Cidade: Cubatão
Clermont quer
cancelar indenizações
Violando
a Constituição Federal, áreas que pertencem ao Governo
Federal foram desapropriadas pela Prefeitura de Cubatão, em administrações
passadas, gerando uma dívida de cerca de R$ 300 milhões em
precatórios judiciais. Atualmente, R$ 20 milhões estão
bloqueados em bancos (ou seja, a Prefeitura não pode usar o dinheiro)
para pagar a desapropriação da chamada Ilha do Tatu, um manguezal
situado na região do Jardim Casqueiro e onde nunca foi implantado
nenhum projeto municipal. Essa desapropriação foi cancelada
quando o Governo Federal reclamou a posse da área. Porém,
os detentores da posse da ilha entraram com ação na Justiça,
reclamando juros compensatórios, e ganharam a ação.
Segundo levantamento feito pela Prefeitura,
80% das desapropriações feitas pelos prefeitos anteriores
são de áreas de marinha, ou seja, pertencentes à União.
Entretanto, algumas pessoas se apresentaram como proprietários das
áreas e reclamaram o direito às indenizações.
A maioria das indenizações supera a marca de R$ 1 milhão.
A atual administração, do prefeito Clermont Castor, já
pagou, em dois anos e meio, R$ 120 milhões de dívidas judiciais,
das quais a maioria refere-se a estas indenizações. “É
dinheiro que poderia ter sido utilizado em obras nos bairros, como escolas,
postos médicos etc., e que fui obrigado a destinar a estes precatórios.
Isso não é justo. Por isso, pretendo lutar com todas as minhas
energias para que as indenizações por desapropriações
ilegais sejam canceladas”, disse Clermont.
As possíveis fraudes nas desapropriações
em Cubatão estão sendo avaliadas pela Justiça Federal,
onde tramita na 2ª Vara, em Santos, denúncia feita pela Advocacia-Geral
da União, que contesta a desapropriação de uma área,
cuja propriedade é atribuída ao espólio de Raimundo
de Lucca Filho e que, segundo a AGU, pertenceria ao Governo Federal. Caso
a AGU ganhe a questão, a Prefeitura não precisará
pagar a indenização por esta gleba, avaliada em cerca de
R$ 3 milhões. A AGU também analisa desapropriações
da antiga Vila Parisi e de áreas na região do Jardim Casqueiro.
A AGU quer o cancelamento de registros cartorários e a suspensão
dos processos de indenizações. |