Diário de Bordo (Recife-Manaus
no navio Bianca) [6] Do Capibaribe ao Amazonas
Segurança da navegação
Carlos Pimentel Mendes (*)
Nos últimos
anos, conforme determinação da Internacional Maritime Organization
(IMO). em todos os navios mercantes é feito a cada mês um
adestramento sobre procedimentos de combate a incêndio e abandono
da embarcação. Todos os marinheiros, inclusive o comandante,
participam. Tipos de incêndios e de extintores, as instalações
fixas para combate a incêndios nos porões e na casa de máquinas
e a forma de operá-las, o equipamento detetor de fumaça,
roupas de amianto e máscaras de oxigênio, bem como procedimentos
de abandono, são demonstrados e analisados.
O navio conta com duas baleeiras (uma
a bombordo e outra a boreste) e mais a balsa inflável. Cada tripulante
tem seu lugar designado para determinada baleeira salva-vidas, mas cada
uma delas pode receber toda a tripulação com folga (até
45 pessoas), e contém água e ração salva-vidas
prevista inicialmente para seis dias (variando para mais se o número
de náufragos for menor). No caso de abandono do navio, o oficial
de radiocomunicações levará consigo um transceptor
de balsa, com gerador movido a manivela, e outro tripulante levará
bateria e lâmpada.
Além disso, ao deixar o posto,
o oficial de comunicações ativará um transmissor de
SOS que informa automaticamente o prefixo do navio e as coordenadas do
local onde se encontra, em Morse, até acabarem as baterias.
A maioria dos navios já possui
um receptor de fonia e telegrafia que dispara um alarme, caso receba alguma
comunicação em determinada freqüência internacionalmente
usada para as mensagens de socorro. Assim, mesmo que não esteja
ninguém na escuta, a tripulação dos navios próximos
será alertada por esse alarme.
Existem também, apenas para
citar, sinais luminosos e de bandeiras, sinais de fumaça e um pó
que é jogado no mar pelos náufragos para formar uma mancha
que facilita sua localicação. Nas baleeiras (uma com motor
e outra com remos e vela), há também material de pesca e
de primeiros-socorros, cartas de correntes marinhas e de ventos e uma agulha
magnética iluminada.
A qualquer momento (geralmente depois
da faina do dia, para não atrapalhar), a campainha de emergência
soa com uma série de toques curtos e um toque longo: sinal de abndonar
o navio. Todos devem pegar seus salva-vidas e cobertores, executar as fainas
de emergência e seguir para as baleeiras. O teste termina aí:
por motivos de segurança, as baleeiras não são arriadas,
embora na escala em Manaus deva ser feito um teste de arriamento, já
com o navio parado no porto. |