Editorial
O Rei não
está nu
Luiz Carlos Ferraz
O jeito
PT de fazer política é igualzinho ao de qualquer outro partido
nacional e, para os incautos que acreditavam em coelhinho da Páscoa,
esta é a pior constatação a que se chega a partir
do episódio Waldomiro Diniz, amigo e ex-colaborador do ministro
José Dirceu.
A semelhança, contudo, pára
por aí, pois no resto, apesar das análises dos derrotados
de plantão, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ainda é diferente, por maior que seja a fúria tributária
nas mudanças pontuais no sistema.
Flagrado na prática de diversos
tipos penais, como corrupção e prevaricação,
Waldomiro já está sendo alvo de inquérito policial
e responderá a ação penal, beneficiado com o devido
processo legal. O curso das investigações da Polícia
Federal e do Ministério Público é que vai apurar o
envolvimento do amigo ministro - que, aliás, desde já poderia
ter sido afastado de suas funções.
Daí, contudo, a defender a
criação pelas raposas do Congresso de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito, seja com o título CPI do PT, ou
do Bingo, funcionando mais como moeda de troca por cargos e benesses oficiais,
só mesmo uma oposição irresponsável, como costumam
ser as oposições.
Por mais que se diga, e é
bom que se identifiquem tais arautos, o Rei não está nu,
e responde com uma agenda positiva aos que, em passado recente, deram inequívocas
demonstrações de incompetência na condução
do País ao desenvolvimento, e que continuam a atrapalhar o quanto
podem o avanço dos programas sociais do Governo. |