Reprodução parcial da matéria original
UMA DAS PÁGINAS IMORTAIS DA HISTÓRIA PAULISTA
São Paulo no ano do seu quarto centenário comemora a epopéia constitucionalista de 32
Retrospecto do que foram os 82 dias de luta pela restauração do Império da Lei, desde o primeiro momento em que São Paulo se levantou "coeso por um Brasil forte e livre" - Os
manifestos e a ação militar e patriótica "Pela imediata reconstitucionalização do país"
A história encarregou-se de comprovar que a evolução humana se processa em função das leis. Desde o estado religioso, onde as leis evangélicas normalizam as
condutas, até o estado moderno, onde a lei elaborada é o reflexo do grau evolutivo de cada nação, os dogmas, os costumes, as normas jurídicas, os direitos sociais vêm constituindo as grandes fases da civilização. Substituem-se regimes políticos,
revezam-se sistemas econômicos, superam-se as experiências, trocam-se os governos, mas não é possível mudar a forma de estruturá-los, de aplicá-los ou de aboli-los.
É justamente sob este aspecto que a revolução paulista cristalizou-se como um grande símbolo nas conquistas da história. Povo ainda sem suficiente amadurecimento para compreender as
verdadeiras causas de suas comoções internas, o brasileiro não viu, na revolução de 1930, a medíocre agitação de políticos que apenas disputavam o poder sobre um caos econômico, cujas origens eram bem diversas da simples posição de homens ou
situação de partidos políticos.
Entretanto, em 1932, o paulista viu que alguma coisa de absurdo estava sendo feita: uma ditadura sem lei. O povo se levantou. Pouco importa se políticos acalentassem ambições para
usufruir vantagens do heroísmo popular. Nada pode existir sem lei. Em nossa época, como afirma Georges Ripert, as leis são tratados de paz entre forças diversas, mas tratados continuamente examinados e revistos.
O paulista sentiu essa verdade. A revolução, no ideal do povo, não tinha um objetivo político ou um rumo econômico. Era revolução pelo direito que não
fora concedido e devia ser conquistado! E foi tamanho o entusiasmo popular reunindo homens, mulheres e crianças, que a revolução não esteve longe de ser uma epopéia, porque toda a gesta é escrita pelos povos que marcham cantando para morrer em
conquista de glória. Tem havido guerras civis. São Paulo fez uma guerra cívica. A grandeza de 9 de Julho reside nisto, porque o tempo há de corroer a mesquinhez dos interesses políticos para que o símbolo resulte puro e enorme. Símbolo feito de
sangue e de sol, para a invocação da liberdade e da lei!
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Baseados unicamente no noticiário da época, evocando o espírito paulista de 1932, publicamos, resumidamente, os principais acontecimentos durante os
oitenta e dois dias de luta pela Lei:
9 de julho - Nas primeiras horas da noite, um grupo de homens armados aproxima-se do Q.G. da 2ª Região, para assaltá-la. A guarda não oferece resistência e confraterniza-se com a tropa
assaltante. O general Euclides Figueiredo assume o comando da 2ª R.M. O cel. Marcondes Salgado, comandante da Força Policial de São Paulo, une seus homens às tropas federais daquela região militar. Estão formadas as forças revolucionárias. É
enviado um ultimatum ao governo: renunciar ou ser deposto!
10 de julho - O general Isidoro Dias Lopes dirige um manifesto ao povo paulista - Pedro de Toledo renuncia ao cargo de interventor e é aclamado governador de São Paulo. - O 6º
Regimento de Cavalaria de Santos adere ao movimento constitucionalista. - Mato Grosso, Minas, Paraná, Santa Catarina hipotecam solidariedade aos revolucionários.
11 de julho - A Tribuna entra em circulação, com a seguinte manchete: "São Paulo, numa demonstração de vibrante civismo, levanta-se coeso por um Brasil forte e livre".
12 de julho - A ditadura proíbe as navegações para todos os portos do Estado paulista. - Forma-se
em Santos a Milícia Civil. - Chega a São Paulo o general Klinger, comandante da R. M. de Mato Grosso.
13 de julho - As mulheres paulistas se congregam para apoiar a luta pela lei. Trezentas senhoras reúnem-se na Cruz Vermelha e oferecem-se para trabalhar no campo da luta. - Tropas
mineiras e paranaenses rumam para São Paulo e aderem à revolução.
14 de julho - A primeira luta é travada, em Cunha, entre forças civis e fuzileiros navais vindos de Parati. - Santos Dumont lança um apelo em favor da constitucionalização do
país.
