Construção
Flexibilização inviável
Executivo descarta flexibilização
da Lei de Autovistoria
O secretário
de Obras e Serviços Públicos de Santos, Antônio Carlos
Silva Gonçalves, descartou a possibilidade de flexibilização
da Lei Complementar Municipal nº 441/01, em vigor desde 24/4/2002,
que institui a autovistoria dos prédios, condomínios e demais
imóveis não unifamiliares. Gonçalves disse que a flexibilização
é inviável por tratar-se de uma lei técnica. No entanto,
uma das maiores críticas dos profissionais do setor diz respeito
justamente à elaboração do laudo técnico que
deve ser apresentado à Prefeitura.
Segundo o engenheiro José
Geraldo Neves Nunes, presidente da Comissão de Engenharia de Avaliação
e Perícias da Associação dos Engenheiros e Arquitetos
de Santos (AEAS), a lei não especifica que o relatório deve
ser emitido de acordo com as Normas de Inspeção Predial do
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias em Engenharia
(Ibape).
“Esta norma divide as avaliações
dos edifícios em três níveis distintos”, esclarece
o perito. O primeiro nível inclui a avaliação visual
da edificação. O segundo utiliza equipamentos especiais para
a elaboração do laudo e o terceiro inclui o uso de equipamentos
especiais, exames laboratoriais e até mesmo a visita de um engenheiro
calculista.
O perito aponta que a lei é
omissa também porque menciona apenas a vistoria da parte estrutural,
quando segurança nas edificações envolve também
sistema de incêndio, pára-raios, impermeabilização,
fachadas, marquises e instalações elétricas e hidráulicas.
O secretário de Obras enfatiza que a lei é uma medida preventiva
e está sujeita a alterações, desde que sejam fundamentadas.
“Sabemos que a lei não é perfeita e por isso estamos abertos
para reuniões com as entidades”, ponderou.
Apesar das pressões das entidades
de classe, o secretário informa que até agora não
recebeu nenhuma sugestão que contribuísse com a evolução
da legislação. “Muitas entidades procuraram a imprensa para
criticar lei, mas em momento algum o Executivo foi contatado”, afirma ele,
ao frisar que as sugestões devem ser apresentadas à Secretaria
de Obras. |