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Edição 156 - NOV/2006
CONSTRUÇÃO

Novo edifício no campus Boqueirão

Canteiro de obras serviu para estudos in loco 

A Universidade Santa Cecília está concluindo o Edifício Chico Xavier, do campus da Rua Oswaldo Cruz, em Santos, cuja entrega fará parte das comemorações pelos 45 anos de fundação da instituição. Conforme destacou o responsável pelo projeto, o arquiteto e urbanista Francisco José Carol, entre os diferenciais da construção destacou-se a preocupação em harmonizar o edifício com os prédios vizinhos da própria universidade, sendo que num dos lados foi mantido o recuo, enquanto do outro foi feita a junção com o bloco existente.

Ele detalhou que a justaposição dos blocos, aliada à necessidade de ter fundações independentes, exigiu estudos para definir a melhor solução, já que a estrutura existente possuía fundação tradicional. Optou-se, contudo, pela implantação de fundações profundas, considerando as características do projeto e a exigência de cuidados para não interferir na estrutura já existente.

A obra é executada pela Construtora Engeplus e tem o acompanhamento do engenheiro Antonio de Salles Penteado, diretor da Faculdade de Engenharia da Unisanta. O novo edifício foi implantado em terreno de 600 metros quadrados e compreende uma proposta inovadora em relação ao conjunto da Universidade, pois possui subsolo, uma solução adotada para facilitar o estacionamento de veículos e atender exigências municipais, por se tratar de empreendimento que causa impacto no sistema viário da Cidade.

Com relação à concepção arquitetônica, Carol citou como diferencial a estrutura localizada na periferia dos pavimentos, sem pilares intermediários na lâmina da edificação. "Com isso, conseguimos ter uma planta livre, no qual, conforme o uso e a necessidade, pode ser feita a distribuição dos espaços", explicou. Essa concepção fez com que toda a parte úmida, dos banheiros e copa, fosse colocada nas extremidades, facilitando qualquer tipo de distribuição interna. Também foram levadas em consideração as descidas pluviais e as subidas das instalações.
Ele detalhou que a proposta do projeto arquitetônico, com menos pilares e ainda periféricos, motivou que as vigas existentes entre os pontos de apoio fossem redistribuídas em uma malha, configurando uma grelha estrutural que serve também como laje piso.


Unidade Chico Xavier: entrega marca a parceria
entre a construtora Engeplus e a Universidade Santa Cecília
Foto: Sandra Netto


Além do subsolo e térreo, o Edifício Chico Xavier possui 8 andares e ático, totalizando cerca de 4.500 metros quadrados de construção. O primeiro andar está interligado com o edifício vizinho já construído, na seqüência onde funciona a biblioteca geral da instituição. Assim, este primeiro andar será utilizado para ampliar as modernas instalações da biblioteca. No segundo andar, será instalada a administração, incluindo recursos humanos, departamento de contabilidade e tesouraria.

O terceiro será ocupado pela reitoria e presidência. Conforme informou o arquiteto, será um andar diferenciado, com acesso controlado, e terá a exclusividade de um dos dois elevadores do edifício. Do quarto até o oitavo andar a ocupação será feita por salas divididas com painéis drywall, dotados de tratamento acústico. As salas são atendidas com iluminação natural e artificial, assim como condicionamento climático.

O fechamento externo de todo o edifício foi feito com alvenaria tradicional, utilizando blocos de concreto. Completando o fechamento, a Magenta Alumínio Ltda. forneceu e instalou caixilhos em alumínio anodizado preto. Nos portões foi utilizado alumínio com pintura eletrostática branca, com destaque para o sistema de abertura total do vão e personalização dos mesmos com vidros jateados.

A fachada possui revestimento cerâmico na cor branca, em contraste com os vidros espelhados azuis nas janelas. Esse padrão está sendo adotado também nos antigos prédios do campus, que estão sendo reformados, com a intenção de criar uma linguagem única para a universidade, que possa ser rapidamente identificada.
No ático do edifício funciona a área técnica superior do edifício, com as caixas d’água e a casa de máquinas dos elevadores. No local também foram programadas instalações para o desenvolvimento de pesquisas, nas áreas de hidráulica e elétrica, especialmente no que se refere a aquecimento solar.

O arquiteto Francisco Carol esclareceu que os projetos de cálculo estrutural, hidráulico e elétrico foram desenvolvidos na própria universidade por professores dos cursos correspondentes com a intensa participação de universitários. Ele destacou que esses projetos, assim como o arquitetônico, foram acompanhados in loco pelos estudantes das respectivas áreas. "Esta construção serviu como ponto de referência para o ensino de diferentes disciplinas, como a Engenharia Civil, Elétrica, Hidráulica, assim como do curso de Arquitetura, por meio de vistorias e até mesmo estágios", disse.

O edifício foi realizado com a participação de tradicionais profissionais e empresas do mercado. A Enmage fez o rebaixamento do lençol freático por meio do sistema well-points, utilizando bombas à base de palheta com potência de 5 cv, que consomem menos energia que as convencionais. A Areia Vieira forneceu areia e pedra em todas as fases da obra, enquanto a Belgo forneceu aço, ferro, arame e prego. Já a Cortesia forneceu a concreto das fundações profundas, lajes, pilares e vigas, utilizando modernos equipamentos, como bomba de alta pressão.

A Elétrica Sanchez forneceu todo o material elétrico, enquanto a Haiffa Projetos e Construções foi responsável pelo forro e paredes internas no sistema drywall Knauf. Todo o revestimento cerâmico das fachadas foi aplicado pela Engempre, que possui equipe de mão-de-obra especializada. Os dois elevadores do edifício foram fornecidos pela Atlas Schindler.


Fachada possui revestimento cerâmico na cor branca, com vidros espelhados azuis nas janelas
Foto: Sandra Netto