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HISTÓRIAS E LENDAS DE GUARUJÁ - ILHA-FAROL
Moela, o mais antigo farol do litoral paulista (4)

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Este documento de 29/5/1805, em que é pedida a instalação de um farol na Ilha da Moela após mais um naufrágio no litoral paulista, foi encontrado por Novo Milênio no Livro 108 [de transcrição] dos ofícios dos generais aos vice-reis e ministros - 1802/1812, existente no acervo do Arquivo do Estado de São Paulo (referência C00401). O texto é transcrito com a grafia original, sendo importante lembrar que tal pedido só foi atendido em 1830, 25 anos depois:



Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 14 de março de 2007

Para o Ex.mo. Snr. Luiz de Vasconcellos

Illmo. e Ex.mo Snr. - O naufragio que acaba de fazer o Bergantim Passos, vindo dessa Corte para o Porto de Santos, com escalha pela Ilha da Madeira, o qual infelizmente deu a Costa na Enseada da Juréa, sita entre as Villas de Itanhaen, e Iguape, medá ocazião de expôr a V. Exª. o projeto q'. concebi, quando andei alguns dias bordejando nesta Costa, sem que os Pilotos atinassem com o lugar em q'. lhe ficava a Barra de Santos § Em toda a Costa desta Capitania não há signal algum Caratteristico, q'. naõ seja aSerra Cordilheira do Mar, eos differentes montes q'. della descem, os quaes hora variaõ, ora seasemelhão na sua configuração, segundo as distancias, e Rumos de q'. saõ vistos. Ora como a Barra de Santos se confunde muito com a perspéctiva e altura da Serra q'. lhefica vizinha, enaõ tem marca alguma particular por que delonge seja conhecida, pois aunica de q'. trata o Roteiro hé huma piquena Ilhota chamada = Moella = q'. fica muito junto áterra, dahi vem q'. adita Barra naõ hé vista abem dizer, se naõ quando já sevai entrando nella § Consistia o meu projecto, emfazer construir sobre hum Monte q. forma a dita Ilhota da Moella, hum torreaõ em q'. secolocasse hum signal, ou Marca deciziva, q'. sendo delonge vista, reconhecida dos Navegantes, podessem demandar a Barra afoitamente. Considero grandes utilidades na execução deste projecto, tanto pelo q'. respeita à Coroa, como inda mesmo a Navegaçaõ mercantil: á Coroa para que naõ periguem as embarcaçoens dalMarinha Real, como hia acontecendo á Charrua = Magnanimo = em q'. vieraõ os Generaes de Goyaz, e Matto Grosso, a qual desconhecendo a Barra, lhefoi precizo mandar o Escaller aterra aCertificar-se do Lugar em q'. estava q'. hera a Ilha de S.m Sebastiaõ; eaos particulares, pª. se naõ verem obrigados quando dahi vem, ahirem buscar hum Pratico ao Rio de Janeiro, cuja escala lhe hé oneroza, e por tanto prejudicial ao Comercio § O dezejo de evitar por semilhante meio a repetiçaõ de taes infelicidades, melevou amandar examinar se nareferida Ilhota havia os materiaes precizos p.a esta construçaõ, q'. vem aser pedra, e casca de Ostra para afactura de cal, e com odezengano de q'. ali os havia tentei mandar fazer esta obra aminha custa, maz olhando para aEstreiteza das minhas faculdades, nem o tenho até agora feito, nem sei se poderei executalo § Se V. Exª. julgar util, e de consequencia o meu projecto, q'. seguramente se pode realizar com a despeza deCem moedas, e achar justo q'. ella saia dos mesmos a quem utiliza, por huma módica impoziçaõ como nessa Europa secontribue para os Faróes, ou de outro qualquer diverso modo, com ainsinuação deV.Exª., eu melizongearia dehaver lembrado huma coiza q'. tanta atençaõ merece ás Naçoens Maritimas. Deos Gde. aVExª. S. Paulo a 29 de Mayo de 1805. - Ilmo. Ex.mo Snr. Luiz de Vazconcellos e Souza - Antonio Joze da Franca e Horta./.

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