Meio-ambiente
Eco Week discute
políticas ambientais
Explanações sobre
resgate ambiental marcam seminário
Representantes
do poder público, setor industrial e sociedade civil participaram
da Eco Week - 1º Seminário do Meio Ambiente de Cubatão,
de 31 de maio a 5/6/2004, no Bloco Cultural do Paço. Na abertura,
a recuperação ambiental da cidade e os problemas enfrentados
neste processo sob vários enfoques, foram apresentados pelo prefeito
Clermont Silveira Castor; o presidente da Câmara Luiz Carlos Costa,
o Luizinho; o secretário Eduardo Silveira Belo, de Meio Ambiente;
o presidente do Ciesp, Ademar Salgosa Júnior; o presidente da Cetesb,
Rubens Lara; e a secretária de Qualidade Ambiental nos Assentamentos
Humanos, Marijane Vieira Lisboa, que representou a ministra Marina Silva,
do Meio-Ambiente.
Na mesa
: Eduardo Belo (E), Ademar Salgosa, o prefeito Clermont, Marijane Lisboa, Luis Carlos
Costa, Luizinho e Rubens Lara (D) Foto: Aderbau
Gama/PMC
Na pauta da Eco Week, foram desenvolvidas
atividades alusivas ao meio-ambiente, uma feira ecológica e exposição
das melhores redações do concurso promovido na rede municipal
de ensino. O evento teve como objetivo colocar Cubatão no cenário
nacional como modelo de recuperação ambiental.
Para Marijane, Cubatão é
um exemplo de cidade onde não houve a preocupação
com os possíveis danos ecológicos decorrentes da instalação
de um pólo industrial. Segundo ela, o desenvolvimento sustentável
só pode ser conquistado com a interação entre os órgãos
públicos, a população, as indústrias e a comunidade
científica.
O prefeito Clermont Silveira Castor
explicou a disposição de apagar a imagem projetada nos anos
70 e 80, divulgada mundialmente como a cidade mais poluída. Embora
tenha havido um grande investimento por parte das indústrias e dos
governos Estadual e Municipal - trabalho que conseguiu reduzir em mais
de 90% das 320 fontes poluidoras -, o cenário desolado ainda está
na memória de muita gente.
Em sua explanação,
Rubens Lara ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pelo
ex-governador Franco Montoro, que iniciou, em 1983, o Programa de Recuperação
Ambiental de Cubatão. Ele salientou, ainda, a atuação
da comunidade, por meio dos movimentos populares. "Não se pode dar
trégua nesta luta pelo meio-ambiente, porque é, através
dela, da conscientização e participação de
todos nós, que transformamos a sociedade".
Durante a semana, foram realizadas
palestras com representantes do Ciesp, Emae, Sabesp, Cetesb, Petrobrás,
Cosipa, Carbocloro, Bunger e Escola Técnica Federal. Além
disso, os participantes conheceram os parques ecológicos da cidade,
Estrada Velha da Serra do Mar, trilhas e manguezais, e visitaram empresas
do pólo petroquímico. A promoção foi da Secretaria
Municipal de Meio-Ambiente, com apoio do supervisor da Fábrica da
Comunidade, Valdemir Pinto de Moraes, da técnica do Projeto Carteira
Assinada, Ana Maria Almeida Gomes, de indústrias do pólo,
do Banco Real e da Associação Comercial.
Estandes
apresentam projetos ambientais Foto: Aderbau
Gama/PMC
Embalagens para revestir
O projeto
que aproveita embalagens de alimentos líquidos, gerando mais conforto
em habitações cobertas de amianto, além de preservar
o meio-ambiente, foi apresentado na Eco Week, no estande da
Secretaria de Meio-Ambiente (Semam) da Prefeitura de Cubatão.
Em maquetes, foi possível
demonstrar a função das caixas como isolantes térmicos
em tetos, paredes e persianas, com orientações de como utilizá-la.
A Prefeitura, por meio do Centro de Estudos Ambientais Guará Vermelho
e do Fundo Social de Solidariedade, adotou o projeto Forro Vida Longa,
baseado em pesquisa de Luís Otto Faber Shmutzer e Antonio Celso
de Arruda, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.
A bióloga responsável
pelo Centro Guará Vermelho, Maria do Carmo Araújo Amaral,
explicou as vantagens da reciclagem das caixas: "Além de qualidade
de vida no interior de moradias populares, a iniciativa significa benefício
ecológico, já que contribui para a redução
do espaço ocupado pelo lixo em aterros sanitários e livra
o mangue da poluição que atinge fauna e flora". Outro benefício
é a mudança de comportamento da comunidade no tocante à
preservação ambiental.
Segundo o estudo da Unicamp, a temperatura
de um ambiente coberto por amianto pode chegar a 61,6 graus celsius. Já
sob forro revestido do material, a temperatura cai para 31,6, ou seja,
a redução é de 30 graus. Conforme frisou, outro fator
que contribui para o acréscimo da temperatura é a cor enegrecida
que o amianto vai adquirindo com o tempo.
A embalagem é constituída
de uma camada de papelão, quatro de polietileno e uma de 0,035 milímetro
de espessura de alumínio. O metal reflete a irradiação
do sol, desde que voltada para o interior da construção e
a dois centímetros da telha, de modo que possibilite circulação
de ar. Para cada metro quadrado de revestimento, são necessárias
16 caixas de leite. |