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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 08/02/01 13:25:35
Edição 098 - JUL/2001 

Editorial

Síndrome do ceticismo 

Luiz Carlos Ferraz, editor

Apenas por ser humano, é exagerado exigir-se que o comportamento das pessoas, diga-se quaisquer pessoas, seja linearmente imutável, como se não houvesse sofrer influências por inúmeras variantes, a ponto de admitir-se inverter opiniões, emoções, divergir de si próprio neste ou naquele assunto, com o passar de meses ou apenas horas. Tratamento diferente, contudo, deverá merecer outra classe de pessoas, não se frisaria quaisquer pessoas, mas aquelas de caráter público, cuja repercussão de seus atos ainda estão a desafiar as teorias da Comunicação, tais como políticos, autoridades, jornalistas. Estes estão obrigados pela coerência. 

Ao manifestar sua opinião, estas pessoas, especialmente o profissional de Imprensa, deve buscar balizamento idôneo para que, de forma ética, ou seja, conjugando liberdade com responsabilidade, não influencie a opinião pública levando-a a erro, seja ingênua ou dolosamente, devendo responder, naturalmente, pelo excesso. 

O que se observa nos órgãos de comunicação, contudo, especialmente nos pequenos centros urbanos, onde o monopólio da informação é exercido de forma abusiva, pois sem controle, afronta o mínimo padrão lógico. Assim, é possível que o leitor, ou ouvinte, receba uma notícia de uma forma, aqui, e a mesma notícia de outra forma, acolá – ainda que em veículos do mesmo grupo econômico, ou através do mesmo profissional que, por questões econômicas, atua em variadas publicações. 

E daí? O descrédito, que não é mais virtude de políticos e autoridades, atinge inapelavelmente o jornalista, gerando a síndrome do ceticismo, pois a opinião pública, hoje, está atenta e tende a repudiar os que tentam manipulá-la.