "mesmo com todas as modificações, houve a preocupação de seguir a linha que a rádio vem mantendo desde sua fundação em julho de 1961: na cobertura da reunião do secretariado do prefeito Osvaldo Justo, no noticiário do Santos Futebol Clube, nos plantões de jornalismo dos fins de semana com a divulgação dos resultados dos jogos e até mesmo na cobertura do dia-a-dia das delegacias de polícia, nosso enfoque é o jornalismo levado a sério. A Tribuna AM é rádio de prestação de serviço e a intenção é ter penetração em todas as atividades da Baixada".

As palavras de Roberto Clemente Santini encontram eco na coordenadora artística da rádio, Cláudia Fonseca, que ressalta o crescimento da emissora no Ibope e o caráter da rádio em servir a comunidade, ter uma programação musical voltada para a Música Popular Brasileira e atender basicamente ao público jovem adulto, a partir dos 15 anos.

Mas, segundo Cláudia Fonseca, "existe a preocupação com outros segmentos de público, por isso a emissora está reforçando a sua atuação em relação ao esporte amador, já que Santos possui uma fatia significativa de atletas, um número que acaba acrescido porque envolve também os familiares dos atletas. Outro segmento de público visado pela emissora é o universitário, que exige informações mais específicas e varia bastante em idade. E finalmente o segmento de público ligado ao porto. Nesse setor, a emissora já mantém um boletim sobre a atividade portuária, apresentado por Mota Demóstenes. No horário da manhã, a Rádio A Tribuna AM tem espaço reservado para as mensagens do Padre Paulo, que mantém um público cativo".

Na visão de Cláudia, o rádio é um companheiro, enquanto isso tem que cumprir várias funções: a primeira, de ser um amigo do público, a segunda, em manter uma equipe formada por profissionais, levar simpatia ao público para manter o diálogo entre emissor e receptor. Para Cláudia, a Rádio A Tribuna AM conquista cada vez mais a empatia do público e isso acontece a partir do momento em que prioriza o noticiário regional com informes políticos, gerais e culturais.

Ao lado das modificações observadas na sua programação, a emissora está recebendo atenção também no que se refere à parte técnica. Com transmissor novo no ar, a emissora está apresentando uma melhor qualidade de som para toda a região da Baixada Santista e, de acordo com a coordenadora artística da emissora, "a preocupação é apresentar em primeiro lugar um som de qualidade. Rádio é só audição e a partir do momento em que não possui imagem, a emissora tem que apresentar um som de qualidade".

Por outro lado, já foi solicitada ao Dentel - Departamento Nacional de Telecomunicações - a ampliação da potência de um para cinco KW. Agora os planos se voltam para a parte de áudio, que inclui duas mesas com oito canais e ainda a instalação da central técnica e do equalizador. Com isso, além de um som perfeito, a emissora poderá garantir também uma transmissão perfeita.

Entre as aquisições recentes, uma das mais importantes foi a unidade móvel, utilizada principalmente no jornalismo e no esporte e que garante a notícia em primeira mão. Mas os investimentos não são apenas de ordem técnica, eles se voltam também para o lado humano, e mesmo nestes tempos difíceis a emissora não deixou de contratar profissionais capacitados que vieram colaborar para que a A Tribuna AM crescesse junto à opinião pública. Por outro lado, Cláudia Fonseca não deixa de lembrar que as coisas vão bem graças ao perfeito entrosamento e a um trabalho de equipe que envolve a direção da emissora, a coordenação e o departamento comercial, numa integração perfeita.

Graças a esse esforço conjunto e à integração dos setores que são a sua base, a emissora pôde ao longo deste último ano reformular sua programação em alguns pontos e aperfeiçoar em outros. O resultado é uma programação voltada para um público exigente e adequada também às várias camadas da população da Baixada Santista. Com 90 por cento da programação voltada para a Música Popular Brasileira, a Rádio A Tribuna AM tem a preocupação em manter um alto padrão de qualidade em toda a sua programação.

