Editorial
Metropolizar a água
Luiz Carlos Ferraz
Bem cuja
tendência mundial é escassear nas próximas décadas,
a água há muito está na mira dos administradores públicos,
tendo em conta sua relevância e a projeção de seu valor
às futuras gerações. Entre nós, durante a temporada
de Verão, alguns Municípios na Região Metropolitana
da Baixada Santista voltaram a sofrer com a falta do líquido nas
torneiras. Praia Grande foi exemplo do absurdo, assim como outras Cidades
do Litoral Sul e praias da Costa Norte.
É possível afirmar
que hoje ainda há irresponsabilidade na gestão da água,
mesmo que se considerem as desculpas esfarrapadas de redução
nos estoques devido à queda no volume dos mananciais e blá,
blá, blá. Se o atual modelo está defeituoso, urge
que se busquem alternativas para tornar a água amplamente disponível,
garantidora de riqueza e desenvolvimento.
Sabe-se que os munícipes de
Santos pagam, anualmente, R$ 100 milhões pelo consumo de água,
dinheiro que não retorna à Cidade na forma de investimentos
– e muito menos à região, já que estamos a admitir
um enfoque metropolitano. Nesta quadra, então, os recursos captados
são bem maiores, quiçá, o dobro – e, também
nesta relação, quase nada é investido nos municípios
que compõem a metrópole.
O prefeito Beto Mansur defende a
municipalização dos serviços de distribuição
de água. Para Santos, seria ideal; mas seria justo com a metrópole?
Afinal, há estâncias cujas receitas atuais seriam insuficientes
para manter em funcionamento as redes de abastecimento. Melhor será
metropolizar a água. Pelo menos, não veríamos nossos
recursos sendo utilizados de forma eleiçoeira, desviados aos confins
do Estado. |