Cubatão
"Deixo uma Prefeitura muito melhor"
Nei Serra (*)
Acreditando
na seriedade da legislação de responsabilidade fiscal já
antecipada pela Lei Camata (que limitou os gastos com a folha de pagamento
do funcionalismo em 60% das receitas), viemos desde o nosso primeiro ano
de governo, em 1997, realizando uma administração realista,
evitando gastar mais do que o Orçamento nos permitia. Ao contrário,
dedicamos todos os nossos esforços e o talento das equipes da Secretaria
de Finanças no sentido de ampliar a arrecadação do
Município.
Graças a essas providências,
através do aperfeiçoamento da área fiscal conseguimos,
já no exercício de 1998, ampliar as receitas próprias
(ISS, IPTU etc.), o que resultou no aumento do índice de participação
de Cubatão no bolo do ICMS de 1,41 para 1,44 em 1999, com reflexo
nos repasses realizados este ano pelo Governo do Estado; e para 1,51 em
2000, que se refletirá na arrecadação de 2001 (apesar
do governo estadual ter reduzido a nossa participação para
1,49, por conta de uma pretendida redução no valor do recolhimento
do ICMS da Empresa Bandeirante de Energia – EBE, diga-se, sem sustentação
legal).
Não obstante essas conquistas
e todo o nosso esforço, ainda assim temos enfrentado dificuldades
financeiras devido aos seguidos seqüestros de renda pública
determinados pela Justiça, por quebra da ordem cronológica
no pagamento de precatórios pela Administração que
nos antecedeu. Somente de setembro até esta data ocorreram nove
seqüestros, totalizando cerca de R$ 1,6 milhão.
É por isso que, apesar das
contas públicas do Município ostentarem um quadro invejável,
não podemos nem devemos nos acomodar. Cubatão possui cerca
de R$ 135 milhões em créditos a receber (R$ 94,4 milhões
da dívida ativa, R$ 22 milhões em precatórios do Governo
do Estado, R$ 9 milhões de IPTU deste exercício e R$ 10 milhões
de créditos diversos depositados em juízo) e o nosso dever
como administrador é sair a campo em busca desses valores. Criei
um grupo de trabalho para desenvolver gestões junto às empresas
devedoras, às quais acompanharei pessoalmente; e estou pedindo ao
Poder Legislativo que nos ajude nessa tarefa.
Quero entregar ao meu sucessor uma
Prefeitura muito melhor do que aquela que recebemos, em janeiro de 1997,
quando o déficit público era de 30,96% do Orçamento.
Ao final do nosso primeiro ano de Governo já havíamos baixado
esse déficit para apenas 2,54%, ganhando com isso os elogios do
Tribunal de Contas do Estado (TCE); em 1998 voltamos a equilibrar nossas
contas, alcançando um déficit de apenas 3,82%; e em 1999
melhoramos mais ainda, atingindo superávit de 1,84%, que pretendemos
repetir ou até ampliar neste exercício de 2000.
A poucos dias do término do
nosso Governo, continuamos empenhados em melhorar a situação
financeira da nossa Cidade, mobilizando todos os esforços para receber
ao menos uma parte dos créditos a que temos direito. Cento e trinta
e cinco milhões de reais, afinal, são quase o Orçamento
de um ano inteiro do Município. O compromisso do administrador público
é com a permanente melhoria das condições de vida
dos habitantes da sua Cidade. E isto só se consegue através
da combinação de criatividade, competência e disponibilidade
de recursos.
(*) Nei Serra
é prefeito de Cubatão. |