Em março de 1910, o poeta Olavo Bilac e o sócio Alceste de Ambrys (irmão do jornalista e literato Alfredo de Ambrys, falecido em 29/10/1910) criaram no
Rio de Janeiro a Agência Americana, com filiais em todo o mundo, para transmitir por telégrafo informações comerciais do exterior, principalmente sobre negócios de café.
Aliás, o Príncipe dos Poetas Brasileiros esteve em Santos em 7 de abril de 1911 em viagem de negócios, para ajustar com a Associação Comercial de Santos o fornecimento de telegramas diários
sobre cotações de mercados externos, e nomeou o poeta José Martins Fontes
como diretor local dessa organização informativa. Dela participava também o amigo Eduardo Machado. O jornal O Estado de São Paulo registrou desta forma o acordo com a Associação Comercial, na edição de 17 de maio de 1911,
página 5:
Imagem: reprodução parcial da página 3 de O Estado de São Paulo de 17/5/1911
Apesar do apoio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), e talvez pelas implicações políticas decorrentes dessa relação com o governo federal, o negócio não prosperou. Então,
Martins Fontes e Eduardo Machado criaram a Agência Sul Americana, seguindo
o modelo carioca e os conselhos de Bilac, mas com as mudanças necessárias para se desvincularem da matriz. As atividades médicas e literárias de Martins Fontes levaram-no a se afastar do negócio algum tempo depois, apesar dos bons resultados
obtidos. O jornal O Estado de São Paulo assim registrou o início das atividades da agência, em sua edição de 30 de junho de 1911, página 3:
Imagem: reprodução parcial da página 3 de O Estado de São Paulo de 30/6/1911
As instalações desta agência telegráfica santista - inauguradas em junho de 1911 no Largo 11 de Junho, nº 4 - são vistas à direita, neste cartão postal de 1922:
Imagem: cartão postal no acervo do professor e pesquisador de História Francisco Carballa
O prédio (demolido antes do final do século XX) estava situado na Rua Antonio Prado, defronte ao
porto e perto da Inspetoria da Imigração (o prédio mais à esquerda, na outra esquina da Rua Riachuelo, então chamada de Rua 11 de Junho). Na época, a Rua Tuyuti
ainda não se apresentava entre o casario e a Rua Antonio Prado (que virou via expressa do porto):
Imagem: cartão postal no acervo do professor e pesquisador de História Francisco Carballa
Outro detalhe do cartão permite observar a "Rua 11 de Junho" (Riachuelo), em direção ao arvoredo da Praça Mauá, tendo ao fundo a encosta do
Monte Serrat:
Imagem: cartão postal no acervo do professor e pesquisador de História Francisco Carballa |