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Domingo, 18 de março de 2001
Como se "mata" um idioma 
Este é o tema de ‘Language Death’, livro do galês David Crystal. A ‘arma’ mais comum, diz ele, é “apertar o gatilho da invasão cultural” 
Helvio Romero/AE 
POLÊMICA: estrangeirismos enriquecem ou ameaçam português? 
O galês David Crystal lançou no ano passado o livro Language Death (Extinção das Línguas), no qual mostra quais são as maneiras de se “matar” uma língua. Um idioma pode desaparecer por causa de um genocídio, quando todos seus interlocutores morrem. Mas a forma mais comum de “assassinar” uma língua, diz Crystal, é apertando o gatilho da invasão cultural. Isso acontece quando uma “cultura dominante” substitui a língua da “cultura dominada”. Esse processo, é complexo e envolve outros fatores, como atitudes negativas em relação ao idioma local, originários de políticas governamentais e da comunidade.
Defesa ecológica A professora Rosilma Menezes Roldan, do Movimento Nacional em Defesa da Língua Portuguesa, observa que Crystal defende também uma atitude “ecológica” em relação aos idiomas. Roldan destaca este trecho do livro: “A morte de um idioma é a de uma cultura. Morrem tradições, folclores, sentimentos, memórias. A morte de um dialeto é uma perda tão grande para a humanidade em geral quanto a da última espécie animal”.
Para reverter esse quadro, Crystal sugere o aumento do prestígio da língua local, forte presença da língua materna no sistema educacional, atitudes encorajadoras de aceitação da língua durante a alfabetização, e acesso à tecnologia eletrônica.
Muitas vezes, diz o autor, “as pessoas não querem salvar sua própria língua” e preferem adotar o idioma da cultura economicamente dominante. Para ele, esse quadro pode ser revertido se houver vontade política. E sugere a criação de uma “equipe de revitalização”, com líderes locais, professores e outros especialistas, principalmente linguistas.





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