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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 03/09/02 13:21:33
Edição 105 - FEV/2002 

Entrevista: 
Vereador José Antonio Marques Almeida (Jama)

Lei municipal previne o uso de drogas

O vereador e presidente da Câmara Municipal de Santos, José Antonio MarquesJama: iniciativa pioneira Almeida, o Jama (PPS), que tem seu trabalho voltado à questão das drogas, foi feliz ao encaminhar ao Legislativo, em 2001, um projeto pioneiro. Aprovado e já colocado em prática, faz com que as escolas da rede municipal de ensino insiram, em sua grade curricular, o estudo da dependência química e suas conseqüências nos aspectos neurológicos, psicológicos e sociais. Conhecida como “Lei Jama”, ela levou o nº 1989/2001, e entrou em vigor visando quebrar o tabu no que tange a droga no ambiente escolar.

Perspectiva - Como surgiu a idéia de criar a “Lei Jama”?

Jama - Uma pesquisa nacional feita pela Unesco sobre o envolvimento dos jovens com as drogas me chamou a atenção. A pesquisa revelou que a escola se tornou o local preferido para o consumo de entorpecentes.

Perspectiva - Na prática, como funciona o projeto nas escolas?

Jama - O projeto beneficia 62 escolas municipais atingindo 42 mil estudantes do ensino fundamental e médio. Os professores abordam o tema dentro ou fora da sala de aula. A droga pode virar discussão durante uma aula de Ciências, por exemplo. A abordagem é feita de maneira interdisciplinar, sem se tornar um peso para os alunos. O objetivo é mostrar os riscos que a dependência traz. Vale ressaltar que a Secretária de Educação, Jossélia Fontoura, vem trabalhando bem a questão.

Perspectiva - O sr. acha que os professores estão preparados para abordar o assunto?

Jama - Os educadores que ainda não estão preparados para lidar com o tema terão agora uma boa oportunidade, pois a Secretaria de Educação está também investindo no treinamento desses profissionais.

Perspectiva - Qual tem sido a receptividade entre os alunos?

Jama - As informações que me chegaram é de que os alunos estão aceitando bem a inclusão do tema como discussão em sala de aula. A constatação está registrada em recente matéria levada ao ar pela TV Cultura. Fiquei sensibilizado ao ver a entrevista de uma garota de 12 anos, que afirmou: “tendo conhecimento, não haverá motivos para nos envolvermos com as drogas”.

Perspectiva - Como o sr. vê a relação das drogas com a violência?

Jama - O combate à violência deve ser amplo e as drogas têm um peso de culpa nessa questão. É por isso que o poder público precisa investir em campanhas preventivas.

Perspectiva - Como a “Lei Jama” está repercutindo na comunidade?

Jama - A lei está sendo conhecida agora, com a volta às aulas. Trata-se de uma iniciativa pioneira no ambiente escolar, que sempre viu o assunto com certo preconceito.

Perspectiva - O sr. é autor do “Projeto Adeus Drogas. Há Deus!” Como ele funciona?

Jama - Milito no combate as drogas há quase 20 anos. Entrei na política já com o propósito de doar o meu salário e de meus assessores às entidades que eu conheço bem e que atuam na recuperação de dependentes químicos. A doação que está registrada em cartório ajuda na infra-estrutura dessas casas. Já foram atendidas, graças ao projeto, mais de 2 mil pessoas e o repasse de salários já ultrapassou R$ 1,2 milhão. As casas de recuperação têm um papel muito importante, pois o dependente não consegue se libertar do vício sem ajuda.