Política
Negociado,
Alegra Centro vai a plenário
Fundamental para a revitalização
do Centro Histórico de Santos, projeto sofreu boicote
Em 11/2002,
o projeto de lei que cria o Alegra Centro completou um ano de tramitação
na Câmara de Santos. Mas, ainda em 12/2002, a partir de negociações
entre as lideranças partidárias - alterando alguns artigos
do projeto original -, é possível que ele seja pautado para
sua primeira discussão em plenário. O Alegra Centro, de autoria
do Executivo, prevê incentivos fiscais às empresas que se
instalarem em regiões pré-determinadas em áreas do
Centro, Valongo e Vila Nova e nos últimos 12 meses foi alvo do boicote
de vereadores, que alegam que o projeto é incompatível com
as atividades portuárias e significaria a suspensão de investimentos
no setor.
Embora Mantovani Calejon (PPB) tenha
sido o único que expôs sua opinião contrária
ao projeto original, ele não estava sozinho. Outros vereadores,
nos bastidores, mesmo sendo da base de sustentação do governo,
também não se empenharam na discussão da matéria.
Outra parcela de edis, ainda que da oposição, tem se manifestado
favorável ao Alegra Centro. Em meio à confusão, o
projeto passou lentamente por todas as comissões permanentes, e
com as negociações feitas agora, será pautado para
votação em plenário.
No final de novembro, o vereador
José Antonio Marques Almeida, o Jama (PPS), presidente da Câmara,
dirigiu uma carta-aberta à Associação Comercial de
Santos, que se posicionou favorável ao projeto.
Para Jama, o conflito é totalmente
dispensável, contornável e desnecessário. “Santos
tem o privilégio de ter vocações econômicas
múltiplas, destacando-se aquelas vinculadas às atividades
turísticas e portuárias. Particularmente, entendo que ambas
devam ser potencializadas, de forma não excludente, com o intuito
de se obter delas o máximo de benefícios à população
da Baixada Santista”, disse o vereador, um dos que se empenha na aprovação
do projeto.
Um pacote de
incentivos fiscais
O Alegra
Centro objetiva o desenvolvimento e a revitalização do Centro
Histórico de Santos, envolvendo Porto e Bairros do Centro, Valongo
e Vila Nova (veja o mapa), na qual a Municipalidade oferece incentivos
fiscais aos empresários que ocuparem os imóveis na região
para implantar suas atividades. As vantagens fiscais no projeto original
são sete: isenção de IPTU; isenção de
ISS da obra; isenção de ITBI, no caso de compra de imóvel;
isenção de Taxa de Licença por 5 anos; isenção
de ISS (limite de R$ 30 mil/ano), por 5 anos; venda do Potencial Construtivo;
e, no caso de patrocínio, isenção de 50% de IPTU ou
ISS, de terceiros.
Os incentivos foram dimensionados
pela Secretaria de Economia e Finanças de modo a não prejudicar
a arrecadação municipal. Pelo contrário. Segundo as
projeções, de cada real oferecido em isenção,
espera-se que sejam gerados três reais, numa relação
que terá um impacto extremamente positivo nos futuros orçamentos.
Não são todas as atividades
contempladas com os incentivos. As escolhidas, no projeto original, são
as seguintes: turismo e hospedagem, diversões, comunitários
e social, agenciamento e organizadores, beleza e higiene pessoal, educação
e cultura, comércio varejista, profissionais liberais e ateliês
artísticos e estes prestadores de serviços: empresas de engenharia
e arquitetura, administradora de bens, laboratório de análises
clínicas, assessoria e consultoria jurídica, contabilidade,
construtora, clínicas médica e dentária e empresas
de software e hardware.
Após a aprovação
pelo Legislativo, o funcionamento do Alegra Centro exigirá inúmeras
ações, como a criação do escritório
técnico. Caberá a este escritório a gestão
do projeto, incluindo a análise dos projetos de investimentos e
intervenções, a articulação com os demais órgãos
públicos ou privados e sociedade civil, objetivando ações
destinadas à revitalização da região.
Câmara
aprova o orçamento para 2003
A Câmara
de Santos aprovou na sessão de 28/11/2002, por 15 votos favoráveis
e uma abstenção, o projeto de Lei nº 180/2002, do Executivo,
que estima e fixa a receita municipal para o exercício de 2003 em
R$ 505.391.500,00. O projeto foi aprovado após a retirada de 50
emendas que receberam pareceres contrários da Comissão de
Finanças e Orçamento, presidida pelo vereador José
Lascane (PPB).
Ao todo, foram apresentadas 239 emendas.
Os principais investimentos previstos na proposta orçamentária
são da ordem de R$ 102,4 milhões para a Educação,
que corresponde a 30,15% da receita. Já a Saúde receberá
R$ 93,7 milhões, equivalente a 15,87%. Para o plano de investimentos
e obras será destinado R$ 19,9 milhões, correspondentes a
4,47%.
Votaram a favor do projeto os vereadores
Adelino Rodrigues (PSB), Ademir Pestana (PPS), Antonio Carlos Banha Joaquim
(PMDB), Augusto Zago (PSDB), Benedito Furtado (PSB) - que está substituindo
a vereadora Luzia Neófiti (PT) -, Fábio Alexandre Nunes (PSB),
Fausto Lopes (PFL), José Antonio Marques Almeida Jama (PPS), José
Lascane (PPB), Manoel Constantino (PMDB), Marinaldo Mongon (PTB), Odair
Gonzalez (PPB) e Paulo Barbosa (PPB), Sandra Arantes do Nascimento (PTB)
e Suely Morgado (PT).
O voto de abstenção
foi da vereadora Cassandra Maroni Nunes (PT). Os parlamentares Carlos Eduardo
Adegas (PL), Fausto Figueira (PT), Geonísio Boquinha Aguiar (sem
partido) e Roberto Oliveira Teixeira (PTB), ausentes na sessão,
estavam em Brasília tratando de questões portuárias.
Eles fazem parte da Comissão Especial de Vereadores dos Portos.
Também ausente Carlos Mantovani (PPB).
Projeto exige
nível superior de candidatos ao Conselho
Em primeira
discussão, a Câmara de Praia Grande aprovou projeto de lei
que acrescenta o inciso VI do art. 3º da Lei nº 1.171/02. O objetivo
é restabelecer a exigência dos candidatos ao Conselho Tutelar
possuírem nível superior completo. A exigência constou
de projeto sobre reestruturação do Conselho, mas foi suprimida
por uma emenda. O prefeito vetou a emenda e a Câmara acatou o veto.
“Sendo assim, sentimo-nos motivados
a restabelecer a antiga exigência de escolaridade, dando um tratamento
mais justo à questão”, explicou o prefeito Alberto Mourão.
Segundo Mourão, a remuneração
dos membros do Conselho Tutelar corresponderá àquela prevista
para o cargo de assistente social da Prefeitura, sendo que a legislação
municipal estabelece o nível superior para o exercício deste
cargo. |