A companhia Hamburg-Amerikanische Packetfahrt Aktien Gesellschaft (Hapag) foi fundada por um grupo de armadores e homens de negócios da cidade e Hamburgo no ano de 1847. Ficou
conhecida na Alemanha com o nome de Hamburg Amerika Linie ou, mais comumente, com suas iniciais Hapag, que a tornariam mundialmente conhecida. Seus fundadores foram homens ilustres na área da navegação
comercial: F.Laeisz, H.J. Merck e Adolf Godeffrroy - este último, presidente do Conselho de Administração e diretor de operações, cargos que acumulou durante 33 anos!
A ideia dos fundadores era iniciar um serviço regular ligando os portos de Hamburgo e Nova Iorque, e os quatro primeiros navios utilizados na linha eram pequenos veleiros que não ultrapassavam 500 toneladas!
Foi somente em 1856 que a Hapag pôde dispor do primeiro navio a vapor para fazer a travessia do Atlântico Norte, tal honra cabendo ao navio misto Borussia, que transportava, além da carga, 402 passageiros.
Os negócios da companhia prosperaram de modo marcante a partir da sexta década do século XIX, a tal ponto que a Hapag logo se tornou uma das grandes do Atlântico Norte.
Entre a primeira viagem do Borussia, em 1856, e o fim do século XIX, nada menos do que 90 navios diferentes foram usados pela Hapag nessa linha norte-americana e, em 1900 surgiu o que, na época, era o maior
navio de passageiros do mundo, o Deutschland, de 16.502 toneladas. Seu proprietário? A Hapag!
Também naquele ano, 1900, foi decidida a entrada da Hapag na Rota de Ouro e Prata, onde já competiam, em acirrada concorrência, outras duas grandes empresas de bandeira alemã: a NDL e a
Hamburg-Süd. O primeiro navio a levar as cores da companhia aos portos do Brasil e da Argentina foi o Canadia, seguido pelos cinco navios da série Prinz. A entrada da Hapag na linha
sul-americana só foi possível depois da assinatura de um acordo com a HSDG, que repartia o volume de carga e tráfego entre as duas, do qual um terço ia para a primeira e dois terços para a segunda.
Seis anos mais tarde, em 1906, entravam nessa linha os novíssimos transatlânticos Konig Wilhelm, de grande tonelagem e capacidade de passageiros, o primeiro realizando sua viagem inaugural para o Brasil e o
Prata em outubro de 1906 e o segundo em julho do ano seguinte.
Tal incremento da frota da Hapag para o serviço sul-americano não era, no entanto, suficiente, visto o grande aumento da demanda e assim a armadora alemã ordenou no início de 1907 a construção de um novo par de
vapores com capacidade média destinados a reforçar a oferta de passagens para o Atlântico Sul.
A ordem foi dada ao Estaleiro Krupp-Germaniawerft, do porto de Kiel, Alemanha, e os nomes escolhidos para o par eram uma homenagem ao Brasil, Corcovado e Ypiranga. O primeiro mencionado foi entregue à
Hapag em abril de 1908 e o último nomeado, em agosto do mesmo ano.
O navio de cruzeiros Europa, da Hapag-Lloyd, ex-Kungsholm, foi também o Columbus C da armadora Costa Cruzeiros. Fez sua viagem inaugural em 1953. Deslocava 21.514
toneladas e media 189,90 metros de comprimento. Esteve em Santos com os três nomes
Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud,
publicada na rede social Facebook em 6/9/2014
Primeira Guerra Mundial - Antes do início da guerra, em 1914, a Hamburg-Amerikanische Paketfakrt Ag (Hapag) possuía uma vasta frota de 175 navios oceânicos de grande ou médio porte, operando em 74 linhas,
com escalas em 350 portos do mundo. Além desses, existiam cerca de 250 embarcações diversas, como rebocadores, navios auxiliares e outras.
Terminada a partilha e a venda da frota mercante alemã, em julho de 1920, à Hapag só restava o transatlântico Victoria Luise e ainda assim em péssimo estado.
Naquele mesmo ano, iniciou-se, para a outrora poderosa armadora e a seus novos diretores, a árdua tarefa de reconstrução. Entre os primeiros passos, foi assinado acordo de tráfego e colaboração com a United
American Lines e foram adquiridos os ativos (poucos) da Deutschea Levante Linie, outra armadora alemã.
Américas - Na década de 1930, a Hapag, cujas linhas singravam todos os mares, iniciou seu programa de modernização da frota, aproveitando-se do incremento na emigração e do incentivo aos cruzeiros marítimos.
Em 1926, encomendou seus primeiros navios movidos a motor a óleo. Dois se destinavam à linha de Nova Iorque, chamar-se-iam Saint Louis e Milwaukee, e um era destinado à linha da América do Sul,
recebendo o nome de General Osorio.
Segunda Guerra - Em 1933, começaram as primeiras mudanças políticas na Alemanha, que levariam à Segunda Guerra Mundial.
As exportações sul-americanas rumo à Alemanha caíram e isto ocasionou um sensível desequilíbrio na balança comercial, com as resultantes restrições de transferências monetárias e a precipitação na cotação das
moedas sul-americanas em relação ao marco imperial alemão.
A navegação comercial, que a essa altura gerava grande percentagem de divisas à Alemanha, era manipulada por um típico cartel. Era o que sucedia com as três grandes empresas alemãs dispondo de navios de linha para
a América do Sul (a Hamburg-Amerika Linie, o NordDeutscher Lloyd e a Hamburg-Süd).
Durante o ano seguinte, 1934, essas três grandes empresas, em comum acordo, sob orientação sindical, reestruturaram seus serviços através de um remanejamento radical das respectivas frotas.
A Hamburg-Süd, como detentora da linha para a América do Sul, recebeu, inicialmente, a título de afretamento, oito navios pertencentes ao NordDeutscher Lloyd, sendo sete cargueiros e um navio de passageiros,
enquanto da Hamburg Amerika Linien 11 navios foram transferidos, sendo 8 cargueiros e 3 transatlânticos. |