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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RIOS & RIACHOS
Fontes e cachoeiras (3)

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Quem visita Santos e encontra apenas alguns canais artificialmente construídos, talvez nem imagine a grande quantidade de rios que caracterizou a geografia local, muitos dos quais até hoje correm por caminhos subterrâneos, com seu traçado esquecido. Das antigas fontes, hoje quase todas consideradas inaproveitáveis devido ao adensamento urbano que prejudicou as nascentes, muitas desapareceram. A respeito, o historiador Francisco Martins dos Santos publicou em sua História de Santos (reedição com a Poliantéia Santista de Fernando Martins Lichti, em 1986, pela Editora Caudex Ltda., de São Vicente/SP, 1º volume, pág. 63):

Enguaguaçu, a futura Santos, possuía para suprimento imediato de três ou quatro mil habitantes, talvez mais, e ao pronto alcance dos moradores,

a cachoeirinha das "Duas Pedras" (ao lado do atual Corpo de Bombeiros),
a cachoeirinha "de Itororó", (de bom volume, formadora de pequeno rio de águas doces até junto à maré),
a de "São Jerônimo", também formadora de pequeno rio ou ribeirão, nas mesmas condições,
a "do Desterro" (futuramente conhecida como "do Macaia" e "São Bento"), matriz de outro riozinho mais caudaloso (mais tarde conhecido como "rio dos Pelames", por servir ao futuro Curtume de Braz Cubas, e rio "São Bento"), saindo no Valongo;
a 2ª cachoeirinha "do Desterro" ou "S. Bento" (mais tarde conhecida como "do Pacheco"), duzentos metros distante da primeira, e entrando também na formação do riozinho citado;
a cachoeirinha do Saboó-Guaçu (entre os morros do Saboó-Guaçu - depois chamado de "Penha Grande" - e Saboó-Guaçu (entre os morros do Saboó-Mirim), saindo em riacho ao lado do atual Parque Infantil "Maria Patrícia"
e, finalmente, a cachoeirinha do "Saboó-Mirim" ou "do Saboó" saindo em riacho ao lado do Reservatório da City, entre este e a atual Escola "Martins Fontes",
além de algumas nascentes intermediárias e de outras cachoeirinhas e nascentes mais distantes, que só mais tarde iriam sendo incorporadas ao consumo santista, notadamente a cachoeira da "Água Branca", depois conhecida como "de São Jorge", que de 1535 em diante passaria a servir ao Engenho do Governador ou do Trato, depois "São Jorge" e "São Jorge dos Erasmos", já na virada da Caneleira e Caminho Antigo para S. Vicente.

Enquanto isso acontecia em Santos (ou Enguaguaçu), a Vila capital de S. Vicente só possuía, para uso pronto e imediato, as duas cachoeirinhas do morro de Tumiaru (mais tarde "dos Barbosas"),
uma conhecida depois como "Biquinha" e "Biquinha de Anchieta" (até hoje em uso público)
e a outra, formadora do antigo riozinho "do Sapateiro", na grota "dos padres" ou "do Colégio", onde se acha atualmente o reservatório municipal que serve à cidade.
Além destas, só existia mais, no mesmo morro e ao lado do portinho velho (de Tumiaru), a cachoeirinha do "Paquetá", hoje desaparecida com o desmatamento daquele morro.
Muito longe, a seis quilômetros da Vila, e então quase sem aproveitamento, é que ficava a cachoeira "do Votutuvá" ou "Voturuá".
Outras nascentes menores só existiam, ao longo dos morros florestados e então pouco acessíveis, do outro lado do mar, nas distâncias do Japuí e do Xixová.

Foi esta a razão real e pouco percebida pelos historiadores do rápido abandono de São Vicente, em favor de Enguaguaçu ou Porto de Santos. A água, aliás, sempre foi o grande problema vicentino, e a grande causa do seu atraso e quase total abandono nos séculos XVIII e XIX.

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