Praça Tiradentes, com a estação dos bondes, em Belo Horizonte, cerca de 1912
Foto publicada na página 758 da obra Impressões do Brazil no Seculo
Vinte, de 1913
Um volume precioso para se avaliar as
condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte,
editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no
Arquivo Histórico de Cubatão/SP.
A obra é ricamente ilustrada (embora não identificando os autores das imagens), incluindo a foto
acima.
Foto: reprodução de 100 Anos de República, volume I
(1889-1903), Editora Nova Cultural, São Paulo/SP, 1989
Começava o século XX, as cidades começam a receber eletricidade e outros
melhoramentos e suas ruas se tornam mais agitadas. Como em várias outras cidades brasileiras, também a capital mineira, Belo Horizonte, tem
inaugurado seu primeiro serviço de bondes, em 1902.
Foto cedida pelo pesquisador norte-americano
Allen Morrison, de New York/EUA
Pouco tempo depois, o serviço seria eletrificado, como na foto acima, de um bonde
elétrico circulando pela Avenida Afonso Pena.
Foto: reprodução de antigo cartão postal
Acima, em postal do início do século XX, vê-se vários bondes elétricos circulando
defronte ao edifício da distribuidora de eletricidade.
Foto: reprodução de antigo cartão postal
Acima, outra imagem reproduzida de cartão postal da mesma época, mostrando uma avenida na
capital mineira e seus bondes elétricos.
E, na foto abaixo, de meados do século XX, vê-se a Praça 7 (Praça Sete de
Setembro), cujo obelisco é conhecido pelos moradores como Pirulito, na confluência das avenidas Afonso Pena e Amazonas. A vegetação vista no
canto superior esquerdo da foto pertence ao parque municipal. Nesta avenida, no trecho defronte ao parque, aos domingos, é realizada uma famosa
feira de artesanato.
Foto cedida pelo pesquisador norte-americano
Allen Morrison, de New York/EUA
Fundada em 1890, Belo Horizonte foi a primeira cidade planejada no Brasil, bem antes de
Brasília. Segundo o pesquisador estadunidense Allen Morrison, uma linha de bondes a vapor, o Ramal Férreo Urbano, começou a operar com locomotivas
Baldwin em 7/9/1895 e três anos depois já existiam seis rotas, com 27 km de trilhos. Os hotéis Romaneli e Lima inauguraram um serviço conjunto de
veículos puxados por cavalos, para transportar seus hóspedes desde a estação ferroviária.
Em 2/9/1902, com apenas 12 anos de existência, Belo Horizonte se tornou a quinta
cidade no Brasil - depois de Rio de Janeiro, Salvador, Manaus e São Paulo - a ter bondes elétricos, instalados pela General Electric (GE) sob a
supervisão do empresário local Júlio Brandão, com veículos estadunidenses. Eduardo Guinle, que tinha se tornado o principal agente da GE no Brasil
em 1903, assumiu o gerenciamento da Ferro-Carril de Bello Horizonte logo depois e em 21/3/1912 o controle da empresa passou à Companhia de
Eletricidade e Viação Urbana de Minas Gerais.
Os primeiros ônibus na capital mineira rodaram em 1922 e a corporação estadunidense
Electric Bond & Share assumiu o controle de todas as instalações, inclusive dos bondes, em 1929. Sua subsidiária Companhia Força e Luz de Minas
Gerais abriu nova rota de bondes para as instalações ferroviárias do Horto em 1938 e começou a construir veículos em 1940, inclusive amplos bondes
fechados. Em 1/1/1959, o serviço foi municipalizado e entregue ao Departamento de Bondes e Ônibus, que operou o último bonde em Belo Horizonte no
dia 30/6/1963.
O
bonde prefixo 75 permanece estacionado no Museu Histórico Abílio Barreto, na Rua Bernardo Mascarenhas, e alguns outros bondes foram enviados a
várias cidades. Em 1951, Belo Horizonte adquiriu os primeiros quatro trólebus, inaugurando o segundo sistema brasileiro do gênero em 30/5/1953, para
substituir os bondes em nove linhas nos lados Sul e Leste da cidade. A operação de trólebus cessou em 22/1/1969. Permaneceram os serviços de trens
elétricos suburbanos para Betim, Sabará, Raposos e Rio Acima.
A viagem pelos trilhos do Brasil continua... |