Editorial
A vez das seguradoras
Luiz Carlos Ferraz
Na esteira
da tendência global de a empresa reavaliar a sua missão, com
o objetivo de incorporar ações que demonstrem a sua responsabilidade
social, está na hora de as companhias de seguros repensarem suas
estratégias – se é que conseguem compreender que, para a
própria sobrevivência, devem assegurar o funcionamento de
um mercado saudável e competitivo.
É óbvio que o setor,
como qualquer outro, possui exceções meritórias, aqui
e acolá, mas não será delas que se tratará.
Pelo contrário, o objetivo é repudiar a prática abusiva
contumaz, já fartamente denunciada, mas sem resultados. Não
devem ter dúvidas as companhias seguradoras que seu negócio
é exatamente assumir o risco na eventual reparação
de um bem, calculado mediante a assinatura de um contrato, o que não
significa que a partir desse momento poderão usar de artimanhas
para esquivar-se de tal responsabilidade.
Não se está a falar
de hipóteses, pois em março/2004, no Legislativo santista,
uma audiência pública da Comissão Especial de Vereadores
que apura as atividades dessas empresas na cobertura de sinistros com veículos,
publicizou situações escandalosas, devidamente encaminhadas
ao Ministério Público, nas quais seguradoras estão
agindo em conluio com oficinas credenciadas para fraudar o segurado.
Estamos atentos e esperamos que o
MP inaugure ação civil pública para apurar as denúncias,
que possuem interface com a relação que as seguradoras mantém
com os corretores profissionais de seguros, uma categoria cada vez mais
desprestigiada, que perde mercado e sofre a substituição
descarada pelo próprio funcionário da seguradora ou das instituições
financeiras que atuam no setor. |