Mais do que apenas estocar o produto, os intermediários do
comércio de café (armazéns gerais, casas comissárias, exportadores) faziam a seleção e classificação, o beneficiamento, a mistura (blend) e o
ensacamento dos cafés para exportação.
A Cia. Bandeirantes de Armazéns Gerais destacava, num anúncio de página inteira (incluindo o balanço contábil) publicado
em 26 de janeiro de 1939, no jornal santista A Tribuna, as instalações em Santos e sua presença em todo o Estado de
São Paulo:
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Reprodução: jornal A Tribuna, edição especial do 1º
Centenário da Cidade de Santos, 26/1/1939
exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda
No detalhe ampliado pela lupa, as instalações em Santos:
Reprodução: jornal A Tribuna, edição especial do 1º
Centenário da Cidade de Santos, 26/1/1939
exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda
Outro detalhe inclui a produção mundial de sacas de café, comparada com a produção
brasileira e a dos demais países juntos, em milhões de sacas de 60 kg nos anos 1900/01, 1902/03 [...] 1934/35 e 1936/37:
Reprodução: jornal A Tribuna, edição especial do 1º
Centenário da Cidade de Santos, 26/1/1939
exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda
Anúncio publicado em 1957 pela Armazéns Gerais União Paulista S.A.:
Anúncio publicado no álbum Companhia
Docas de Santos - produzido em 1957 pelo Magazin das Nações - Editora & Publicidade Roman Ltda. - acervo de Fábio Ferraro Oliari, que ofereceu
as imagens a Novo Milênio
Informa o texto da peça publicitária:
"Os armazéns gerais através os
tempos
"Nos primórdios do Século XVIII, quando grande já era o poderio do Império Britânico e
intenso seu comércio ultramarino, embarcações dos mais variegados tamanhos e feitios aportavam a Londres e coalhavam as águas mansas do Tâmisa. A
volumosa e preciosa carga, guardada no bojo dos navios, não podia deixar de despertar a cobiça de aventureiros e piratas de todas as raças, cuja
presença era freqüentemente contida nas imediações do grande porto.
"Os assaltos às embarcações repetiam-se amiúde e, por isso, o medo e o desassossego
estavam sempre presentes no espírito dos alarmados mercadores ingleses. Estes, ante a ameaça comum, reuniram-se e organizaram armazéns coletivos a
fim de colocarem a salvo da pilhagem as mercadorias que lhes chegavam do ultramar.
"Surgiu, então, a West Indian Dock, com o privilégio de receber e descarregar todos os
navios que aportassem a Londres. A providência resultou magnífica, mas logo surgiram dificuldades que, de pronto, não puderam ser resolvidas. O
movimento nos armazéns tornara-se de tal forma intenso que o tempo passou a ser escasso para que as entregas se fizessem com presteza e
regularidade.
"Nasceu, daí, a idéia de se fazer a entrega das mercadorias na forma de um título que
as representasse e que, por simples endosso, pudesse ser transferido de propriedade. Criou-se para esse fim o Bilhete de Depósito ao qual, logo
depois, se juntou o Warrant, idealizado por banqueiros londrinos.
"A utilização desses títulos passou a ser tão intensa que logo se fez necessário o
estabelecimento de leis adequadas que lhes regulassem o uso. Foram criadas, então, na Inglaterra, por essa época, as primeiras empresas de armazéns
gerais, cujo sucesso, repercutindo intensamente, determinou a sua disseminação pelos demais países do ocidente europeu.
"Armazéns Gerais União Paulista S.A. - fundada a 26 de outubro de 1906, foi a
primeira empresa no gênero a se organizar no país e é, por isso, a mais antiga das empresas de armazéns gerais existentes no Brasil.
"Armazéns Gerais União Paulista S.A. tem, ainda, o privilégio de haver sido, no
Brasil, a primeira empresa de armazéns gerais a emitir títulos de acordo com a Lei nº 1.102 de 21 de novembro de 1903: Conhecimento de Depósito e
Warrant. [..]". |