Praça D'Armas do Forte Juquitiba, em vista anterior à Revolução de 1932
Foto: Fortaleza de Itaipu 100 Anos - Edição Histórica, 2002,
publicada pelo Grupo de Comunicação Três S.A., Cajamar/SP
Fortaleza de Itaipu
Baterias ou forte de Jurubatuba e Duque de Caxias
Esta fortaleza foi iniciada em 1902, e é, atualmente, a única fortificação do Porto de
Santos, situada à entrada da sua barra, a não ser que consideremos também como entrada da mesma barra a projeção montanhosa do Monduba. Dizia o
Almanaque do "Diário de Santos", de dezembro de 1902:
"De acordo com os planos do governo federal para fortificar o nosso porto, mandando
construir vários Fortes em pontos estratégicos, existe aqui uma comissão militar que prossegue em trabalhos, para os quais também o governo do
Estado concorre neste exercício com 200 contos de réis.
"A Comissão iniciou os seus trabalhos pela construção do Forte Itaipu (na ponta de
igual nome, a Sudoeste da barra). Já se acham prontos um porto de desembarque, no lugar denominado Saco Escuro, e uma estrada de três quilômetros de
extensão até a Serra de Itaipu.
"A primeira bateria, que será inaugurada em junho do ano vindouro, é composta de
canhões Schneider Canet, calibre 15, e de obuseiros 28. Até o fim do mesmo ano serão inauguradas duas baterias.
"A Comissão está assim constituída:
"Engenheiro-chefe - major Ximeno de Villeroy [N.A.]
"Engenheiros auxiliares - segundos-tenentes Alexandre Galvão Bueno, Feliciano Paes
Ribeiro, José Ribeiro Gomes e alferes-alunos Luiz Sá de Afonseca.
"O contingente do 24º Batalhão de Infantaria, que se acha à disposição da Comissão,
tem um efetivo de 140 homens, estando acampado em Praia Grande, sob o comando seguinte:
"Comandante - capitão Tude Soares Neiva de Lima.
"Ajudantes - 1º-tenente Domingos Argollo e mais 2 alferes, 5 segundos-sargentos, 5
cabos de esquadra, 17 anspeçadas, 2 corneteiros e 107 soldados".
Canhão francês 150 mm Schneider Canet - instalado na Fortaleza de Itaipu em junho de
1903
e ali usado até o início da década de 1940 - e sua guarnição. O canhão disparava 5
tiros por minuto, com alcance máximo de 9.900 m e velocidade inicial de 820 m/s
Foto: Fortaleza de Itaipu 100 Anos - Edição Histórica, 2002,
publicada pelo Grupo de Comunicação Três S.A., Cajamar/SP
Este Forte muitos serviços prestou ao governo revolucionário de São Paulo, por ocasião
da Revolução Paulista de 1932, guardando a barra santista vigilantemente, a ponto de atingir um dos vasos de guerra federais que se aproximara
demasiadamente da Ponta Grossa.
Em conseqüência desse feito, e como retribuição, sofreu ele, logo depois, em dias de
agosto, um forte bombardeio aéreo, levado a efeito por cinco possantes hidroaviões da Marinha, do tipo Savoia-Marchetti, que o danificaram alguma
coisa, inutilizando-lhe, sobretudo, toda a rede elétrica.
Aquartelamento, no Forte Duque de Caxias
Foto: Fortaleza de Itaipu 100 Anos - Edição Histórica, 2002,
publicada pelo Grupo de Comunicação Três S.A., Cajamar/SP
Por ocasião da mesma revolução, os canhões de grosso calibre desse Forte foram
desmontados e levados para as linhas de combate do Exército paulista em operações, prestando ali, em mais de uma frente, relevantíssimos serviços,
tendo sido postos em seu lugar, na fortaleza, falsos canhões de madeira, do mesmo porte, visando a iludir os federais.
Deve-se considerar inaugurada esta fortaleza, no ano de 1903, tendo sido um dos seus
mais ilustres comandantes, em seus primeiros tempos, o major Sousa Filho (Miguel de Sousa Filho).
Rajada com foguetes SS-60, durante exercício militar realizado no ano 2000
Foto: Fortaleza de Itaipu 100 Anos - Edição Histórica, 2002,
publicada pelo Grupo de Comunicação Três S.A., Cajamar/SP
[N.A.] Villeroy, um dos mais ilustres militares
brasileiros, terminou sua carreira no posto de general. O então alferes-aluno Luiz Sá de Afonseca tornou-se um dos mais completos
oficiais-engenheiros do Brasil, falecendo também no posto de general e tendo sido o construtor da grande Escola Militar de Resende, mais conhecida
como "das Agulhas Negras".
Este santista notável foi nosso companheiro na fundação da UNITER, sociedade internacional
de Cultura, no Rio de Janeiro, em 1948, com o almirante Jorge Dodsworth Martins, o botânico dr. Kullmann, o pintor Oswaldo Teixeira, o cientista
português dr. Arlindo Camilo Monteiro e outras notabilidades.
Vista aérea da Prainha
Foto: Fortaleza de Itaipu 100 Anos - Edição Histórica, 2002,
publicada pelo Grupo de Comunicação Três S.A., Cajamar/SP
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