Qualidade e diversificação fazem parte do esquema da emissora, que apresenta a seguinte programação: das 6 às 8, Certas Canções, apresentado por Luciano Pacciolli; 8 às 8h30, Encontro com Padre Paulo; 8h30 às 11h30, Bom Dia Santos, Luciano Facciolli; 11h30 às 12h30, Esportes em Dois Toques, comandado por Orlando José e Sérgio de Oliveira; 12h30 às 13h30, Jornal da Tribuna, produzido pelo Departamento de Jornalismo; 13h30 às 16 horas, Tribuna Livre; das 16 às 17 horas, Tribuna do Samba, ambos apresentados por Sérgio de Oliveira; das 17 às 17h45, Central 660 de Polícia com Wladimir Dantas; das 17h45 às 18 horas, Jornal da Estiva, por Mota Demóstenes; das 18 às 19 horas, Projeto Esporte Amador, por Eduardo Silva, e das 20h30 às 24 horas, Suave é a Noite, por Sérgio de Oliveira e Luciano Facciolli. (N.E.: das 19 às 20 horas é transmitida em cadeia nacional o noticioso Voz do Brasil, seguindo-se meia hora de programa educativo, o Projeto Minerva).

No dia 4 de agosto de 1985, o jornal santista A Tribuna publicou:


A torre no alto do Monte Serrate
Foto publicada com a matéria

No ar, a nova Tribuna FM

A partir de amanhã, uma luz começará a piscar do alto do Monte Serrate, marcando a inauguração da nova torre de transmissão da Tribuna FM, que pasará a ter 60 mil watts de potência. Mas, além do aumento de alcance e qualidade de som, o início de operações da torre lançará no ar uma nova rádio, tanto em termos de programação como dos sofisticados recursos técnicos com os quais a emissora passou a contar.

Na verdade, a inauguração da torre de transmissão, com sua luz piscando no alto do morro e seus 50 metros de altura, é a etapa final de todo um processo de reformulação iniciado dentro da rádio há alguns meses. "Estamos lançando, na realidade, uma nova rádio, pois as alterações não se prendem somente à maior potência dos 60 mil watts, mas a mudanças gerais em todos os setores da emissora, seja no aspecto técnico, seja no que se refere ao formato da programação", explica o chefe do Departamento Comercial, Admílson Vieira da Silva, entusiasmado com o projeto.

O aumento da potência vai resolver um dos problemas mais sérios da emissora, que eram as dificuldades de recepção, especialmente em outras cidades da Baixada. No entanto, a ampliação do alcance da Rádio implicou na necessidade de se investir em equipamentos que garantissem, em paralelo, uma qualidade de som compatível com a nova potência.

Som equalizado - Nesse sentido, uma das primeiras providências foi a reforma total dos estúdios de gravação e locução, de maneira a adaptá-los às novas exigências. Um dos mais importantes postos na área da sofisticação técnica foi a instalação de uma mesa de 10 canais, com possibilidade de abertura para 20, acompanhada de um moderno equalizador.

Com o aumento da potência, aliada à retaguarda técnica dos novos equipamentos, a qualidade do som da A Tribuna FM dará um verdadeiro salto. Além da melhor recepção, a nova mesa e o sistema de equalização permitirão maior nitidez e eliminação dos níveis de ruídos e de distorção, dois grandes fantasmas nas emissões de freqüência modulada, que assustam as emissoras e irritam os ouvintes. Completando o esquema, a A Tribuna FM também iniciará, em breve, transmissões de compact-discs, os comentados discos digitais reproduzidos a laser com nível de som muitas vezes superior às gravações normais.


Os estúdios de gravação e locução foram remodelados
Foto publicada com a matéria

Batalha de 4 anos - Alfredo Júnior, programador e também um dos locutores da Tribuna FM desde sua inauguração há quatro anos, afirma que as reformulações agora implantadas na emissora significam a vitória de uma batalha longa: "Todo esse avanço era imprescindível e hoje nossa motivação é bem maior, pois vamos ficar mais perto do ouvinte e realizar inovações que, antes, por falta de retaguarda técnica, não eram possíveis".

