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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 08/31/03 18:22:10
Edição 123 - AGO/2003 

Editorial

Setembro será melhor

Luiz Carlos Ferraz

Mês considerado de mau agouro, agosto de 2003 não deixou por menos, ao ser marcado pela tragédia da Base de Alcântara, com 21 mortes. Antes, tudo parecia indicar que terminaria bem, com os setores produtivos animados com a redução de 2,5 pontos na taxa básica de juros (Selic), como aplaudiu o esperançoso presidente do Secovi-SP, Romeu Chap Chap, embora tal sinalização do governo tenha sido suficiente para causar protesto da oposição. Aliás, a mesma que apontou o fracasso na aprovação da Reforma da Previdência, que por sua vez foi comemorada como uma vitória histórica pelo governo... 

Aos magistrados, entre outros servidores públicos, pelo menos, os resultados devem ter sido positivos, eis que aparentemente retomaram o ritmo paquidérmico da máquina estatal. Em agosto, por exemplo, juízes estaduais de Santos sentenciavam processos conclusos desde março. 

Queremos crer que setembro não repetirá a tragédia do dia 11, nos EUA, estopim da ação insana do presidente George W. Bush e aliados na invasão do Iraque. Se risco não havia, como demonstraram os fatos que se seguiram, foi suficiente para aglutinar o terrorismo e gerar atentados em série, contra alvos até então inesperados, como o recente ataque que destruiu o QG da ONU em Bagdá e matou, entre tantos, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello. 

A Primavera, contudo, poderá fazer alguns milhões de vítimas, abaixo do Equador, onde se cuida da aprovação de outra Reforma, desta vez a Tributária. A voracidade dos governantes, agora irmanados o federal e estaduais na disposição de aprovar emendas de caráter confiscatório, é uma ameaça ao contribuinte. Para quem gosta de parábolas, deve-se lembrar aquela da galinha dos ovos de ouro. Em outubro próximo, o cidadão estará um pouco mais nu, ainda que flagrante a sensação que continuam a lhe meter a mão no bolso.