Editorial
Fora, parentada!
Luiz Carlos Ferraz
O Supremo
Tribunal Federal (STF) foi compelido a cortar na carne e extirpar prática
nociva que sempre proliferou entre os donos do Poder, o nepotismo, acatando
a constitucionalidade da resolução do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que determinou o afastamento de todos os parentes
de magistrados contratados sem concurso e que estão aboletados em
todas as esferas deste poder.
Singelamente, um dos argumentos que
fundamentaram a iniciativa do Conselho é a necessidade de se agilizar
a Justiça e prestar um serviço decente ao cidadão.
Também. O nepotismo, contudo, é muito mais que isso. Não
é à toa que é considerado o irmão da corrupção.
Na medida em que o Judiciário
expõe suas entranhas para revelar essa contaminação,
a expectativa é que os outros poderes da República, quais
sejam, o Executivo e o Legislativo, assumam postura semelhante e coloquem
no olho da rua a parentada que infesta as repartições públicas
nos diferentes níveis do Governo e do Parlamento.
Higienizando o serviço público,
o País estará dando importante passo para o fortalecimento
das instituições e da própria Democracia, oferecendo
a oportunidade ao cidadão comum para que participe de concursos
honestos, frise-se, honestos, se submeta às regras do funcionalismo
e possa exigir que a Administração Pública obedeça
aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. |