Uma vista do espaçoso auditório da Rádio Atlântica, no Edifício do Rádio,
com lotação para 650 pessoas
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Santos projeta-se cada vez mais no cenário radiofônico nacional
O que tem sido a atuação da Rádio Atlântica, PRG-5, como elemento de recreio,
cultura e informação para o público ouvinte
Santos, que se tornou internacionalmente conhecida por
possuir o porto de maior movimento da América do Sul, conta, também, no complexo de seus empreendimentos culturais e econômicos, fatores outros que
a distinguem como cidade dinâmica e progressista, ombreando-se, mesmo, sob vários aspectos, com S. Paulo e o Rio de Janeiro.
Um dos fatores com que Santos bem depressa conquistou um lugar de relevo no cenário
continental é, sem dúvida, o radiofônico. Por isso, o fato merece um registro especial, sabido como é que o rádio já hoje desempenha, ao lado da
imprensa, um papel preponderante na obra de aproximação dos povos e de sua educação, numa atuação ao mesmo tempo cultural e recreativa.
Com efeito, desde que se fundou nesta cidade a Rádio Atlântica, entramos a presenciar
um fenômeno em cuja concretização não sabemos o que mais admirar, se a vitalidade com que as forças econômicas santistas souberam responder ao
empreendimento, ou se a tenacidade e a visão de seu idealizador, de Carlos Bacarat, superintendente da emissora da Praça Corrêa de Melo, 1.
O fato, porém, é que, devido a um ou outro fator - ou, mais acertadamente, à
conjugação feliz de ambos - pôde Santos, desde então, ostentar entre os seus grandes fatores de progresso uma estação de rádio à altura das mais
adiantadas do país e do continente.
A parte técnica - Ao entrarmos na análise de um empreendimento radiofônico,
devemos, naturalmente, examinar em primeiro lugar seu aparelhamento técnico, base de todo e qualquer desenvolvimento da emissora em suas finalidades
culturais e artísticas.
Compreendendo a importância primordial da parte técnica, Carlos Bacarat dotou a Rádio
Atlântica de moderno equipamento de estúdio, assim como de um compressor para os transmissores, que automaticamente aumenta ou diminui o nível do
volume, dando um sinal de saída 30% maior e com uma fidelidade absoluta. Esse equipamento, adquirido da RCA Victor, é idêntico ao usado pelas mais
poderosas estações de rádio dos Estados Unidos.
Mas não se deteve aí a ação realizadora da direção da Rádio Atlântica. Não se
submetendo ao imediatismo de lucros, abalançou-se, há questão de um ano, a um empreendimento que seria verdadeiramente temerário para os espíritos
menos afeitos à visão confiante do futuro: no prédio sito à Praça Corrêa de Melo n. 1, que passou a ocupar, levou a efeito um esforço de adaptação
de grande valor, ao ponto de poder cognominá-lo, com propriedade de expressão, "O Edifício do Rádio".
A programação - A Rádio Atlântica muito cedo começou a "fazer rádio" em Santos,
para usar da linguagem familiar dos broadcastings - o que quer dizer: contratou novelistas, redatores de sketchs, comentaristas,
técnicos em arranjos musicais, orquestras, cantores, regionais etc., apresentando ao público programas interessantes de rádio-teatro, variedades,
revistas e shows, muitos dos quais tiveram repercussões fora do comum nos meios radiofônicos do país.
Essa tem sido a norma da Rádio Atlântica. Na vanguarda sempre dos empreendimentos
radiofônicos, até mesmo do serviço noticioso, irradiado diretamente da redação desta folha, foi ela a pioneira, abrindo um novo horizonte às
relações entre a imprensa e o rádio.
Os frutos de tal iniciativa não tardaram a demonstrar que ambas as partes só teriam a
lucrar com essa colaboração, pois a massa de ouvintes, sob a atuação dos programas noticiosos e adquirindo, assim, maior educação política e,
conseqüentemente, maior curiosidade pelos fatos nacionais e exteriores, tende a engrossar cada vez mais as fileiras dos leitores de jornais, visto
que são estes que lhes satisfazem o desejo de saber, pelo noticiário completo e detalhado dos acontecimentos.
A serviço do momento atual - Combinando suas finalidades recreativas com a
missão cultural e patriótica do rádio, a PRG-5 não tem descurado, também, de seus deveres cívicos.
Seu microfone tem estado sempre ao serviço dos poderes públicos, das associações de
classe, dos grêmios estudantis e esportivos, enfim, de todos os órgãos particulares ou oficiais, nas iniciativas e campanhas de interesse coletivo.
Além dessa colaboração, constante e desinteressada, tem realizado, também, por
iniciativa própria, campanhas de caráter humanitário, cultural e patriótico.
E é assim que Santos, desde a fundação da PRG-5, tem uma estação de rádio que não só
projeta permanentemente o nome de nossa cidade para muito além de suas fronteiras, diverte, informa e educa o público-ouvinte, como, também,
concorre eficientemente, ao lado da imprensa, para o êxito de todos os cometimentos que visem o progresso de nossa terra ou o bem-estar de nossa
gente.
Carlos Bacarat, superintendente da Sociedade Rádio Atlântica
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