Editorial
Vote SIM, pela
vida
Luiz Carlos Ferraz
Se é
para avacalhar, como o brasileiro, de modo geral, não sabe nem votar,
o que se faz apenas pressionando o dedo em meia dúzia de teclas
numa urna eletrônica, o que se dirá do direito de ter uma
arma de fogo, capaz de matar com a mesma pressão de um dedo? Se
considerar somente este dado, o cidadão consciente votará
SIM.
Naturalmente, o plebiscito de 23
de outubro não deve ser reduzido a esta questão, embora se
o fosse ter-se-ia evitado um grande desperdício de tempo e recursos
financeiros. Mas, amparado na disposição constitucional,
que garante a consulta como exercício da soberania popular, quis
o Congresso Nacional, já tão desprestigiado, autorizá-la
como ato de sua competência exclusiva.
Primeiro, que se diga que o referendo
será inócuo para dar um basta à violência e
paralisar a quase guerra civil que se verifica nas grandes cidades, com
o crescente poder paralelo do crime organizado. Especialmente, quando se
sabe que as causas são sociais e econômicas, cristalizadas
na perversa distribuição da renda nacional.
Contudo, votar SIM significará,
antes de tudo, dificultar os bandidos de serem abastecidos com as armas
de fogo subtraídas de pessoas despreparadas para portá-las.
O contrabando é outra fonte dos marginais, mas este é um
problema da Polícia Federal, responsável pela repressão.
A campanha do NÃO é
manipulada. Deve ficar claro que, mesmo com a proibição da
venda de armas e munição, o cidadão comum que demonstrar
a efetiva necessidade, poderá, sim, adquirir arma de fogo, desde
que atenda a vários requisitos. Votar SIM, como defende a Frente
Nacional por um Brasil sem Armas, é votar na VIDA. Leitor do Perspectiva,
vote no SIM. |