Outro conhecido locutor da Tribuna FM, Marcelo Petito, concorda com Alfredo, acrescentando: "A rádio terá um formato todo diferente, com base na nova potência e nos novos equipamentos. É como se estivéssemos lançando uma nova emissora".

Segundo Alfredo Júnior, a Tribuna FM continuará mantendo uma programação diversificada, procurando abranger vários segmentos do público, com destaque especial à faixa jovem. "As mudanças, porém, são muitas", salienta o programador e locutor, citando, por exemplo, que o novo formato da rádio tem como uma das suas características a destinação de mais tempo à música: "A locução entrará de 15 em 15 minutos. Nesse espaço, apenas música, direto, para o ouvinte".

"Programetes" - Entre as inovações, estão os chamados programetes da Tribuna FM. Em dois deles, Estéreo Show (de segunda a domingo, das 18 às 19 horas), e Music Sweep (também de segunda a domingo, com quatro entradas diárias na programação), duas novidades. No Estéreo Show, um projeto ousado: uma hora de música sem intervalos comerciais, apresentando lançamentos e faixas de discos que normalmente não são tocadas durante a programação das rádios. O Music Sweep tem um esquema semelhante: blocos de cinco músicas, sem comerciais, distribuídos ao longo do dia.

Os novos programetes incluem ainda o Disque Toca, de segunda a sexta, entre 17 e 18 horas, com as músicas mais pedidas pelos ouvintes, através do telefone, entre as 9 e 16 horas; o Top Tribuna, aos domingos, entre 12 e 14 horas, com as 24 músicas mais solicitadas durante a semana; o Viola 105, de segunda a domingo, entre 11 e 12 horas, com quatro programações enviadas pelos ouvintes através dos cupons publicados no jornal A Tribuna (no domingo, as quatro melhores programações da semana são premiadas com uma camiseta), e, finalmente, o FM Brasil Estéreo, de segunda a domingo, às 9, 12, 15 e 21 horas, com a apresentação direta de três músicas nacionais.


Os novos transmissores da Tribuna FM
Foto publicada com a matéria

Arrancada - Na opinião dos programadores, locutores e produtores, o lançamento da nova Tribuna FM, marcado simbolicamente pela torre no Monte Serrate, representa uma arrancada da emissora não só no aumento do nível de qualidade para seu público já fiel, mas também na conquista de novos ouvintes. "A infra-estrutura que estamos implantando vai permitir novas opções em termos de FM", destaca o chefe do Departamento Comercial, Admílson Vieira da Silva.

Discoteca - Logicamente, todo esse investimento seria inútil se o principal numa rádio, que é sua discoteca, não correspondesse à altura. Mas, em termos de discoteca, a Tribuna FM, segundo os programadores, está "muito bem servida", abrangendo música nacional e internacional dos mais diversos gêneros, grandes orquestras, jazz e clássicos, além de material importado incluindo lançamentos simultâneos com os Estados Unidos e Inglaterra.

Conforme explicam programadores, locutores e produtores, a discoteca da Tribuna FM sempre foi completa, mas, com o aumento da potência e a sofisticação técnica do equipamento, serão abertas possibilidades de maior - e melhor - utilização do material. A equipe de rádio tem consciência de que o ouvinte de FM está cada vez mais exigente e essa exigência não se limita ao dinamismo das emissoras, opções diferentes ou atualidade da programação, mas também à qualidade de reprodução de suas músicas preferidas. Dentro desse aspecto, por exemplo, a execução de compact-discs - os discos a laser -, como já foi citado, é um dos projetos mais ousados da rádio.

Finalizando, há também a equipe de locutores, que está eufórica com as inovações da rádio. A partir de amanhã, Alfredo Júnior, Tony Lamers, Marcelo Petito, Paulo César, Gilberto Júnior e Irineu Alves Zérri terão sua voz ampliada por 60 mil watts de potência, pilotando a nova Tribuna FM.


Anúncio publicado na edição de 21 de março de 2005 do jornal santista A Tribuna

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