15 de julho - O general Isidoro Lopes percorre as zonas de operações. - Há intensa animação e entusiasmo. - Todos dispostos a morrer pela lei e pela liberdade. - Momentos iniciais
da grande epopéia.
16 de julho - A condessa Álvares Penteado faz um donativo de dois mil contos à revolução. - São
organizados em Santos os batalhões dos reservistas, dos operários e a "Legião Negra".
17 de julho - No Rio Grande do Sul o P. L. rompe com o interventor e iniciam-se fortes agitações políticas. - Ibrahim Nobre fala ao povo de Santos, pelo microfone da Rádio Clube.
- O Exército Constitucionalista já conta com cem mil homens e avança em direção de Pinhal, Bragança, Piquete e Itajubá.
18 de julho - Trezentos rapazes santistas seguem para São Paulo. - O exército paulista avança nas
frentes fluminense, mineira e paranaense. - Chegam notícias de que a Marinha não hostilizará a revolução constitucionalista.
19 de julho - Destróiers enviados pela ditadura nada atentaram contra o porto de Santos. Parecem confirmadas as notícias sobre a decisão da Armada. - Chegam a São Paulo as
tropas do 11º B. C. de Mato Grosso.
20 de julho - No Rio de Janeiro, as tropas ditatoriais são vaiadas na rua. Há enérgica intervenção da polícia governista, chefiada por João Alberto.
21 de julho - Entram em circulação os bônus pró-constituinte. - A ditadura inicia a propaganda, em todo o território nacional, dizendo que se trata de uma revolução comunista e
que São Paulo se encontra em poder de estrangeiros, principalmente comunistas italianos.
22 de julho - Tropas paulistas tomam Itajubá. - Os estudantes do Rio realizam um comício e são espancados pela polícia. - Isidoro Dias Lopes visita Santos.
23 de julho - Morre em Santo Amaro, no campo de treinamento, vítima de uma explosão de morteiros, o coronel Júlio Marcondes Salgado. - Herculano de Carvalho assume o comando da
Força Pública. - Morre, no Guarujá, o inventor Santos Dumont.
24 de julho - Debandam as tropas ditatoriais em Cunha e no Túnel da Mantiqueira. - Estudantes paranaenses chegam a São Paulo, viajando a pé. - Realiza-se em Santos uma gigantesca
passeata cívica. - O sr. João Neves da Fontoura chega a São Paulo, prometendo a solidariedade do Rio Grande do Sul.
25 de julho - Trezentos soldados governistas passam para as forças revolucionárias. - Há uma forte esperança de que a revolução estará vitoriosa dentro de poucos dias.
26 de julho - Chegam notícias de que o 12º R. I. de Belo Horizonte havia aderido à revolução. -
Reina, em Minas, entusiasmo a favor da causa esposada por São Paulo.
27 de julho - Tornam-se sangrentas as batalhas do Túnel da Mantiqueira, local em que, mais tarde,
seria consagrado o heroísmo do soldado revolucionário.
28 de julho - Repetem-se, com freqüência, terríveis combates na serra da Bocaina. - Aviões da ditadura voam sobre Santos, sem provocar alarme na população. Tentam bombardear, sem
sucesso, os centros fabris do Cubatão. - O major Lísias Rodrigues assume o comando das Forças Aéreas de São Paulo.
29 de julho - Não se realiza a anunciada adesão do Paraná. - Tropas paulistas se empenham em duros combates nas fronteiras paranaenses.
30 de julho - Em todas as frentes a situação é favorável aos soldados da lei. - Recuam as tropas ditatoriais. - Santos envia mais um contingente de tropas, formado de reservistas
do Tiro Naval, Falange Acadêmica, Batalhão de Reserva e Voluntários.
31 de julho - Anuncia-se um comício monstro no Rio. João Alberto ameaça metralhar a população.
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Cel. Palimércio de Rezende, um dos chefes militares de 32
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Gal. Euclides de Figueiredo, um dos dirigentes da Revolução, comandante do Setor Norte
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Fotos publicadas com a matéria (cor acrescentada por Novo Milênio)
1 de agosto - A ditadura recua em Itararé e ataca violentamente em Cunha. - O comandante do couraçado São Paulo recusa-se a transportar tropas ditatoriais. - Força e
violência são empregadas contra as manifestações populares no Rio.
2 de agosto - Estudantes cariocas protestam contra a atitude de João Alberto. - Apenas São Paulo e Mato Grosso continuam pegando em armas.
