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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 06/10/04 17:06:19
Edição 131 - Mai/2004

Meio-ambiente

Eco Week discute políticas ambientais

Explanações sobre resgate ambiental marcam seminário

Representantes do poder público, setor industrial e sociedade civil participaram da Eco Week - 1º Seminário do Meio Ambiente de Cubatão, de 31 de maio a 5/6/2004, no Bloco Cultural do Paço. Na abertura, a recuperação ambiental da cidade e os problemas enfrentados neste processo sob vários enfoques, foram apresentados pelo prefeito Clermont Silveira Castor; o presidente da Câmara Luiz Carlos Costa, o Luizinho; o secretário Eduardo Silveira Belo, de Meio Ambiente; o presidente do Ciesp, Ademar Salgosa Júnior; o presidente da Cetesb, Rubens Lara; e a secretária de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, Marijane Vieira Lisboa, que representou a ministra Marina Silva, do Meio-Ambiente.


Na mesa : Eduardo Belo (E), Ademar Salgosa, o prefeito Clermont, Marijane Lisboa, 
Luis Carlos Costa, Luizinho e Rubens Lara (D)
Foto: Aderbau Gama/PMC

Na pauta da Eco Week, foram desenvolvidas atividades alusivas ao meio-ambiente, uma feira ecológica e exposição das melhores redações do concurso promovido na rede municipal de ensino. O evento teve como objetivo colocar Cubatão no cenário nacional como modelo de recuperação ambiental.

Para Marijane, Cubatão é um exemplo de cidade onde não houve a preocupação com os possíveis danos ecológicos decorrentes da instalação de um pólo industrial. Segundo ela, o desenvolvimento sustentável só pode ser conquistado com a interação entre os órgãos públicos, a população, as indústrias e a comunidade científica.

O prefeito Clermont Silveira Castor explicou a disposição de apagar a imagem projetada nos anos 70 e 80, divulgada mundialmente como a cidade mais poluída. Embora tenha havido um grande investimento por parte das indústrias e dos governos Estadual e Municipal - trabalho que conseguiu reduzir em mais de 90% das 320 fontes poluidoras -, o cenário desolado ainda está na memória de muita gente.

Em sua explanação, Rubens Lara ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pelo ex-governador Franco Montoro, que iniciou, em 1983, o Programa de Recuperação Ambiental de Cubatão. Ele salientou, ainda, a atuação da comunidade, por meio dos movimentos populares. "Não se pode dar trégua nesta luta pelo meio-ambiente, porque é, através dela, da conscientização e participação de todos nós, que transformamos a sociedade".

Durante a semana, foram realizadas palestras com representantes do Ciesp, Emae, Sabesp, Cetesb, Petrobrás, Cosipa, Carbocloro, Bunger e Escola Técnica Federal. Além disso, os participantes conheceram os parques ecológicos da cidade, Estrada Velha da Serra do Mar, trilhas e manguezais, e visitaram empresas do pólo petroquímico. A promoção foi da Secretaria Municipal de Meio-Ambiente, com apoio do supervisor da Fábrica da Comunidade, Valdemir Pinto de Moraes, da técnica do Projeto Carteira Assinada, Ana Maria Almeida Gomes, de indústrias do pólo, do Banco Real e da Associação Comercial.
 


Estandes apresentam projetos ambientais
Foto: Aderbau Gama/PMC


Embalagens para revestir

O projeto que aproveita embalagens de alimentos líquidos, gerando mais conforto em habitações cobertas de amianto, além de preservar o meio-ambiente, foi  apresentado  na Eco Week, no estande da Secretaria de Meio-Ambiente (Semam) da Prefeitura de Cubatão.

Em maquetes, foi possível demonstrar a função das caixas como isolantes térmicos em tetos, paredes e persianas, com orientações de como utilizá-la. A Prefeitura, por meio do Centro de Estudos Ambientais Guará Vermelho e do Fundo Social de Solidariedade, adotou o projeto Forro Vida Longa, baseado em pesquisa de Luís Otto Faber Shmutzer e Antonio Celso de Arruda, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.

A bióloga responsável pelo Centro Guará Vermelho, Maria do Carmo Araújo Amaral, explicou as vantagens da reciclagem das caixas: "Além de qualidade de vida no interior de moradias populares, a iniciativa significa benefício ecológico, já que contribui para a redução do espaço ocupado pelo lixo em aterros sanitários e livra o mangue da poluição que atinge fauna e flora". Outro benefício é a mudança de comportamento da comunidade no tocante à preservação ambiental.

Segundo o estudo da Unicamp, a temperatura de um ambiente coberto por amianto pode chegar a 61,6 graus celsius. Já sob forro revestido do material, a temperatura cai para 31,6, ou seja, a redução é de 30 graus. Conforme frisou, outro fator que contribui para o acréscimo da temperatura é a cor enegrecida que o amianto vai adquirindo com o tempo.

A embalagem é constituída de uma camada de papelão, quatro de polietileno e uma de 0,035 milímetro de espessura de alumínio. O metal reflete a irradiação do sol, desde que voltada para o interior da construção e a dois centímetros da telha, de modo que possibilite circulação de ar. Para cada metro quadrado de revestimento, são necessárias 16 caixas de leite.