Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/fotos233.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 08/10/13 18:06:14
Clique na imagem para voltar à página principal
SANTOS DE ANTIGAMENTE
O Porto do Bispo, no século XIX
Entre os diversos atracadouros santistas, existentes antes da construção do cais de pedra e da criação do porto organizado de Santos em 1892, havia um tradicionalmente usado pelo bispo em suas visitas à região, daí o nome que acabou ganhando da população: Porto do Bispo. Situava-se defronte à chamada Rua da Praia, entre a Rua do Sal (atual José Ricardo) e a estação ferroviária que surgiria no Largo Marquês de Monte Alegre em 1867:


Porto do Bispo em 1865, visto desde junto a estação ferroviária, no sentido Oeste-Leste, em foto de Militão Augusto de Azevedo. Observe-se a capela de Jesus, Maria, José
(albúmen com 18,0 x 24,0 cm – Coleção Beatriz Pimenta Camargo)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

Sobre esse porto e as fotos feitas em 1865, escreveu o arquiteto Gino Caldatto Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, em 2004:

"No início do século XIX, o pequeno porto junto ao Convento de Santo Antônio era uma área lamacenta e de calado insuficiente para receber embarcações de grande porte, atributos que lhe conferiam a denominação apropriada de Porto das Canoas. As constantes visitas a Santos de D. Mateus de Abreu Pereira, bispo de São Paulo, que sempre desembarcava próximo ao convento franciscano, foram suficientes para que se desse ao lugar o nome de Porto do Bispo.

"A construção da estação ferroviária da empresa São Paulo Railway, no lugar do antigo convento, atraiu investimentos para a infra-estrutura portuária, inaugurando os primeiros melhoramentos, concluídos pela Companhia Docas de Santos em 1892, que transformaram a antiga e precária parada de barcos num cais de pedra com extensão de 200 metros.

"A ausência de prosperidade no Porto do Bispo é notada nas imagens de 1865, por meio da persistência das características visuais de tempos mais remotos, materializada pela cena vernácula de canoas que repousam nas águas tranqüilas do estuário com denso lamaçal junto à Rua da Praia. Militão realizou quatro vistas do local em tomadas opostas, que oferecem o contraponto periodicamente explorado na documentação de Santos.

"O registro feito a partir da Rua da Praia parece resultar do momento em que ele caminhava pela borda do estuário, onde captou várias imagens do porto. Com ângulo mais afastado, tirou outra foto, em que o mar e os navios são predominantes na cena. Obteve o contraplano das fotografias por meio da montagem panorâmica com duas imagens consecutivas, apresentando a estação ferroviária, conjugada à Igreja de Santo Antônio, e a ponte da ferrovia, o conhecido pontilhão do Mauá, tiradas do porto em frente à Rua do Sal".


Porto do Bispo em 1865, visto da Rua da Praia no sentido Oeste-Leste, 
em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,5 x 17,0 cm – Acervo Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

Uma vista do porto, no sentido contrário, foi também obtida em 1865:


Porto do Bispo em 1865, visto da ponta do cais fronteira à Rua do Sal, no sentido Leste-Oeste, tendo ao fundo a estação ferroviária do Valongo, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 11,0 x 17,20 cm – Acervo Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004


Área do Porto do Bispo em 1865, com o Pontilhão do Mauá, visto da ponta do cais fronteira à Rua do Sal, no sentido Leste-Oeste, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,8 x 15,7 cm  cm – Acervo Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

As duas imagens acima se complementam, lado a lado:


Porto do Bispo em 1886
Reprodução: Benedito Calixto - Um pintor à beira-mar - A painter by the sea,
edição da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto, agosto de 2002, Santos/SP


Porto do Bispo em 1890, dois anos antes da construção do cais comercial santista
Reprodução: Benedito Calixto - Um pintor à beira-mar - A painter by the sea
edição da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto, agosto de 2002, Santos/SP


Porto do Bispo, no Valongo, ainda nos anos do começo da construção do cais
Imagem publicada no jornal santista A Tribuna em 26 de março de 1964. Também publicada no livro: Docas de Santos - Suas origens, lutas e realizações, de Hélio Lobo, Typ. do Jornal do Commercio - Rodrigues & C. - Rio de Janeiro/RJ, 1936, na página 26-a

QR Code - Clique na imagem para ampliá-la.

QR Code. Use.

Saiba mais