República: a história em imagens (5)
Toda a agitação política e econômica na vida civil era complementada pela insatisfação dos militares, com várias revoltas
contra a forma - considerada aviltante - como eram tratados pelos políticos civis, e o desejo de maior participação política,
principalmente após a Guerra com o Paraguai, quando os militares tomaram contato com as idéias republicanas dos países vizinhos. Em
1889, o Brasil era a última monarquia das Américas.
Tropas republicanas festejam o fim da monarquia, no final da madrugada, em
Campo de Santana, no Rio de Janeiro, em detalhe de quadro de Benedito Calixto conservado na Prefeitura de S. Paulo
Imagem: 100 Anos de República,
volume I (1889-1903), Editora Nova Cultural, São Paulo/SP, pág.13
O marechal Deodoro tinha decidido apoiar os republicanos apenas quatro dias antes: "Eu
queria acompanhar o caixão do imperador, que está idoso e a quem respeito muito - disse -. Mas ele já não governa, não há mais o que
esperar da monarquia. Façamos a República". Doente, sofrendo principalmente de arteriosclerose, e com febre alta, foi ainda chamado
a comandar o movimento revolucionário. Precisou ser levado de carro de sua casa até o Ministério da Guerra, distante apenas 100
metros, e teve de ser ajudado para montar no cavalo cedido por um oficial, para que assumisse o comando da tropa amotinada.
Mesmo sem entender bem o que estava acontecendo então, o povo aclamou
Deodoro nas ruas do Rio de Janeiro, naquele dia 15 de Novembro
Imagem: Grandes Personagens da Nossa
História, Editora Abril Cultural, São Paulo/SP, 1973, volume III, página 603
Na manhã do dia 15 de novembro, o marechal Deodoro foi aclamado pela população - que ainda
mal começava a entender o que ocorrera -, nas ruas do Rio de Janeiro.
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Acima: a bandeira teve preservadas
as cores verde e amarela.
À esquerda: o símbolo da República Brasileira,
em ilustração da época (reprodução parcial de pintura a óleo de
J.F. Lopes Rodrigues)
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No dia seguinte, o novo ministro da Fazenda, Ruy Barbosa, enviou este telegrama ao Barão de
Penedo, um dos servidores mais fiéis da Monarquia (foi embaixador em Londres por mais de 30 anos e desde 1888 era o embaixador do
Império em Paris), comunicando-lhe a Proclamação da República:
Imagem: Documentos Autógrafos Brasileiros na Coleção Pedro
Corrêa do Lago, 1997,
Ed. Salamandra, Rio de Janeiro/RJ
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