Cidade
Audiência
discute dragagem do Canal
Posições divergentes
apontam a necessidade de mais divulgação sobre o projeto
Ambientalistas,
líderes comunitários e sindicalistas participaram em 9/2004
da audiência pública para a apresentação do
projeto da dragagem do Canal de Piaçaguera, em Cubatão, que
dá acesso aos terminais marítimos da Cosipa, Rio Cubatão
e Fosfértil. A dragagem é a primeira a ser executada com
controle ambiental do País. Cerca de 500 pessoas lotaram o Bloco
Cultural para ouvir as explanações dos técnicos sobre
a viabilidade do projeto, os argumentos contrários dos ambientalistas
e a posição favorável dos líderes comunitários
e representantes de colônias de pescadores.
A audiência foi coordenada
por representante do Conselho Estadual do Meio-Ambiente (Consema). Os ambientalistas
alertaram para o risco de contaminação dos espécimes
que vivem na região estuarina com a dragagem e conseqüente
remoção de sedimentos contaminados. Já os líderes
comunitários defenderam o projeto, argumentando que é uma
forma de se garantir empregos e o desenvolvimento de Cubatão.
Encontro
lotou auditório do Bloco Cultural do Paço de Cubatão Foto: Imprensa/PMC Representantes
de pescadores questionaram o fato de o EIA-Rima ter cadastrado apenas 500
desses profissionais que dependem da pesca para a sobrevivência.
Segundo a Federação dos Pescadores do Estado, há 2.731
pescadores que trabalham na região que será atingida pelos
trabalhos de dragagem. Eles também cobraram um posicionamento quanto
à indenização dos trabalhadores, já que não
será possível a pesca na área durante as obras. A
mesma preocupação foi manifestada por proprietários
de garagens náuticas instaladas na região.
Com 5.100 metros de comprimento e
largura média de 100 metros, o Canal de Piaçaguera permite
o acesso de navios aos terminais marítimos da Usiminas/Cosipa, Fosfértil
e Rio Cubatão. Na divisa entre os Municípios de Cubatão
e Santos e inaugurado em 1965, o canal foi formado a partir da dragagem
do curso natural dos Rios Mogi e Piaçaguera. Em 1996 foi realizada
a última dragagem de manutenção autorizada pela Secretaria
de Meio Ambiente e Cetesb.
Com o assoreamento, os navios são
obrigados a atracar cada vez mais longe do cais, o que compromete a segurança
das operações de carga e descarga. Sem a dragagem, há
possibilidade de encalhe dos navios, com riscos de rompimento dos cascos
e vazamento de produtos no meio ambiente. Por mês, cerca de 50 navios
passam pelo local, registrando um movimento médio de importação
e exportação, que representa 14% das operações
de carga do Porto de Santos. |