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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 04/08/04 10:24:13
Edição 129 - Mar/2004

Editorial

A vez das seguradoras

Luiz Carlos Ferraz

Na esteira da tendência global de a empresa reavaliar a sua missão, com o objetivo de incorporar ações que demonstrem a sua responsabilidade social, está na hora de as companhias de seguros repensarem suas estratégias – se é que conseguem compreender que, para a própria sobrevivência, devem assegurar o funcionamento de um mercado saudável e competitivo. 

É óbvio que o setor, como qualquer outro, possui exceções meritórias, aqui e acolá, mas não será delas que se tratará. Pelo contrário, o objetivo é repudiar a prática abusiva contumaz, já fartamente denunciada, mas sem resultados. Não devem ter dúvidas as companhias seguradoras que seu negócio é exatamente assumir o risco na eventual reparação de um bem, calculado mediante a assinatura de um contrato, o que não significa que a partir desse momento poderão usar de artimanhas para esquivar-se de tal responsabilidade. 

Não se está a falar de hipóteses, pois em março/2004, no Legislativo santista, uma audiência pública da Comissão Especial de Vereadores que apura as atividades dessas empresas na cobertura de sinistros com veículos, publicizou situações escandalosas, devidamente encaminhadas ao Ministério Público, nas quais seguradoras estão agindo em conluio com oficinas credenciadas para fraudar o segurado. 

Estamos atentos e esperamos que o MP inaugure ação civil pública para apurar as denúncias, que possuem interface com a relação que as seguradoras mantém com os corretores profissionais de seguros, uma categoria cada vez mais desprestigiada, que perde mercado e sofre a substituição descarada pelo próprio funcionário da seguradora ou das instituições financeiras que atuam no setor.