Embora o número de pessoas chamadas João e Pedro esteja
diminuindo, observando-se relações de candidatos aprovados nos exames vestibulares, listas de empregados, relações as mais
diversas, nota-se a grande popularidade do nome Antonio, sozinho ou em combinação com outros (José Antonio, Antonio Roberto
etc.), só perdendo geralmente para José. Antonio é também o nome que dá maior
número de apelidos familiares, os chamados hipocorísticos. São incontáveis em nossas famílias apelidos como Tonho, Tonio,
Toninho, Tonico, Nico, Nino, Antoninho. Os outros dois santos de junho são relativamente pobres em hipocorísticos (João -
Janjão, às vezes Juca; Pedro - Pedroca, Doca), embora seja comum aparecerem na forma diminutiva Joãozinho e Pedrinho.
Fogueira, duas histórias - Para as fogueiras que são acesas nas festas juninas,
existem duas explicações, a lendária e a histórica, ambas mostrando que a tradição da fogueira está mais ligada à festa de São
João.
Na explicação lendária, quando Nossa Senhora foi visitar Santa Isabel, que estava prestes a
ser mãe de São João Batista, ficou combinado um sinal, para quando o menino nascesse: se ele nascesse de dia, Isabel mandaria
içar uma bandeira branca. Se à noite, uma fogueira avisaria Maria. Como João nasceu à tarde, Isabel determinou as duas
providências. Essa seria também a explicação do Mastro de São João, e das bandeirolas coloridas que enfeitam os locais das
festas.
Entretanto, pela história, o costume de se acender fogueiras nesta época do ano veio para o
Brasil com os descobridores, e é um dos mais antigos do mundo, aparecendo em lendas de todos os povos. Na Europa era costume
se acenderem fogueiras entre os dias 21 e 22 de junho, em homenagem ao Sol. A Igreja adotou o costume, passando para a festa
do santo do dia, São João. Portugueses, italianos e espanhóis trouxeram o costume para o Novo Mundo, onde já existia algo
parecido nas festas ao Sol, do Peru, por exemplo.
Fogos e rojões - Uma lenda explica a tradição de se fazer barulho nas festas: São
Zacarias, pai de São João, gostava muito de crianças, mas Deus não lhe concedia a graça de ser pai. Já andava desanimado,
quando um anjo lhe apareceu para anunciar a chegada do Batista. Tão grande foi sua alegria, que Zacarias emudeceu e assim
ficou até o filho nascer.
No dia do nascimento, foram lhe mostrar a criança e perguntar como desejava que o menino se
chamasse. Fazendo um grande esforço, Zacarias falou: - João! E, desse momento em diante, recuperou a voz. Houve, então,
demonstrações de alegria e um barulho enorme, que deu origem às bombas e aos foguetes nas noites de São João.
Balões, vindos da China - Empregados inicialmente na iluminação festiva, os balões,
de origem chinesa, foram levados para Veneza, disseminando-se pela Europa e América. Basicamente, são um invólucro de papel de
seda sanfonado, tendo no interior uma vela. Os mais sofisticados são decorados com desenhos de dragões e quiosques, templos de
telhados recurvos, ou beldades de olhos repuxados e pés minúsculos, revelando assim sua origem chinesa.
As propriedades ascensórias dos balões - com o ar de seu interior esquentando pela vela,
tornando o artefato mais leve que o ar em volta - foram muito estudadas pelo padre santista Bartolomeu de Gusmão, seguido
pelos irmãos franceses Montgolfier, que fizeram seus modelos em escala maior, criando os aeróstatos, meio de transporte muito
utilizado até a tragédia do Zeppelin.
Foram proibidos pelo perigo de incêndio que representam: nas cidades, pela possibilidade de
atingirem combustíveis e materiais inflamáveis; e no campo por incendiarem florestas e campos. Por esse motivo, continua
válida a campanha "Balão no Céu, Perigo no Chão". |