Editorial
O alvo da vez
Luiz Carlos Ferraz
Responsáveis
pela Segurança Pública, nas formas preventiva e repressiva
- ainda que muitas vezes nem todos seus integrantes demonstrem ter esse
compromisso -, as Polícias Militar e Civil estão na mira
do crime organizado, sofrendo seguidos atentados, sob o olhar atônito
da sociedade.
Aliás, ataques que já
eram freqüentes no Rio de Janeiro. Agora, a capital paulista, interior
e regiões metropolitanas do Grande ABC e Baixada Santista também
vêem as bombas explodirem na sua porta, parecendo não haver
mais a quem apelar, na medida em que a ousadia dos criminosos apresenta
as polícias como alvo fácil, expondo a fragilidade das instituições
e dando a impressão que falta esquema para defender o patrimônio
de cada uma e a vida dos respectivos contingentes. Clama-se que o Governo
defina uma política nacional de Segurança Pública,
pois a tendência é que tais práticas criminosas se
alastrem a outros Estados.
Como modelo de combate à violência,
há de se considerar os resultados do polêmico Tolerância
Zero, aplicado com sucesso em Nova York, necessitando, todavia, adequá-lo
à nossa Constituição Federal, já que, embora
mitigue direitos e garantias previstos na Carta - o que deverá exigir
a aprovação de uma emenda constitucional -, poderá
oferecer tranqüilidade ao cidadão e colocar sob controle a
criminalidade no País.
No mais, é tratar de maneira
adequada o pequeno delito, para que o infrator seja desestimulado a praticar
crimes maiores; punir com rigor nos casos mais graves; e prestigiar o bom
policial, com melhores salários e equipamentos modernos. |