3 de agosto - Klinger e Isidoro dirigem novo ultimatum à ditadura. - Há tréguas em todas as frentes de batalha.
4 de agosto - Reiniciam-se as lutas. - São Paulo trabalha intensamente pela revolução. - Todas as indústrias restringem-se à fabricação de materiais de guerra.
5 de agosto - A Cruz Vermelha de Santos segue para a linha de frente. - Inicia-se, em nossa cidade, a subscrição para a campanha do "Capacete
de Aço".
6 de agosto - Batem em retirada as tropas governistas do Sul. - Os paulistas são recebidos em triunfo nas cidades do Norte do Paraná. - Começam a chegar as primeiras notícias das
façanhas do trem blindado.
7 de agosto - Dia calmo nas frentes de batalha. - Pedro de Toledo dirige a palavra ao povo. - Há grande confiança e ardor no ânimo paulista.
8 de agosto - Realiza-se no Rio de Janeiro a "Parada do Silêncio". - Milhares de pessoas desfilaram pela Av. Rio Branco, em protesto mudo contra a ditadura.
9 de agosto - É lançada a campanha do "Ouro para a vitória". - O general Klinger fala ao povo de São Paulo. - Cresce, com intensidade espantosa, a campanha do Capacete de Aço.
10 de agosto - O sr. Artur Bernardes, de Minas, manifesta-se a favor da revolução. - O general Isidoro Dias Lopes fala à imprensa e afirma que, após a vitória, a primeira
providência será o voto secreto.
11 de agosto - É inteiramente mobilizado o parque industrial paulista. - No Túnel, a luta torna-se cada vez mais sangrenta. - Chegam reforços ditatoriais.
12 de agosto - Os constitucionalistas conseguem repelir violentos ataques dos ditatoriais, mas sofrem grandes baixas em Queluz. - De Santos para São Paulo, segue a 1ª Companhia do
Batalhão Operário.
13 de agosto - Na fazenda "Pedro Morais", os soldados santistas travam violento combate com as forças do Catete. - Esportistas de Santos entregam a São Paulo suas medalhas de
ouro. - No Ceará a imprensa afirma: "São Paulo é um braseiro de civismo".
14 de agosto - Os constitucionalistas atacam em todas as frentes. - No Rio há novo choque entre polícia e estudantes. - Entra em experiência o primeiro material bélico fabricado
em São Paulo.
15 de agosto - Presos 39 soldados da polícia de Pernambuco, declararam, em São Paulo, estar convencidos de que combatiam comunistas e estrangeiros. - É impressionante a dedicação
da mulher paulista na retaguarda. Estão incansavelmente em todas as partes: oficinas de costura, nas indústrias e nos hospitais.
16 de agosto - Góes Monteiro, comandante-em-chefe das tropas da ditadura, telegrafa a Klinger condenando a revolução constitucionalista. - Aumenta o entusiasmo dos paulistas -
Cresce a campanha do ouro - O Clube Internacional de Regatas de Santos oferece, ao governo do Estado, todo o seu arquivo de medalhas.
17 de agosto - As tropas do Catete atacam violentamente os setores de Cunha e Queluz. É comovente o heroísmo com que os paulistas defendem suas posições. - Na zona do Porto de
Taboado é destroçado um batalhão ditatorial.
18 de agosto - Em Silveiras, o Batalhão da Reserva Naval de Santos resiste a um violentíssimo
bombardeio da artilharia do Catete. - São abatidas as primeiras forças goianas que marcharam contra Mato Grosso. - O Clube Saldanha da Gama, de Santos, oferece todas as suas medalhas à campanha do Ouro para a
Vitória.
19 de agosto - É grande o entusiasmo em todas as linhas onde se encontram os soldados que se batem pela lei. - Artur Bernardes se esforça para levantar o movimento
constitucionalista em Minas. - Há pânico no Rio. - Inicia-se em São Paulo o que viria a ser o aspecto mais comovente da revolução: os batalhões infantis.
20 de agosto - Revolta-se a guarnição do forte de Óbidos, no Pará. - O cap. Otelo Franco, do estado maior das forças ditatoriais, adere à luta pela lei. - Cunha e Queimada são
violentamente atacadas pela Ditadura.
21 de agosto - Há encarniçados combates na frente fluminense. Os rapazes paulistas e mato-grossenses combatem com heroísmo inédito. Em São Paulo, mulheres e crianças trabalham,
dia e noite, na confecção de capacetes de aço.
