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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 09/08/00 23:18:52
Edição 088 - AGO/2000 

Eleições 2000

Em Santos, a escolha será no segundo turno

De acordo com a regra que autoriza o segundo mandato de prefeitos, os eleitores farão em 1º de outubro a opção entre os que já estão no poder há quatro anos, os que dizem representar o novo, e aqueles que significam a volta a um passado não muito distante.

Santos, que polariza a atenção no quadro político estadual, exibe cinco candidatos, três dos quais com potencial, disposição e chances reais de ocupar o Palácio José Bonifácio, sendo que dois inevitavelmente se enfrentarão no segundo turno, em novembro.

O atual prefeito Beto Mansur, do PPB, assumiu em 1997 após oito anos de PT, e, após arrumar a casa, está pedindo mais quatro anos para completar seu programa de governo. Se não executou grandes obras, como o projeto da plataforma do emissário submarino e um centro de convenções, ou implantou uma política habitacional, teve como aliada a oposição do PT e a generalizada escassez de recursos, combinada com a pouca arrecadação tributária e tímidos investimentos da iniciativa privada. Traz como vice de sua chapa o presidente da companhia de trânsito, João Paulo Tavares Papa, resultado do apoio do PMDB de Oswaldo Justo.

A deputada federal Telma de Souza, do PT, é uma adversária de peso. Esperando contar com a fidelidade da militância partidária, que representa pouco mais de 40% dos votos válidos, Telma tem dificuldade em atrair novos segmentos, como resultado da fraca atuação parlamentar, apontada em pesquisas realizadas na Câmara dos Deputados. Traz Marcelo Gato como vice, após administrar correntes divergentes entre os partidos de apoio.

Outro com potencial é o deputado estadual Edmur Mesquita, do PSDB de Covas e FHC. Se ambos pesam para o vôo do candidato tucano, pelas críticas a que estão sujeitos enquanto situação, também podem significar que a mesma linhagem ideológica será capaz de produzir políticas integradas no âmbito social, apontando para investimentos na cidade e região. Carregando a bandeira da honestidade, Edmur foi oxigenado ao coligar-se com o Partido Verde, que forneceu o candidato a vice, o jornalista Gilson Miguel.

As outras duas candidaturas, do advogado Vicente Cascione, do PTB, e do pastor Tomas Söderberg, refletem a incapacidade de articulação política de ambos. Cascione traz como vice Rony Dutra, do mesmo partido. Tomas, outro anti-PT, foi lançado por um partido desconhecido, e conta com o apoio de significativa parcela de evangélicos. Apresenta como vice uma professora sem expressão política.

O panorama na região

O prefeito Márcio França, do PSB, tem grandes chances de ser reeleito em São Vicente, no único turno da eleição majoritária, tendo como vice Paulo de Souza, do PSDB. Sua administração não merece a acusação de incompetente por não conseguir atrair recursos para suprir as necessidades sociais do Município, e pode ser reconhecida como transparente, tendo adotado uma série de providências na área fiscal e administrativa, que certamente pavimentam o caminho para a vinda de investidores num segundo mandato.

Cubatão - Com invejável capacidade de composição política, o prefeito Nei Serra, do PSP, foi beneficiado com a desistência da candidatura do adversário político, o ex-prefeito José Passarelli. Não só por neutralizar a estratégica da oposição, que ficou impedida de repetir o bordão contra a alternância de poder nos últimos anos entre Serra e Passarelli, mas por ter sido capaz de implodir o ensaio de uma candidatura única de oposição. Agora, a disputa que fará com vários candidatos poderá facilitar sua vitória no único turno eleitoral, embora esteja sendo tratado como inimigo comum. Disputam contra Serra, o vereador José Ivaniel, do PSDB; a professora Marilda Canelas, do PSB; e o médico Clermont, do PL, que lidera as pesquisas.

Guarujá - Comparável a um trator, o prefeito Maurici Mariano, do PTB, é responsável pela demolição da desorganizada oposição que havia em Guarujá. Sem adversário à altura, e com o apoio do sindicalista bancário Manoel dos Santos, que permanece na chapa como vice, é muito improvável que não seja mantido no cargo de prefeito.

Praia Grande - Mais do que simplesmente ser prefeito de Praia Grande, o deputado federal Alberto Mourão, do PMDB, está disposto a ocupar o espaço perdido na mídia, que o esqueceu desde que foi eleito em 1998 para o mandato parlamentar. Para isso, conta com o apoio do atual prefeito de Praia Grande, Ricardo Yamauti, que foi seu vice e conquistou o atual cargo devido ao sucesso do primeiro governo de Mourão. Yamauti, por seu turno, fez uma administração básica, e não serve de argumento de campanha à oposição. Mourão apresenta como vice o vereador Alexandre Cunha, também do PMDB.

O principal adversário é o ex-prefeito Dorivaldo Lória Júnior, do PTB, que tem como vice o comerciante Antonio França, o “Toninho do Esmeralda”, do PPB. Eleito Alberto Mourão, a Baixada Santista perderá um de seus dois representantes na Câmara Federal; o outro é Telma de Souza, do PT, que quer ser prefeita de Santos.