Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/real/ed107a.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/07/02 18:05:12
Edição 107 - ABR/2002 

Editorial

Metropolizar a água

Luiz Carlos Ferraz

Bem cuja tendência mundial é escassear nas próximas décadas, a água há muito está na mira dos administradores públicos, tendo em conta sua relevância e a projeção de seu valor às futuras gerações. Entre nós, durante a temporada de Verão, alguns Municípios na Região Metropolitana da Baixada Santista voltaram a sofrer com a falta do líquido nas torneiras. Praia Grande foi exemplo do absurdo, assim como outras Cidades do Litoral Sul e praias da Costa Norte. 

É possível afirmar que hoje ainda há irresponsabilidade na gestão da água, mesmo que se considerem as desculpas esfarrapadas de redução nos estoques devido à queda no volume dos mananciais e blá, blá, blá. Se o atual modelo está defeituoso, urge que se busquem alternativas para tornar a água amplamente disponível, garantidora de riqueza e desenvolvimento.

Sabe-se que os munícipes de Santos pagam, anualmente, R$ 100 milhões pelo consumo de água, dinheiro que não retorna à Cidade na forma de investimentos – e muito menos à região, já que estamos a admitir um enfoque metropolitano. Nesta quadra, então, os recursos captados são bem maiores, quiçá, o dobro – e, também nesta relação, quase nada é investido nos municípios que compõem a metrópole. 

O prefeito Beto Mansur defende a municipalização dos serviços de distribuição de água. Para Santos, seria ideal; mas seria justo com a metrópole? Afinal, há estâncias cujas receitas atuais seriam insuficientes para manter em funcionamento as redes de abastecimento. Melhor será metropolizar a água. Pelo menos, não veríamos nossos recursos sendo utilizados de forma eleiçoeira, desviados aos confins do Estado.