22 de agosto - É realizado, no Rio, novo comício pró-constituição. A polícia encarrega-se de desfazê-lo com o emprego de gás lacrimogêneo. - Chegam notícias de que haverá levante
na capital federal, mas apenas São Paulo e Mato Grosso continuam pegando em armas.
23 de agosto - Sangrentos combates em Cunha. - Há equilíbrio de posições. - A campanha do Capacete de Aço atinge a 1.187:676$500, equivalentes a 79.179 capacetes. - Inicia-se a
mobilização agrícola. Em Santos, a população assiste ao comovente desfile de batalhões infantis angariando donativos para os soldados da lei.
24 de agosto - Em Rifaina, soldados mineiros aderem ao Exército constitucionalista, levando todo o material de que dispunham - A ditadura ataca forte nas regiões sulinas de
Fundão, Guapiara e Capão Bonito.
25 de agosto - No Rio generaliza-se o uso da gravata preta, o que queria dizer: "Estou com São
Paulo". - Não há levante.
26 de agosto - As tropas ditatoriais avançam em direção de São José do Rio Pardo e Mococa. - Em Cunha, os constitucionalistas destroem os novos contingentes de tropas da ditadura.
- O Catete lança "bônus" para financiar sua defesa.
27 de agosto - Grande vitória paulista em Cunha. - Em Eleutério e Itapira as forças ditatoriais pressionam violentamente.
28 de agosto - A aviação paulista castiga rudemente as tropas de Getúlio. Chegam a atacar o Q. G. de Góis Monteiro. - Os batalhões infantis continuam desfilando pelas ruas: a
população assiste de lágrimas nos olhos.
29 de agosto - A campanha do ouro para a vitória é reconhecida de utilidade pública. - Em Coxim, em Mato Grosso, os constitucionalistas avançam. - São Paulo suporta ataques
fortíssimos em Mococa e Caconde.
30 de agosto - A ditadura aumenta seus ataques no setor Oeste. - Itapira é objeto de constantes e sangrentas investidas. - A valentia dos constitucionalistas é uma página épica. -
O governo paulista adota o Brasão de Armas de São Paulo.
31 de agosto - Os chefes militares constitucionalistas começam a inquietar-se, pois as tropas revolucionárias entram em defensiva. - Em todas as frentes recrudescem-se os ataques
da ditadura. - Entretanto chegam notícias de que rebentou um levante constitucionalista no Rio Grande do Sul. - Não se realiza o movimento promovido em Minas Gerais.
1 de setembro - As forças de São Paulo conseguem avançar em Itapira. - Há duras batalhas na zona do Fundão, onde os paulistas sofrem terríveis baixas. - A campanha do capacete de
aço atinge a 1.430:210$000.
2 de setembro - Novas notícias chegam do Rio Grande do Sul, afirmando que lá se processa o levante contra a ditadura. - As tropas paulistas continuam combatendo com maravilhoso
entusiasmo.
3 de setembro - De Minas nada mais se diz. - Apenas alguns boatos sobre inquietações em Juiz de Fora. - Do Rio Grande do Sul continuam chegando notícias de que os gaúchos se
levantaram sob o comando de Raul Pila, Borges de Medeiros, Batista Luzardo e Lindolfo Color.
4 de setembro - Em São José do Rio Pardo, as forças do Catete atacam violentamente. - Os paulistas se percebem inferiores em número e em armas. E não recuam. São superiores em
ideal.
5 de setembro - Minas se manifesta mais uma vez. Estudantes mineiros solidarizam-se com seus colegas de São Paulo. - Enquanto isto, em Santos, o forte de Itaipu é bombardeado.
6 de setembro - Novas notícias chegam a São Paulo, afirmando que o movimento constitucionalista toma vulto no Pará.
7 de setembro - Nas trincheiras festeja-se o Dia da Independência. Em Silveiras aviões do Catete cometem um crime bárbaro, metralhando mulheres e crianças nas praças, nas ruas e
nos quintais.
8 de setembro - A ditadura avança em Mogi-Mirim. Há combates encarniçados. - Em Casa Branca os paulistas resistem, num esforço sobre-humano, às investidas incessantes das tropas
do Catete. - Em Cunha e em Buri, há combates encarniçados.
9 de setembro - O dr. Pedro de Toledo e o general Klinger falam ao povo através da Rádio Record. Palavras de confiança, esperança e fé na causa esposada por São Paulo.- No túnel
da Mantiqueira, Sampaio, com 2 mil homens, resiste a uma tropa de sete mil homens comandados por Eurico Dutra.
