Imagem: reprodução parcial da matéria original
A TRIBUNA EM SÃO VICENTE
Nossa reportagem, num voo no
Rio Piracicaba, a convite do piloto vicentino José Maximino – Em estado
lastimável, o campo de pouso, na Praia Grande – O prejuízo causado ao município – O estado das aeronaves – Brevetados 196 pilotos – Por que as
autoridades vicentinas e estaduais não subvencionam o Clube dos Aviadores Civis? – Ainda o Mangueirão no Boqueirão de Praia Grande – Centro
Cultural dos Homens de Cor – Câmara Municipal – Caixa Escolar do Grupo Municipal – Mateo Bei – Sociais
Nossa
reportagem foi honrada com o convite do piloto aviador, José Maximino, diretor de material do Aero Clube de Santos, para um vôo na Paia Grande.
Residindo em São Vicente, esse piloto, há 29 anos, aceitamos, desde logo, o agradável convite.
Subimos no Rio Piracicaba, prefixo PP-GIR, tipo
PA-18, mais possante que o Paulistinha, e sobrevoamos a nossa encantadora cidade, depois de admirar Praia Grande, com o seu imenso mar.
Satisfeitos com o passeio, retornamos ao campo de pouso.
O estado precário da pista
– Durante a rolagem sobre a pista do campo da Praia grande, tanto na decolagem, como na aterrissagem, notamos o seu péssimo estado. Com as últimas
chuvas, existem vários buracos que podem causar não só acidentes pessoais, como aos próprios aparelhos. O campo já esteve em piores condições.
Lembramo-nos que o mesmo não permitia aterrissagens e que a Real lá deixou de operar. Justo, entretanto, salientar o interesse dos pilotos Nelson
Carvalho e Antonio de Barros, que conseguiram com as companhias de café, que têm aviões baseados na Praia Grande, auxílios para a melhoria, pondo o
campo em condições de uso. Essas iniciativas foram particulares, numa demonstração do patriotismo de dedicados pilotos civis.
O prejuízo causado ao município
– O nosso município deixou de receber e embarcar passageiros, diariamente, pela Real, em vista das condições precárias do campo na Praia Grande, o
que, como é evidente, causou grande prejuízo. Com a falta daquela via aérea de comunicação, ficaram prejudicados o turismo e o comércio.
Melhoremos o campo de pouso
– Com os requisitos que está a reclamar, poderá ser um campo de emergências para as companhias que estão operando nas linhas Sul: Paranaguá,
Curitiba, Santa Catarina e Florianópolis. O desejo dos que ali vão aprender a arte de voar, para a maior grandeza do Brasil (pois os pilotos civis
são considerados reservas da FAB), seria a construção de uma pista de concreto ou asfalto, com o balizamento para pousos noturnos. Com este
importante e necessário melhoramento, acreditamos, voltariam o Consórcio Real-Aerovias e outras empresas aéreas a operar em nosso campo. Além disso,
o local é ponto estratégico-militar, por estar próximo à Fortaleza de Itaipu (5º G. A. C.).
O estado das aeronaves
– Constatamos que, no hangar, ultimamente remodelado e com uma oficina mecânica ao lado, estavam 9 aviões, que fazem parte do patrimônio do
Aero Clube, porém, somente dois em condições de uso, e isso com grande sacrifício. Um avião é para a praticagem e outro para os pilotos brevetados.
Isso veio dificultar, por demais, a Escola de Pilotagem, funcionando na Praia Grande.
Não podemos deixar de destacar o estímulo que vêm dando
aos alunos e pilotos, o presidente do A.C.S., cap. Capelão Edmundo Cortez e o major Salema, comandante da Base Aérea de Santos, grande entusiasta da
aviação civil. Outro abnegado que merece encômios, pela sua perseverança, é o sr. Ricardo Stringer, sócio-fundador do A.C.S., trabalhando como
mecânico-chefe, há mais de vinte anos, ex-piloto reformado da R.A.F.
O nosso apelo
– A situação, como está, não pode perdurar. Devemos cuidar com melhor atenção, de início, da melhoria do campo de pouso, o que seria de grande
vantagem, não só para a pilotagem civil, como para a nossa gloriosas FAB e companhias comerciais. As autoridades municipais e estaduais poderiam
cooperar nesse sentido, em vista do Aero Clube não estar em condições financeiras de arcar com as despesas desse imprescindível e urgente
melhoramento. Na Câmara local, deve a nossa edilidade ventilar o palpitante assunto, e, oxalá, surja um projeto de lei, subvencionando a Escola de
Pilotagem do A.C.S., para melhoria do material aéreo e da pista.
Auxílios valiosos prestados pelo A.C.S.
– Os pilotos do A.C.S. prestam relevantes serviços, tais como a localização de afogados e o transporte de enfermos no litoral paulista.
196 pilotos brevetados
– a diretoria – O Aero Clube de Santos, fundado em 1 de novembro de 1936, iniciou a brevetagem de pilotos em 1938. Desde esta época até o ano
passado, receberam seus brevetes 196 pilotos aviadores, e se esse número não foi aumentado, deve-se ao desinteresse dos poderes competentes.
A diretoria da A.C.S. está assim constituída: presidente,
cap. Capelão Edmundo Cortez; vice-presidente, Mazilon Freitas Passos; 1º secretário, Ciro Campos Melo Filho; 2º secretário, Francisco Teófilo de
Almeida; 1º tesoureiro, Afonso da Cruz Ferreira; 2º tesoureiro, Odenir Porto; 1º diretor técnico, Antonio de Barros; 2º diretor técnico, Anibal
Teófilo de Almeida; diretor do material, José Maximino; diretor de campo, Eugênio Blagal.
[…]
"No clichê, o piloto José Maximino, com o representante de A Tribuna,
após o voo no Rio Piracicaba"
Foto e legenda publicadas com a matéria
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