Meio-ambiente
Expectativa na regulamentação
do gerenciamento
Afora
mais um desastre ecológico patrocinado pela Petrobrás, a
Semana do Meio-ambiente deste ano está sendo marcada pelo impasse
na regulamentação do Gerenciamento Costeiro de São
Paulo, definido pela Lei Estadual nº 10.019/98. A expectativa atinge
todos os municípios do Litoral Paulista, especialmente os nove que
compõem a metrópole da Baixada Santista, cujas lideranças
empresariais continuam reclamando do engessamento da região.
Afinal, ao mesmo tempo em que inúmeros
projetos encontram-se paralisados na Secretaria do Meio-ambiente do Estado,
em face das restrições de ocupação do solo
impostas pela legislação atual, a indefinição
em se adotar as novas regras (discutidas pelas Prefeituras e a sociedade
civil organizada em mais 40 reuniões desde 1998) apenas serve para
afugentar investidores e adiar ainda mais o desenvolvimento sustentado
da Baixada Santista.
A preocupação voltou
a ser manifestada ao secretário estadual do Meio-ambiente, Ricardo
Trípoli, durante sua participação, em 5/2001, no 3º
Encontro Regional da Indústria Imobiliária, realizado no
auditório da Associação Comercial de Santos, pela
Associação dos Empresários da Construção
Civil da Baixada Santista, Assecob, e o Secovi-SP.
O encontro foi conduzido em tom cordial
pelo presidente da Assecob, José Marcelo Ferreira Marques, que,
em sua palestra, apresentou gráficos e demonstrou as necessidades
de desenvolvimento da Região Metropolitana.
Em sua exposição, o
secretário Ricardo Trípoli detalhou o funcionamento de sua
secretaria, falou de parcerias com organismos internacionais, e quanto
ao gerenciamento costeiro limitou-se a divulgar a retomada das discussões,
a partir do seguinte calendário: até 25/5/2001, ajuste final
da minuta do decreto de regulamentação do gerenciamento costeiro,
com inclusão das propostas dos demais setores; até 8/6/2001,
essa minuta – contendo as observações do Departamento Jurídico
da SMA - será apresentada aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento
da Região Metropolitana da Baixada Santista, Condesb (leia
reportagem); e até 22/6/2001, será discutida em audiência
pública com a sociedade civil organizada.
Finalmente, segundo a previsão
do secretário, o encaminhamento para aprovação do
governador Geraldo Alkmin dar-se-á até 29/6/2001.
O que
é?
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O gerenciamento
costeiro estabelece índices máximos regionais de ocupação,
para cada zona de uso, considerando a legislação municipal,
em concordância com as metas de qualidade de vida projetadas.
Trata-se
de um instrumento de harmonização com as políticas
municipais de desenvolvimento e, segundo a Secretaria do Meio Ambiente,
não se configura como intervenção do Estado na autonomia
municipal; apenas fixa indicadores máximos para preservação
e apropriação de recursos naturais de pleno interesse da
comunidade estadual e nacional.
Além
disso: estabelece a implantação de um zoneamento ecológico-econômico;
estabelece parâmetros e diretrizes para nortear o desenvolvimento
da região; e considera a necessidade de preservar e racionalizar
a apropriação dos recursos naturais. |
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