10 de setembro - Em Amparo, as forças do Catete são violentamente atacadas. Num só combate, os paulistas fizeram 400 prisioneiros. - Em Batedor, travou-se um combate a arma branca
que durou a noite inteira.
11 de setembro - Os paulistas retomam São João da Boa Vista. - Os ditatoriais perdem Porto Murtinho, em Mato Grosso. - Chegam notícias sobre o movimento no R. G. do Sul, Santa
Catarina e Minas Gerais. - Mas apenas São Paulo e Mato Groso continuam lutando.
12 de setembro - Num esforço acima das possibilidades militares, os paulistas retomam Cascavel e Mococa. - Em todas as frentes a ditadura pressiona com violentos ataques.
13 de setembro - As tropas do Catete atacam, cerradamente, toda a zona da Mogiana. - Recuam os soldados paulistas. - Notícias de Minas afirmam que Artur Bernardes prepara tropas
para atacar o Rio.
14 de setembro - Há um fortíssimo contra-ataque dos constitucionalistas na Zona da Mogiana. - Os ditatoriais retiram-se para Minas, nas cidades de Guaxupé, Arceburgo e Guaranésia.
- Realiza-se uma trégua inexplicável no Vale do Paraíba.
15 de setembro - A ditadura bombardeia Jundiaí e Campinas para causar pânico à população civil. - Suspeita-se que alguns oficiais da Força Pública de São Paulo, sob o comando de
Herculano de Carvalho, mantêm ligações com o general Góis Monteiro.
16 de setembro - Em Capão Bonito dá-se o combate mais renhido do dia. - Tropas paulistas conseguem infiltrar-se nas fronteiras de Minas.
17 de setembro - Chegam notícias de que, no Rio Grande do Sul, o general Zeca Neto entrou em luta com as tropas da ditadura. - São Paulo continua a ser "um braseiro de civismo".
Homens, mulheres e crianças, incansáveis.
18 de setembro - Campinas é rudemente bombardeada. Os paulistas avançam em Amparo. - A ditadura ataca na zona fluminense. O Túnel da Mantiqueira resiste e ninguém passa.
19 de setembro - Em Piquete, os ditatoriais pressionam violentamente. - Escasseiam as munições dos constitucionalistas. - O governador Pedro de Toledo torna a dizer às tropas:
"Sustentai o fogo, que a vitória é nossa!"
20 de setembro - A ditadura reforça suas tropas nas fronteiras de Minas. - Em Amparo, já quase sem munições, os paulistas empregam artimanhas militares e conseguem deter o avanço
dos ditatoriais.
21 de setembro - Causa repulsa no Brasil inteiro o fato de que aviões da ditadura bombardeiam cidades abertas, sem objetivo militar, sacrificando mulheres e crianças. - Herculano
de Carvalho, em completo segredo, ultima os entendimentos com o Q. G. de Góis Monteiro.
22 de setembro - A ditadura bombardeia Campinas, Casa Branca e Limeira. Aviadores paulistas, revoltados, atacam o campo de pouso dos aviões ditatoriais, destruindo os aparelhos
que bombardearam Campinas.
23 de setembro - Guaratinguetá é rudemente bombardeada pela ditadura. Não há notícias dos movimentos constitucionalistas nos outros Estados. - Apenas São Paulo continua se batendo
pela lei.
24 de setembro - A ditadura avança em Amparo. É impressionante a bravura dos defensores da lei: morrem e não recuam. - Nada mais se diz do Rio Grande do Sul.
25 de setembro - Tropas paulistas, numa dedicação suprema, conseguem deter o avanço dos ditatoriais em Amparo. - Enquanto isto, o comandante Herculano de Carvalho conclui as
negociações com Góis Monteiro.
26 de setembro - Reina em Campinas o temor de que os ditatoriais possam invadir a cidade, pois sabe-se que os contingentes da Força Pública deixaram de combater por ordem de seu
superior.
27 de setembro - Todas as forças paulistas estão com o mesmo entusiasmo inicial. Apenas a Força Pública se retraiu inexplicavelmente.
28 de setembro - Herculano de Carvalho finalmente revela suas negociações com Góis Monteiro. - Cessa-se a luta. - Negocia-se o armistício. - Falam em paz digna para São Paulo e
Klinger assina um documento que é mais uma escritura de escravo do que um trato entre forças militares. Falou-se em continuação da luta. Era tarde. A lei estava enterrada nas trincheiras, com a única esperança de florescer mais tarde, porque fora
regada com sangue. |